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Adenoma de Hipófise

O que é o Adenoma de Hipófise?

O adenoma de hipófise é um tumor benigno que acomete a hipófise.

O fato de ser um tumor benigno significa que ele não se espalha para outras partes do corpo.

Ainda assim, podem ter forte impacto na função da hipófise e na saúde como um todo. Isso acontece porque, ao crescer, podem comprimir o restante da hipófise e também a conexão entre a hipófise e o hipotálamo, levando a uma redução na produção hormonal. Esta condição é conhecida como Hipopituitarismo.

O adenoma pode também produzir quantidade excessiva de certos hormônios, produzindo sintomas característicos.

Quem é mais acometido pelo Adenoma de Hipófise?

O Adenoma de Hipófise é mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos de idade.

Eles acometem até 20% das pessoas em algum momento de suas vidas (1). Entretanto, a maior parte destes casos nunca crescerão e se tornarão sintomáticos, de forma que geralmente nunca são encontrados.

Hipófise e Hormônios hipofisários

A Hipófise é uma glândula do tamanho de uma ervilha localizada na base do cérebro, abaixo do hipotálamo.

Apesar do pequeno tamanho, ela produz uma grande quantidade de hormônios fundamentais para a regulação de diversos processos no organismo, como metabolismo, crescimento, desenvolvimento e reprodução.

Entre os principais hormônios produzidos pela hipófise, incluem-se:

Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH ou corticotropina)

O ACTH estimula as glândulas supra-renais a produzir cortisol (hormônio do estresse).

O cortisol ajuda a manter a pressão arterial e os níveis de glicose no sangue.

Hormônio antidiurético (ADH ou vasopressina)

O ADH regula o equilíbrio hídrico e os níveis de sódio do corpo.

Hormônio folículo-estimulante (FSH)

O FSH estimula a produção de espermatozóides no homem e estrogênio nas mulheres.

Hormônio do crescimento (GH)

Em crianças, o GH estimula o crescimento. Já nos adultos, ele ajuda a manter músculos e ossos saudáveis ​​e regula o metabolismo.

Hormônio luteinizante (LH)

O LH é outro hormônio sexual que estimula a ovulação nas mulheres e a produção de testosterona no homem.

Ocitocina

Hormônio importante para o trabalho de parto e para. Produção do leite materno.

Prolactina

A prolactina estimula a produção de leite materno após o parto e também na regulação do ciclo menstrual.

Hormônio estimulante da tireoide (TSH)

O TSH estimula a tireoide a produzir hormônios que controlam o metabolismo, a disponibilidade energética e o sistema nervoso.

Adenomas de Hipófise Funcionais x Não Funcionais

Os Adenomas de Hipófise são classificados como funcionais ou não funcionais, de acordo com a capacidade do tecido anômalo de produzir hormônios hipofisários.

Adenomas Não Funcionais (não secretores)

São aqueles que não liberam hormônios. Eles representam a maior parte dos Adenomas Hipofisários. Entretanto, podem comprimir estruturas próximas, em decorrência do seu crescimento.

Adenomas Funcionais (secretores)

São aqueles que produzem hormônios hipofisários. Eles podem provocar sintomas característicos devido ao excesso destes hormônios, dependendo de qual o hormônio produzido.

Os Adenomas secretivos são subclassificados de acordo com o tipo de hormônio produzido:

  • Adenomas Lactotrofos (Prolactinomas): produzem excesso de prolactina;
  • Adenomas Somatotróficos: produzem o hormônio do crescimento em excesso (GH);
  • Adenomas Corticotróficos: produzem hormônio adrenocorticotrófico extra (ACTH);
  • Adenomas tireotrofos: produzem excesso de hormônio estimulante da tireoide (TSH).

Microadenomas x Macroadenomas

Os adenomas hipofisários podem também ser classificados com base em seu tamanho:

  • Microadenomas: possuem menos de 10 milímetros;
  • Macroadenomas: possuem mais de 10 milímetros.

Microadenomas podem estar presentes em até 10% a 20% da população. Muitos são assintomáticos e nunca virão a se manifestar clinicamente (2).

Já os macroadenomas têm maior propensão a crescerem e a se tornarem sintomáticos. Entretanto, eles são bem mais incomuns (3).

