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Alcoolismo

O que é alcoolismo?

O alcoolismo é uma doença que se caracteriza pela incapacidade de controlar a ingestão de álcool, em decorrência de uma dependência física e emocional. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 3% de toda a população brasileira com mais de 15 anos é alcoólatra.

Entretanto, nem todo mundo que bebe é alcoólatra. O alcoolismo ocorre quando as alterações químicas decorrentes do uso prolongado de álcool fazem com que o cérebro adapte suas funções normais e deixe de funcionar normalmente na ausência do álcool. 

Os sinais de dependência incluem:

  • Beber mais do que o pretendido;
  • Tentativas mal sucedidas de interromper hábitos de consumo pouco saudáveis;
  • Necessidade de consumir mais álcool para sentir os mesmos efeitos;
  • Presença de sintomas de abstinência quando não está bebendo;
  • Necessidade de beber durante atividades como trabalho ou escola;
  • Deixar de lado outras atividades e interesses para beber;
  • Continuar a beber apesar das consequências para a saúde.

Consumo de Álcool no Brasil

No Brasil, aproximadamente 10% da população é dependente de álcool, 20% relatam uso abusivo, 60% dizem usar a bebida socialmente e 10% são abstêmios.

O consumo médio é de 8,7 litros por pessoa por ano. Isso é mais do que os 6,2 litros, que é a média mundial. Entre os homens, a taxa chega a mais de 13 litros por ano. Para as mulheres, ela é de 4 litros.

Cerca de 60% do consumo é de cerveja e apenas 4% de vinho.

Com o álcool sendo tão comum, pode ser difícil diferenciar entre uso casual e abuso.

O consumo é considerado moderado quando for de até 1 bebida padrão por dia para mulheres e até 2 bebidas padrões por dia para homens.

Beber muito é classificado como 3 ou mais bebidas padrões por dia para mulheres e 4 ou mais bebidas padrões por dia para homens.

Esse padrão de consumo também pode ser definido como 8 bebidas padrões por semana para mulheres e 15 bebidas padrões por semana para homens.

O que é uma bebida padrão?

Uma unidade de bebida padrão é uma forma simplificada de medir o volume de álcool puro numa bebida alcoólica. A medida é usada em vários países para orientar e facilitar o cálculo da ingestão diária ou semanal de álcool.

Embora as bebidas tenham diferentes graduações alcoólicas, os diferentes tipos e tamanhos de copos fazem com que a quantidade de álcool ingerida seja praticamente a mesma, o que corresponde a 10 – 12 gramas de álcool por copo ou uma unidade de bebida padrão.

Esta é a quantidade de álcool que o corpo pode processar em 1 hora.

A tabela abaixo exemplifica algumas doses padrões para bebidas alcoólicas (1):

Conteúdo alcoólico Dose padrão
Cerveja 4% 330 mL
Vinho 12% 100mL
Destilados 40% 30 mL

 

Para calcular o volume de álcool consumido, deve-se multiplicar o volume ingerido em mililitros pelo teor alcoólico da bebida.

Depois, o valor final deve ser multiplicado por 0,79, que é a quantidade de gramas que pesa 1ml de álcool.

Efeitos imediatos do álcool

O álcool é um depressor do sistema nervoso central, o que significa que ele desacelera a atividade cerebral. 

No curto prazo, isso resulta em:

  • Fala arrastada;
  • Problemas de coordenação;
  • Sonolência;
  • Distorção dos sentidos e da percepção;
  • Perda de consciência;
  • Problemas de memória. 

A intensidade dos efeitos de curto prazo depende da quantidade e da rapidez com que o álcool é consumido, do peso e do sexo do bebedor e se algum alimento foi ingerido antes de beber.

Esses fatores afetam como o corpo processa o álcool.

As mulheres estão em maior risco de efeitos adversos porque tendem a pesar menos que os homens. Isso significa que as mulheres tendem a processar o álcool mais lentamente, mesmo que bebam a mesma quantidade.

Risco de acidentes

Diversos fatores podem influenciar no tempo que o álcool age no organismo, incluindo idade, alimentação, gênero, teor alcoólico da bebida, peso e uso de medicamentos.

