Menopausa
O que é a Menopausa?
Menopausa é um termo que se refere ao fim dos ciclos menstruais na mulher.
Ela acontece em decorrência da interrupção da produção dos hormônios estrógeno e progesterona pelo ovário.
Por definição, a menopausa fica caracterizada quando a mulher passa um ano completo sem menstruar.
A maior parte das mulheres apresenta a menopausa entre os 45 e os 55 anos. Entretanto, ela pode acontecer antes ou após esta idade. A menopausa será considerada precoce quando ocorre antes dos 40 anos de idade.
Já o climatério é o nome dado ao período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva (ciclo menstrual) para a fase de não-reprodutiva (pós-menopausa).
Durante o climatério, há uma diminuição das funções ovarianas. Os ciclos menstruais se tornem irregulares, até cessarem por completo, na menopausa.
Fases
A menopausa pode ser dividida em três fases:
Perimenopausa
A perimenopausa engloba o período que precede a menopausa até o primeiro ano após a menopausa.
Ela é caracterizada pela redução gradativa dos hormônios estrógeno e progesterona. Em geral, é durante essa fase que se iniciam os primeiros sintomas do climatério, incluindo irregularidade menstrual, sensação de calor e alterações no sono e no humor.
A perimenopausa termina quando a mulher completa um ano sem menstruação.
A duração média da perimenopausa é de 4 anos. Entretanto, ela pode variar entre poucos meses a mais de 10 anos.
Menopausa
Momento em que a mulher passou 12 meses completos sem menstruar. A produção hormonal é tão baixa que novos óvulos não são mais liberados.
Pós-menopausa
A pós-menopausa tem início um ano após a última menstruação e dura até o final da vida.
Durante esse estágio, os sintomas climatéricos permanecem e podem até se intensificar, sendo que algumas mulheres continuam a senti-los por até uma década após a menopausa.
Causas
A maior parte das mulheres evoluem para a menopausa dentro de um processo natural de declínio dos hormônios reprodutivos.
Ela geralmente acontece entre os 45 e os 55 anos. Entretanto, cerca de 1% das mulheres experimentam a menopausa antes dos 40 anos, sem um motivo claro para isso.
Nestes casos, fica caracterizada a menopausa precoce (1). Fatores genéticos ou doenças auto-imunes podem contribuir para a menopausa precoce.
A menopausa pode acontecer também em decorrência de uma cirurgia para a remoção dos ovários, quimioterapia ou radioterapia.
Sintomas
A maior parte das mulheres não apresentam sintomas no período inicial da pré-menopausa.
Mas, à medida em que a produção hormonal pelos ovários se torna cada vez menor, os sintomas começam a aparecer.
Os sintomas mais comuns são:
- Ondas de calor ou fogachos;
- Irregularidades na duração dos ciclos menstruais e na quantidade do fluxo sanguíneo;
- Dificuldade para esvaziar a bexiga, Dor para urinar e Incontinência urinária;
- Ressecamento Vaginal, dor na relação sexual e diminuição da libido;
- Infecções Urinárias e Infecções Ginecológicas;
- Irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado, depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda da memória e insônia;
- Alterações na pele, nos cabelos e nas unhas, que ficam mais finos e quebradiços;
- Acúmulo de gordura na região abdominal e mamas.
A maioria das mulheres começa a desenvolver os sintomas da menopausa cerca de quatro anos antes da última menstruação. Elas continuam com os sintomas até cerca de quatro anos após a última menstruação, ainda que em alguns casos eles podem perdurar por mais de 10 anos.
Osteoporose Pós-Menopausa
A Osteoporose é uma doença caracterizada pela redução na massa óssea, levando a um risco aumentado de fraturas.
Ela pode acometer homens e mulheres. Entretanto, as mulheres estão especialmente vulneráveis no período pós menopausa. O risco de fraturas osteoporóticas ao longo da vida situa-se na faixa de 40 a 50% nas mulheres e 13 a 22% nos homens (2).
Este maior risco está associado à interrupção na produção do estrogênio, hormônio que ajuda na formação do osso.
O tecido ósseo vive em um processo contínuo de remodelamento, com um equilíbrio entre formação e destruição. Com o fim da produção do estrogênio, a destruição do osso tende a ser maior do que a sua formação, levando a uma redução progressiva na massa óssea.
A osteoporose é uma doença silenciosa, que não provoca sintomas até que a mulher frature um osso. Assim, é recomendável que mulheres acima dos 40 anos de idade realizem regularmente o exame de densitometria óssea, para a detecção precoce da doença.
Além disso, é importante que se adote um estilo de vida saudável, incluindo:
- Bons hábitos alimentares;
- Prática regular de atividades físicas com o suporte do peso do corpo;
- Abandono do tabagismo;
- Boa higiene de sono.
A terapia de Reposição Hormonal na Menopausa pode ajudar na prevenção da osteoporose. Ela pode ser considerada especialmente nas mulheres com menopausa precoce e sem fatores de risco significativos para doença cardiovascular ou para câncer de mama.
Doenças cardiovasculares Pós-Menopausa
O risco de doenças cardiovasculares, incluindo a Doença Arterial Coronariana, aumenta significativamente após a menopausa. Esta é a principal causa de morte no período pós-menopausa.
A menopausa não causa doenças cardiovasculares diretamente. Entretanto, ela atua sobre diversos fatores de risco para o coração, incluindo:
- Ganho de peso (especialmente com o acúmulo de gordura abdominal);
- Aumento da pressão arterial;
- Aumento do colesterol LDL (colesterol ruim);
- Diminuição do colesterol HDL (colesterol bom).