A incidência de adenomas de hipófise clinicamente significante é estimada em 7 casos para cada 100.000 pessoas ao ano. Os microadenomas secretivos representam aproximadamente 60% destes casos (4).

Sintomas do Adenoma de Hipófise

Os sintomas dos adenomas hipofisários estão associados a seu efeito de massa (efeito compressivo), o que ocorre basicamente nos macroadenomas.

Além disso, o paciente pode ter sintomas relacionados ao excesso de hormônios, no caso dos adenomas secretivos. Isso pode acontecer tanto com os macroadenomas como com os microadenomas.

Sintomas relacionados ao efeito de massa (compressão)

Os macroadenomas hipofisários geralmente apresentam efeitos de massa. Isso significa que seu tamanho grande pode aplicar pressão ou danificar os tecidos próximos, causando sintomas compressivos.

Os problemas mais comuns, nestes casos, são:

Problemas de visão

Aproximadamente 50% a 60% das pessoas com macroadenoma hipofisário têm visão prejudicada no momento do diagnóstico, em decorrência da compressão do quiasma óptico (5). Isso inclui sintomas como visão embaçada ou dupla e perda da visão periférica.

Dor de cabeça

30 a 40% das pessoas com adenomas hipofisários relatam ter dores de cabeça frequentes no momento do diagnóstico (6). Isso acontece devido à pressão sobre tecidos próximos.

Por outro lado, como a dor de cabeça é um sintoma comum na população como um todo, pode ser difícil de fazer esta associação com o Adenoma de Hipófise.

Deficiência hormonal

A própria hipófise pode sofrer com a compressão causada pelo Macroadenoma da Hipófise. Isso pode resultar em uma glândula pituitária hipoativa, condição esta denominada de Hipopituitarismo.

O Hipopituitarismo está associado ã deficiência em um ou mais dos hormônios hipofisários, incluindo:

Deficiência de hormônio folículo-estimulante (FSH) e/ou hormônio luteinizante (LH)

A deficiência dos hormônios LH e FSH leva a baixos níveis de testosterona (LH) e estrogênio (FSH), uma condição conhecida como hipogonadismo.

Os sintomas do Hipogonadismo Masculino incluem:

  • Perda de interesse sexual;
  • Infertilidade masculina;
  • Disfunção erétil;
  • Diminuição dos pelos faciais ou corporais;
  • Fadiga.

Já os sintomas do Hipogonadismo Feminino incluem:

Deficiência de Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH)

Os sintomas de deficiência de TSH estão associados ao Hipotireoidismo, incluindo:

Deficiência de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH)

A deficiência de ACTH leva a uma deficiência na produção do hormônio Cortisol, uma condição conhecida como Insuficiência Adrenal.

Os sintomas da Insuficiência Adrenal incluem:

  • Perda de peso inexplicável;
  • Fadiga;
  • Hipotensão Arterial;
  • Nausea e vomito;
  • Hipoglicemia;
  • Confusão.

Deficiência de hormônio do crescimento (GH)

Os sintomas de deficiência de hormônio do crescimento dependem da idade.

Em recém-nascidos, eles incluem:

  • Hipoglicemia;
  • Pênis anormalmente pequeno (micropênis), nos meninos.

Nas crianças, incluem:

  • Crescimento lento e baixa estatura;
  • Desenvolvimento sexual ausente ou atrasado durante a puberdade.

Nos adultos, incluem:

  • Fadiga;
  • Redução da sensação de bem-estar;
  • Maior quantidade de gordura corporal, principalmente ao redor da cintura;
  • Sensibilidade ao calor e ao frio;
  • Diminuição da massa muscular;
  • Diminuição da força e resistência durante o exercício.

Sintomas específicos do Adenoma de Hipófise Secretivo

Um adenoma hipofisário funcional ou secretivo é aquele que produz quantidade excessiva de hormônios.

Os sintomas dependem de qual(is) hormônio(s) hipofisário(s) eles liberam.

Adenoma Lactotrofo (Prolactinoma)

Os prolactinomas produzem excesso de prolactina, uma condição conhecida como hiperprolactinemia. Eles são responsáveis ​​por cerca de 40% dos casos, sendo assim o tipo mais comum de Adenoma Hipofisário (7).

