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Colesterol Alto

O que é o colesterol?

O colesterol é um tipo de gordura que atua como precursora das membranas celulares, dos ácidos biliares e da vitamina D. Ele não é solúvel no sangue, de maneira que são transportados para os tecidos ligados a proteínas específicas, na forma de lipoproteinas. São elas:

  • HDL – High Density Lipoprotein
  • LDL – Low Density Lipoprotein
  • VLDL –  Very Low Density Lipoprotein

O HDL é considerado o colesterol bom, uma vez que participa da retirada do colesterol da parede arterial. Com isso, ele impede o acúmulo de gorduras nas artérias.

A presença de baixos níveis de HDL, por ouro lado, constitui um fator de risco para a aterosclerose, uma doença que acomete as artérias.

Colesterol LDL e VLDL são essenciais para o bom funcionamento do organismo, de forma que o corpo possa produzir os hormônios corretamente.

Quando em excesso, porém, eles se tornam prejudiciais para a saúde, uma vez que participam da formação das placas de ateromas nos vasos do coração e do cérebro. Esas placas restringem a passagem de sangue, favorecendo a ocorrência de infarto do Miocárdio ou acidente vascular cerebral.

Qual a causa do Colesterol alto?

O colesterol alto está relacionado com estilo de vida ruim, especialmente em relação a dieta e atividade física. Entretanto, ela geralmente acomete pessoas geneticamente predispostas a desenvolverem o problema (1).

A doença pode atingir pessoas de qualquer idade, embora haja uma tendência de aumento do colesterol com o envelhecimento e especialmente em mulheres após a menopausa (2).

Ela também é mais comum em homens do que nas mulheres.

O conceito de que o colesterol aumentado está associado a pessoas obesas, sedentárias e mais velhas faz parte do pensamento popular.

Pessoas magras dificilmente se consideram propensas a ter colesterol elevado, mas infelizmente isso nem sempre é verdade. O colesterol alto também pode ser visto em pessoas magras, jovens e praticantes de atividades físicas (3).

Quais os riscos asssociados ao Colesterol Alto?

O colesterol alto é um dos principais fatores de risco para a aterosclerose, doença caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura no interior das artérias que acontece de forma gradativa ao longo dos anos.

A aterosclerose restringe o fluxo sanguíneo através das artérias acometidas. Assim, seus efeitos dependem de qual a artéria acometida:

  • Artérias cerebrais: risco aumentado para ataque isquêmico transitório ou acidente vascular cerebral;
  • Artérias coronarianas: risco aumentado para angina e o infarto agudo do miocárdio.

Tratamento

A primeira medida a ser adotada é a mudança de hábitos.

A dieta deve ser equilibrada e baseada em alimentos naturais. Isso inclui maior consumo de verduras, frutas, legumes e cereais, alimentos que são ricos em Fibras alimentares e diminuem a absorção de gordura pelo intestino.

A prática de atividade física ajuda a elevar os níveis do colesterol HDL (4). Além disso, o exercício é fundamental para o controle de outros fatores de risco para a doença arterial coronariana, incluindo a obesidade e a hipertensão arterial.

O tabagismo está associado a menores níveis de colesterol HDL. Além disso, o tabaco está implicado com outros fatores de risco cardiológicos.

Ele aumenta a tendência de coagulação do sangue, aumentando assim o risco de eventos isquêmicos agudos (especialmente o Infarto do Miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral).

O risco de infarto do miocárdio triplica em homens e aumenta quatro vezes em mulheres que fumaram 20 ou mais cigarros por dia em comparação com os não fumantes (5).
O controle do peso ajuda a reduzir os níveis de colesterol LDL e triglicerídeos. Mais uma vez, a obesidade aumenta o risco para complicações do colesterol alto, incluindo a aterosclerose e o risco de eventos cardíacos agudos.

Tratamento medicamentoso

As principais estatinas são a Sinvastatina, a Atorvastatina, a Lovastatina, a Pravastatina e a Rosuvastatina. Existem também outras de menor importância e menor eficácia terapêutica.

Esses medicamentos agem inibindo a enzima responsável pela formação de colesterol no fígado. Por esse motivo, é recomendada a dosagem de enzimas hepáticas antes do início do tratamento.

Além de reduzir o colesterol ruim (LDL e VLDL) e de aumentar o colesterol bom (HDL), as estatinas ajudam também a reduzir os triglicerídeos, melhora a função do endotélio dos vasos, estabiliza as placas de aterosclerose, modula a inflamação e diminui a produção do antígeno prostático específico (PSA).

Embora as estatinas sejam bem toleradas pela maior parte dos pacientes, é possível que se tenha alguns efeitos colaterais. Além disso, é preciso considerar também algumas contraindicações para o uso desses medicamentos.

A mesma enzima que é responsável pela formação de colesterol no fígado e que é inibida pela ação das estatinas participa também da formação de lipoproteínas plasmáticas, sendo daí derivados os seus outros efeitos.

Existem importantes diferenças farmacocinéticas e farmacodinâmicas entre os diferentes tipos de estatinas, incluindo a potência com que conseguem reduzir o colesterol, as vias metabólicas pelas quais elas agem e o potencial para interações medicamentosas.

Como regra geral, os medicamentos com maior capacidade de reduzir o colesterol são também aqueles com maior risco de efeitos colaterais.

Essas características devem ser levadas em consideração na escolha do melhor medicamento em cada situação.

Problemas musculares são os mais conhecidos efeitos adversos das estatinas, incluindo a mialgia (dor muscular), fadiga e mais raramente miosite ou rabdomiólise. Esses efeitos musculares se resolvem rapidamente quando o tratamento é interrompido, o que deve ser avaliado caso a caso junto com o médico responsável.

Além dos problemas musculares, problemas cognitivos, neuropatia periférica, dor ou parestesias (sensações na pele, como formigamento, frio, calor, pressão) podem também estar presentes.

As estatinas devem ser tomadas com cuidado e sob estrita supervisão médica por pessoas idosas, acima de 70 anos; por aquelas que sofrem de insuficiência renal; no hipotireoidismo não controlado; nas que têm história pessoal ou familiar de distúrbios musculares hereditários; no alcoolismo e na administração concomitante de certas medicações.

Entre as contraindicações absolutas, incluem-se pessoas com hipersensibilidade a essas substâncias, pacientes com doença hepática ativa, e aquelas que estiverem grávidas ou amamentando. O uso de certos medicamentos, juntamente com as estatinas, precisa ser avaliado e definido por um médico.