Da mesma forma que em relação à osteoporose, a melhor forma de se evitar a doença cardiovascular pós menopausa é por meio da adoção de um estilo de vida saudável.
Ganho de peso na menopausa
Ganho de peso em decorrência da menopausa é um problema comum, ainda que bastante variável.
Em um estudo com mulheres na perimenopausa, foi observado um ganho médio de 2,2 kg ao longo de um período de 3 anos, sendo que 20% das mulheres ganharam ao menos 4,5Kg no período. O ganho máximo de peso foi de 32Kg entre as participantes do estudo (3).
O ganho de peso pode acontecer tanto em mulheres previamente dentro do seu peso ideal como em mulheres previamente obesas. Ele é influenciado por fatores genéticos, hormonais e comportamentais.
A diminuição da massa muscular decorrente da menopausa também contribui para o desenvolvimento da Obesidade. Isso porque o músculo é o tecido que mais gasta energia no nosso corpo.
A preocupação com o ganho de peso é ainda maior pelo fato de que as mulheres deixam de acumular gordura abaixo da pele para acumular na região abdominal e ao redor dos órgãos abdominais, o que aumenta ainda mais o risco cardiovascular.
O risco de mulheres na perimenopausa desenvolverem obesidade abdominal é aproximadamente 5 vezes maior quando comparado com mulheres na pré-menopausa (4).
Isso acontece porque o estrogênio é responsável pelo acúmulo de gordura no tecido subcutâneo, principalmente nas regiões glútea e femoral. já os androgênios (hormônio tipicamente masculino e presente em baixos níveis nas mulheres) promovem o acúmulo de gordura na região abdominal.
Com os ovários deixando de produzir estrogênio, há um aumento relativo dos androgênios que faz com que a mulher passe a acumular gordura na região abdominal.
Sarcopenia Pós-Menopausa
Sarcopenia é um termo que se refere à perda de Massa muscular, força e função da musculatura. Ainda que os mecanismos pelos quais isso acontece ainda não estejam bem estabelecidos, fato é que a incidência da sarcopenia aumenta após a menopausa.
A sarcopenia implica em diversas consequências para a mulher, incluindo:
- Redução do metabolismo, com consequente ganho de peso;
- Redução na capacidade de realizar atividade física;
- Maior risco de quedas;
- Piora da qualidade de vida.
O treinamento físico tem se mostrado eficaz na atenuação da perda de força e função muscular relacionadas à idade.
No entanto, os efeitos da suplementação hormonal para tratar ou prevenir a sarcopenia são contraditórios (5).
Hipertensão Arterial e Menopausa
A incidência de Hipertensão Arterial aumenta de forma significativa após a menopausa. Isso pode ser explicado por diversos fatores, hormonais e não hormonais.
Todos estes fatores levam a um enrijecimento da parede das artérias, que em última análise é o que causa o aumento da pressão arterial.
A Hipertensão Arterial é o principal fator associado ao aumento do risco cardiovascular, entre outros problemas.
Mais de 80% das mulheres acima dos 60 anos nos Estados Unidos possuem algum grau de Hipertensão Arterial. (6).
Apesar disso, a doença continua sendo sub-diagnosticada. Quando diagnosticada, ela segue sendo tratada de forma insuficiente.
Para combater a Hipertensão Arterial, é importante que a mulher pós menopausa adote um estilo de vida saldável, incluindo bons hábitos alimentares, prática regular de atividade física, abandono do tabagismo e melhora da qualidade do sono.
Na maior parte dos casos, o uso de medicamentos anti-hipertensivos também deve ser indicado. A terapia de Reposição Hormonal, por outro lado, não se mostra eficiente para o controle da pressão arterial (7).
Qual o tratamento para a menopausa?
A menopausa é um processo natural do organismo feminino. Ela pode não precisar de nenhum tipo de tratamento, especialmente para mulheres com poucos sintomas.
O fator mais importante neste período é a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo, incluindo:
- Bons hábitos alimentares;
- Prática regular de atividades físicas com o suporte do peso do corpo;
- Abandono do tabagismo;
- Boa higiene de sono.
Este tratamento beneficia a mulher na menopausa de diferentes formas:
- Melhora dos sintomas;
- Redução no risco de Doença Arterial Coronariana e Osteoporose;
- Melhora de fatores de risco cardiológico, incluindo o Colesterol Alto, a Obesidade e a Sarcopenia.
Nas mulheres mais sintomáticas e sem histórico familiar para o câncer de mama, a Terapia de Reposição Hormonal pode ser considerada. Para isso, será sempre preciso pesar os eventuais riscos e benefícios
Reposição Hormonal
A terapia de Reposição Hormonal Feminina deve ser considerada caso a caso a partir dos sintomas de cada paciente e dos fatores de risco individuais.
Por um lado, ela ajuda a controlar muitos dos sintomas da menopausa. Isso inclui uma redução de até 75% na frequência e em 87% na gravidade de fogachos (8). Além disso, ela reduz o risco de fraturas por osteoporose.
Por outro lado, ela pode vir associada a inúmeros efeitos adversos, incluindo:
- Alterações na coagulação sanguínea e possibilidade de formação de coágulos;
- Sangramentos irregulares;
- Dor nas mamas;
- Retenção de sódio;
- Aumento da incidência de cálculos na vesícula;
- Aumento no risco de câncer de endométrio e câncer de mama.