Neste período, a atenção e os reflexos estão diminuídos, aumentando o risco para acidentes. Mesmo com a lei seca, estima-se que um a cada três acidentes de trânsito com fatalidades são cometidos por pessoas sob efeito do álcool.

Além do risco de acidentes de trânsito, acidentes domésticos e acidentes de trabalho também são mais comuns sob o efeito de álcool.

Quanto tempo depois de beber precisa esperar para dirigir?

A Lei Seca estabelece que o motorista não pode ter mais de 0,2 g de álcool no sangue. Na prática, isso proíbe o consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica antes de dirigir.

Uma vez que a bebida é consumida, o nível etílico no sangue atinge seu pico em 30 minutos com o estômago vazio e em uma hora quando consumido durante uma refeição.

O tempo de eliminação varia de acordo com fatores como sexo, peso, idade, uso de medicamentos, quantidade de álcool consumido e o tipo de bebida ingerida.

Alguns testes de alcoolemia utilizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) podem detectar traços de álcool até 12 horas depois do consumo.

Mas esse período pode ser maior, chegando a 24 horas, a depender da quantidade consumida de bebida alcoólica.

Efeitos de longo prazo do alcoolismo

O alcoolismo tem sido associado a mais de 200 problemas de saúde. 

Os mais comuns são:

Problemas hepáticos

O consumo excessivo de álcool pode afetar significativamente o fígado e contribuir para três tipos de doenças hepáticas:

  • Acúmulo excessivo de gordura no fígado (esteatose hepática);
  • Inflamação do fígado (hepatite alcoólica);
  • Substituição do tecido hepático normal por tecido fibrótico (Cirrose hepática).

Problemas cardiovasculares

A ingestão excessiva de álcool está associada a maior risco de Hipertensão arterial, insuficiência cardíaca ou Acidente Vascular Cerebral. Ela pode também contribuir para a cardiomiopatia, um distúrbio que afeta o músculo cardíaco.

Por fim, o álcool pode contribuir para a obesidade, que por sua vez é um dos principais fatores de risco para a saúde cardiovascular.

Sistema nervoso central e periférico

O alcoolismo pode levar a deficiências nutricionais, incluindo tiamina, folato, niacina, vitaminas B6 e B12 e vitamina E.

Todas estas vitaminas são importantes para a manutenção da função nervosa. Isso contribui para duas condições comuns a pacientes com alcoolismo crônico:

  • Neuropatia Alcoólica: os nervos periféricos podem ser danificados pelo consumo excessivo de álcool.Eles são responsáveis por transmitir sinais entre o corpo, a medula espinhal e o cérebro. Isso faz com que o indivíduo comece a sentir dor e formigamento nos membros.
  • Demência alcoólica: o álcool tem um efeito direto sobre as células cerebrais, resultando em mau julgamento, dificuldade em tomar decisões e falta de percepção. Esta condição é denominada de Demência Alcoólica.

Problemas gastrointestinais

O álcool é um irritante que pode danificar o revestimento do estômago ao longo do tempo, levando a uma condição denominada de Gastrite Alcoólica.

Isso é mais comum em pessoas que consomem grande quantidade de álcool por tempo prolongado.

A gastrite alcoólica pode levar ao desenvolvimento de úlceras gástricas, que por sua vez podem provocar sangramento gastrointestinal.

Tipos de alcoólatras

A National Institute of Health (NIH), nos Estados Unidos, classifica os alcoólatras em 5 grupos com características diferentes em relação à bebida (1).

Esta classificação é importante, uma vez que cada perfil de dependente exige uma abordagem diferente para o tratamento.

Alcoólatra jovem adulto

Este grupo representa 31,5% de todos os alcoólatras.

Ele inclui adultos jovens que começam a beber no final da adolescência, tornando-se dependentes alguns anos depois.

Não é comum que os indivíduos desse grupo tenham transtornos mentais nem abusem de outras substâncias químicas, apesar de isso ser possível. Também é incomum que tenham outros familiares alcoólatras. 

Muitos deles ainda estão na faculdade ou acabaram de sair de casa dos pais. Assim, eles estão experimentando a independência da vida adulta pela primeira vez.

