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Dor Pélvica

O que é a Dor Pélvica?

Dor pélvica se refere a qualquer dor sentida na região inferior do abdome, abaixo do umbigo, entre os ossos do quadril.

Ela pode acometer tanto homens como mulheres, embora seja muito mais comum em mulheres:

  • Cerca de 1 em cada 7 mulheres terá dor pélvica crônica em algum momento da vida.
  • Aproximadamente 15% a 25% das mulheres em idade reprodutiva relatam episódios recorrentes de dor pélvica.
  • Afeta até 10% dos homens adultos, especialmente entre 35 e 50 anos.

Quais as causas da Dor Pélvica?

Diversos órgãos e tecidos estão localizados na região pélvica, incluindo útero, ovários, bexiga, intestino, próstata e músculos do assoalho pélvico. Assim, qualquer problema nessas estruturas pode dar origem ás dores pélvicas.

Causas de dor pélvica comuns tanto a homens como a mulheres incluem:

Entre as causas relacionadas ao aparelho reprodutor feminino, e que portanto estão presentes apenas nas mulheres, incluem-se:

Dor Miofascial Pélvica

Algumas causas de dor pélvica podem ser resolvidas com o tratamento adequado. Em outros casos, a causa é apenas controlada, e a dor passa a ir e voltar com frequência – em alguns casos, seguindo o ritmo do ciclo menstrual. Em situações mais complexas, a dor torna-se prolongada e contínua, caracterizando um quadro de dor pélvica crônica.

Quando a dor se cronifica, independentemente da causa original, podem ocorrer disfunções musculares compensatórias — como fraqueza, contraturas ou desequilíbrios no assoalho pélvico. Essas alterações podem levar ao desenvolvimento de um quadro de dor miofascial pélvica.

Podemos fazer uma analogia com a dor muscular no pescoço: após um episódio doloroso (independentemente da causa), a musculatura da região cervical tende a ficar rígida, dolorida e tensa — o mesmo pode acontecer com os músculos do assoalho pélvico.

A dor miofascial passa a ser um fator independente que mantém e intensifica o quadro doloroso. Mesmo que a causa inicial da dor já tenha sido resolvida, a dor miofascial pode persistir, exigindo um tratamento específico.

Outros sintomas

Com tantas possíveis causas, a avaliação do paciente deve considerar outros sintomas que muitas vezes acompanham a dor pélvica. Isso ajuda a filtrar um conjunto menor de possíveis causas, eliminando outras.

Alguns destes sintomas incluem:

Diagnóstico da Dor Pélvica

O diagnóstico se inicia pela avaliação dos sintomas e exame clínico, que limitada as possíveis causas para um conjunto menor de condições.

A partir disso, exames específicos podem ser solicitados de acordo com as possíveis causas.

Isso pode incluir:

  • Exames de sangue e urina;
  • Testes de gravidez;
  • Cultura de secreção vaginal ou peniana;
  • Radiografias abdominais e pélvicas;
  • Laparoscopia ou Histeroscopia;
  • Exame de fezes;
  • Ultrassom;
  • Tomografia computadorizada do abdome e da pelve.

Tratamento da Dor Pélvica

O tratamento da dor pélvica é multidisciplinar e depende da causa, da duração da dor, da intensidade dos sintomas e de como ela afeta a qualidade de vida do paciente.

O primeiro passo é identificar e tratar a causa da dor. Quando a causa inicial não puder ser totalmente eliminada, é possível controlar a dor e melhorar a funcionalidade com abordagens integradas, incluindo medicamentos, fisioterapia e diferentes modalidades de neuromodulação.

Tratamento medicamentoso

A dor pélvica crônica geralmente evolui com um processo de sensibilização dolorosa e dor neuropática. Medicamentos como andepressivos ou anticonvulsivantes podem ser indicados – não com o objetivo de tratar eventual quadro associado de depressão ou epilepsia, mas sim para a modulação da dor.

Eventualmente, poderá ser considerados o uso de bloqueios anestésicos.

Fisioterapia

A fisioterapia pélvica tem papel central no tratamento, especialmente nos casos de dor pélvica crônica.

Ela não irá tratar um mioma, endometriose ou qualquer outro problema que possa ter contribuído para o desenvolvimento da dor pélvica. No entanto, ela trata a disfunção muscular que acontece de forma primária ou secundária a qualquer outra condição que tenha dado origem à dor.

O primeiro passo no tratamento é uma avaliação cuidadosa sobre o tipo de disfunção no assoalho pélvico – avaliação essa que nada tem haver com aquela realizada pelo ginecologista na investigação da dor pélvica.

Nesse momento, a fisioterapeuta busca identificar fraquezas musculares, contraturas, o tempo em que a paciente é capaz de manter a musculatura ativa, a resposta a estímulos repetitivos.

Diferentes técnicas podem ser utilizadas na fisioterapia para dor pélvica, incluindo:

  • Eletroterapia: Utiliza correntes elétricas para induzir o relaxamento e/ou fortalecimento muscular;
  • Biofeedback: dispositivo eletrônico que permite a mulher saber em tempo real quando de fato a musculatura do assoalho pélvico está sendo estimulada, aumentando a consciência e o controle sobre a contração e relaxamento muscular.
  • Terapia manual: inclui técnicas como massagem perineal, manobras miofasciais e o uso de dilatadores vaginais;
  • Exercícios perineais: Envolve contração e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico, visando melhorar o tônus muscular.
  • Ajustes posturais.