Reposição Hormonal na Menopausa
Benefícios da Reposição Hormonal na Menopausa
A Terapia de Reposição Hormonal na Menopausa foi concebida com o objetivo de minimizar os efeitos da parada na produção dos hormônios sexuais femininos que acontece nessa fase.
A reposição hormonal se mostra eficaz especialmente no tratamento das disfunções vasomotoras que acontecem em 50 a 70% das mulheres após a menopausa.
Estas disfunções estão diretamente relacionadas ao declínio na produção do estrogênio. Estudos mostram que a reposição leva a uma redução de até 75% na frequência e em 87% na gravidade de fogachos (1).
O sintoma vasomotor mais característico e que melhor responde à terapia de reposição hormonal é o fogacho. Ele se caracteriza pelas famosas ondas de calor que tomam conta da mulher durante a menopausa.
Outros sintomas típicos incluem:
- Sudorese noturna;
- Mudanças de humor;
- Distúrbios de concentração;
- Palpitação;
- Fadiga;
- Dor de cabeça;
- Ansiedade.
A reposição do estrógeno pode beneficiar as mulheres com sintomas vasomotores significativos ao atuar sobre as paredes dos vasos sanguíneos, levando à dilatação do endotélio.
O risco de fraturas por osteoporose no quadril ou coluna também diminui de forma significativa em mulheres que fizeram a Reposição Hormonal.
Este é um fato bastante relevante, considerando-se que as fraturas osteoporóticas no quadril são uma causa importante de mortalidade na população idosa (2).
Por fim, a reposição Hormonal Feminina é fortemente recomendada em mulheres com menopausa precoce. Isso porque ela é capaz de reduzir a incidência de diversas complicações, incluindo:
- Doença Arterial Coronariana;
- Osteoporose;
- Demência;
- Depressão;
- Morte prematura.
Riscos da Reposição Hormonal na Menopausa
A prescrição da Reposição Hormonal na menopausa diminuiu dramaticamente desde a publicação dos primeiros estudos de melhor qualidade no fim dos anos 1990 (3, 4).
Estes estudos mostraram que a Reposição Hormonal apresentava efeitos opostos em diferentes grupos de mulheres:
- Nas mulheres sem doença cardiovascular conhecidas e com poucos fatores de risco cardiovasculares, a reposição hormonal se mostrou protetiva contra eventos cardiovasculares (Infarto Agudo do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral);
- Já nas mulheres com fatores de risco cardiovascular ou doença arterial coronarina conhecida, a reposição hormonal favorecia a soltura de placas de gordura já formadas previamente. Com isso, aumentava o risco cardiovascular.
Além disso, a reposição hormonal foi associada a inúmeros efeitos adversos, incluindo:
- Alterações na coagulação e possibilidade de formação de coágulos;
- Sangramentos irregulares;
- Dor nas mamas;
- Retenção de sódio;
- Aumento da incidência de cálculos na vesícula;
- Aumento no risco de câncer de endométrio e câncer de mama.
O câncer de mama acomete 10% das mulheres. Entretanto, a incidência pode ultrapassar os 20% na presença de forte histórico familiar.
A reposição de estrogênio aumenta essa possibilidade em 20% (5), podendo aumentar ainda mais quanto mais quando a reposição é feita por mais do que cinco anos.
Os riscos são mais elevados nas mulheres mais velhas, especialmente naquelas com menopausa há mais de 10 anos e aumentam quanto mais prolongado for o tratamento.
Indicações
A decisão pela Reposição Hormonal na Menopausa deve ser feita a partir de uma avaliação individualizada considerando-se os eventuais riscos e benefícios.
Como regra geral, ela se mostra benéfica nas seguintes situações:
- Mulheres com sintomas significativos da menopausa, especialmente para aquelas com fogachos e outros sintomas decorrentes da disfunção vasomotora;
- Mulheres com menopausa precoce;
- Mulheres com baixo risco cardiovascular.
Por outro lado, ela não está indicada nas seguintes condições:
- Mulheres com poucos sintomas decorrentes da menopausa;
- Mulheres de alto risco cardiovascular;
- Mulheres com histórico pessoal ou familiar importante de câncer de mama;
- Mulheres com mais de 10 anos decorrentes desde a menopausa.
Como é feita a Reposição Hormonal na Menopausa?
A reposição pode ser feita com o estrogênio ou por uma combinação de estrogênio + progesterona. Ela pode ter diferentes durações, doses e vias de aplicação (transdérmica, oral, outras).
Os potenciais benefícios e riscos discutidos acima podem ter alguma variação de acordo com o método de reposição adotado.
A maioria das mulheres é recomendada a interromper a reposição após o término dos sintomas da menopausa, o que geralmente ocorre após dois a cinco anos. No entanto, ela pode ser mantida mais tempo a depender dos sintomas.
Os hormônios devem ser diminuídos de forma gradativa, ao invés de parar repentinamente. Alguns sintomas característicos da menopausa podem reaparecer após o fim da reposição hormonal, mas tendem a passar após alguns meses.
Uma vez decidida pela reposição hormonal, ela deve sempre ser acompanhada de outras medidas que buscam um estilo de vida mais saudável, incluindo:
- Melhora no padrão alimentar;
- Prática regular de exercícios físicos;
- Melhora da qualidade do sono;
- Abandono do tabagismo.