O alcoólatra jovem adulto costuma beber com menos frequência do que os outros. Mas, quando o faz, a tendência é que exagerem na quantidade. 

O número de homens jovens adultos alcoólatras é 2,5 vezes maior que o de mulheres.

Alcoólatra jovem antissocial

Cerca de 21,1% dos alcoólatras são do tipo jovem antissocial.

São pessoas que começam a beber ainda na adolescência e desenvolvem dependência nos primeiros anos da vida adulta, muitas vezes antes dos 20 anos. 

Mais da metade deles apresenta traços de Transtorno da Personalidade Antissocial.

Também é comum que tenham depressão, fobias, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e que abusem de outras substâncias como cigarro, maconha, cocaína e opioides. 

Mais de 75% dos alcoólatras jovens antissociais são homens e tiveram pouco ou nenhum acesso à educação de qualidade.

Também apresentam dificuldades em relação ao mercado de trabalho. São pessoas que costumam beber grandes quantidades de álcool de uma só vez.

A probabilidade de procurarem tratamento é maior do que a dos jovens adultos — 35% deles já procurou ajuda em algum momento. Muitos também recorrem a grupos de apoio.

Alcoólatra funcional

Alcoólatras funcionais são capazes de evitar que o alcoolismo interfira significativamente em suas obrigações profissionais.

Eles aparentam ter uma boa relação com o álcool, embora a realidade seja diferente.

Apesar desta aparente boa relação com a bebida, a realidade é que eles precisam de lutar contra desejos intensos de álcool. Muitos já tiveram tentativas prévias mal sucedidas de interromper o vício.

Habitualmente, eles têm cerca de 40 anos e se tornaram dependentes depois dos 30. São pessoas com bons níveis de educação e variados níveis de renda. Cerca de 60% são homens.

Alguns sofrem com depressão, mas é raro que apresentem outros transtornos mentais. Muitos também fumam cigarros, mas não é comum o abuso de outras drogas.

Muitos dos alcoólatras funcionais são casados e sofrem por causa do vício. Menos de 20% deles já procuraram ajuda profissional para cuidar do problema.

Alcoólatra crônico

O alcoólatra crônico é o tipo menos comum, sendo representado por 9,2% dos dependentes de álcool.

São pessoas que começam a beber na adolescência e desenvolvem a dependência por volta dos 30 anos de idade.

77% dos alcoólatras crônicos têm parentes que também sofrem de alcoolismo e 47% deles apresentam transtornos de personalidade.

Eles são mais propensos a sofrerem com depressão, ansiedade, Transtorno Bipolar, fobias e Síndrome do Pânico.

O consumo de outras drogas também é comum, incluindo cigarro, maconha, cocaína e opióides.

O alcoólatra crônico é o tipo que mais faz esforços para se curar, embora com menores índices de sucesso. Além disso, é o que tem mais emergências de saúde como consequência do abuso de álcool.

Os números de divórcios e separações são mais altos em relação aos outros tipos. Os alcoólatras crônicos bebem com mais frequência, mas em menor quantidade em relação aos outros grupos. 

Alcoólatra familiar intermediário

Além de sofrerem com o alcoolismo, estes indivíduos têm parentes próximos que sofrem de alcoolismo.

Eles começam a beber no final da adolescência e desenvolvem dependência por volta dos 30 anos de idade.

Muitos deles sofrem com transtornos de personalidade, depressão e ansiedade, além de fazer uso de outras substâncias, como cigarro, maconha e cocaína. 

64% dos integrantes desse grupo são homens. Eles costumam ter boa educação e ser ativos no mercado de trabalho, mesmo que a renda não seja alta.

Combinação de álcool com outras drogas ou medicamentos

O álcool pode interferir de diferentes maneiras com medicamentos e com outras drogas ilícitas. 

  • Em alguns casos, o álcool aumenta e amplifica os efeitos do outro medicamento, o que em alguns casos pode ser perigoso. 
  • Em outros, o álcool anula parcial ou totalmente o impacto do medicamento;
  • Por fim, o álcool pode reagir com outra droga e criar impactos totalmente diferentes daqueles esperados com as substâncias originais.

Antibióticos

O maior risco de misturar álcool e antibióticos é o dano hepático, já que ambos são metabolizados no fígado. 