Altos níveis de prolactina podem comprometer as funções reprodutivas, interferindo na produção hormonal dos testículos ou ovários.

Os sintomas incluem:

  • Infertilidade masculina e feminina.
  • Corrimento leitoso de seus mamilos quando não está grávida. Esta condição é conhecida como galactorréia.

Adenoma Somatotrófico

Os adenomas somatotróficos produzem quantidade excessiva de GH. Eles representam aproximadamente 20% dos tumores da hipófise.

Os sintomas do Adenoma Somatotrófico incluem:

  • Acromegalia: condição caracterizada pelo crescimento excessivo dos ossos e tecidos do corpo. Há especialmente um aumento das mãos, pés ou cabeça. O rosto pode assumir um aspecto arredondado e com características mal definidas;
  • Comprometimento de funções metabólicas importantes, incluindo a regulação da glicemia;
  • Aumento do tamanho do músculo cardíaco;
  • Em crianças e adolescentes, os adenomas somatotróficos causam gigantismo. Os pacientes tornam-se caracteristicamente muito altos.

Adenoma Corticotrófico

Os adenomas corticotróficos produzem excesso de Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH). Eles representam cerca de 10% dos Tumores Hipofisários.

O excesso de ACTH estimula as glândulas supra-renais a produzirem hormônios esteróides, especialmente o cortisol.

A Síndrome de Cushing é uma condição caracterizada pelo excesso de produção de cortisol.

Os sintomas mais comuns incluem:

Adenomas Tireotróficos

Os adenomas tireotrofos produzem excesso de hormônio estimulante da tireoide (TSH) . Entretanto, eles são bastante incomuns.

O TSH estimula a glândula tireoide a produzir e liberar o hormônio tireoidiano, causando uma condição denominada de Hipertireoidismo.

Os principais sintomas do Hipertireoidismo incluem:

  • Taquicardia;
  • Perda de peso inexplicável;
  • Diarreia;
  • Sudorese;
  • Tremores nas mãos;
  • Ansiedade.

Adenomas Gonadotróficos

Os adenomas gonadotróficos também são incomuns. Eles se caracterizam pela produção excessiva de LH e FSH.

Esses adenomas podem causar Irregularidade menstrual e síndrome de hiperestimulação ovariana.

Nos homens, pode causar um aumento dos testículos, voz mais profunda, calvície e crescimento rápido de pêlos faciais.

Nas crianças, pode causar a Puberdade Precoce.

Diagnóstico do Adenoma de Hipófise

Caso haja uma suspeita diagnóstica para o Adenoma Hipofisário, os seguintes exames devem ser considerados:

  • Dosagens hormonais por meio de exames de sangue;
  • Exame de imagem: Ressonância Magnética ou Tomografia Computadorizada da cabeça são capazes de identificar o Adenoma na Hipófise;
  • Exame oftalmológico: indicado na presença de queixas visuais.

Tratamento

Os microadenomas não secretores e que não causam sintomas podem ser apenas acompanhados, com repetição dos exames em intervalos anuais, inicialmente, e posteriormente com menos frequência

Os adenomas secretores, por outro lado, tendem a levar a um desbalanço hormonal e devem ser tratados por meio de cirurgia, medicamento, radioterapia ou uma combinação destes tipos de tratamento.

Os macroadenomas, por já terem indicado alguma propensão ao crescimento, também devem ser tratados.

Cirurgia

Se os adenomas hipofisários requerem cirurgia, normalmente o melhor procedimento é através de uma abordagem nasal

Tumores muito grandes que se estendem para a cavidade cerebral são raros, mas podem exigir cirurgia aberta por meio de craniotomia.

Medicamento

A medicação constuma ser indicada no tratamento de certos tipos de tumores pituitários.

Entre eles, incluem-se:

  • Prolactinomas: geralmente são tratados apenas com medicamentos, sem a necessidade de cirurgia;
  • Doença de Cushing (Excesso de ACTH);
  • Acromegalia (Excesso de Hormônio do Crescimento).

Radioterapia

Alguns tumores não podem ser removidos cirurgicamente e podem não responder aos medicamentos.

A radioterapia pode ser eficaz no controle do crescimento desses tumores. Ela pode ser considerada também quando o tumor persiste ou recidiva após a cirurgia.