Além disso, muitos antibióticos não funcionarão efetivamente no corpo se alguém consumir álcool durante o tratamento.

Antidepressivos

Antidepressivos e álcool ampliam os impactos um do outro, fazendo com que os usuários de ambos se sintam mais intoxicados do que com o uso isolado de uma ou da outra substância. 

O álcool também pode anular o efeito do antidepressivo, limitando o resultado do tratamento.

Essa combinação também pode causar emoções inesperadas e extremas.

Cocaína

Existe um mito generalizado de que a cocaína e o álcool se anulam. Entretanto, isso está longe de ser verdade. 

Álcool e Cocaína se combinam no corpo para formar uma terceira substância, o Cocaetileno. 

O cocaetileno proporciona um nível de atividade cardiovascular maior do que qualquer uma das duas drogas de forma isolada. Ela coloca extrema pressão e estresse no coração, podendo provocar arritmia, Infarto do Miocárdio e morte.

Bebidas energéticas/cafeína

As bebidas energéticas e a cafeína minimizam alguns dos efeitos adversos provocados pelo álcool, de forma que a pessoa não se dá conta de que bebeu muito. 

Assim, o indivíduo pode consumir níveis potencialmente perigosos de álcool.

 Há também um maior risco de desidratação, o que aumenta o risco de intoxicação por álcool e a gravidade das ressacas. 

Pessoas que misturam álcool com cafeína têm risco duas vezes maior de se machucar, precisar de atenção médica ou aceitar carona de um motorista embriagado do que aqueles que beberam álcool sem cafeína.

Opióides

Misturar álcool com opióides, sejam aqueles usados para o tratamento da dor ou para uso recreativo, é extremamente perigoso.

Entre os opióides, incluem-se o tramadol, a metadona, a morfina, o fentanil e a heroína. 

Álcool e opióides amplificam os efeitos depressivos um do outro, levando a sedação potencialmente fatal e risco de insuficiência respiratória. 

Esta combinação também pode causar sérios danos ao fígado, quando misturados.

Maconha

Misturar maconha e álcool pode causar efeitos graves, incluindo intoxicação grave, tontura, vômito e paranóia. 

A maconha suprime o reflexo de vômito, o que pode deixar os indivíduos intoxicados por álcool incapazes de vomitar.

Por fim, a combinação de maconha com álcool pode resultar em grandes impactos no sistema nervoso central. Isso inclui sintomas como:

  • Oscilações do humor;
  • Julgamento comprometido;
  • Diminuição da atenção, percepção e memória;
  • Coordenação motora prejudicada;
  • Perda de memória.

Benzodiazepínicos

O uso simultâneo de álcool e benzodiazepínicos (um medicamento para dormir) pode levar a uma interação grave.

Isso porque o álcool aumenta a absorção dos benzodiazepínicos, fazendo com que os efeitos ansiolíticos sejam maiores.

Com isso, o indivíduo pode apresentar insuficiência respiratória e, eventualmente, a morte.

Anti-inflamatórios

A interação entre álcool e anti-inflamatórios é perigosa. Esta combinação pode levar a problemas gastrointestinais, desde uma gastrite até a casos mais complicados de úlcera gástrica e hemorragias.

Tratamento do Alcoolismo

O tratamento do alcoolismo é feito pelo Médico Psiquiatra, Ele é mais fácil e mais resolutivo quanto mais precoce ele for iniciado.

O primeiro passo do tratamento envolve a desintoxicação do corpo, o que pode causar sintomas desconfortáveis ​​de abstinência.

Alguns pacientes com alcoolismo grave podem precisar fazer isso em uma clínica de reabilitação, tanto para minimizar o risco de recaídas como para controlar os sintomas de abstinência.

Passada a fase de abstinência, o paciente entra em uma fase de reabilitação. A participação de atividades em grupos, como o Alcoólatras anônimos, é uma excelente alternativa nestes casos.

Para evitar as recaídas, é importante que o afastamento da droga seja acompanhada do afastamento de comportamentos que favorecem o vício.

Isso inclui, entre outras coisas, o afastamento de ambientes onde habitualmente ocorre o consumo da droga. O vazio deixado pela falta da maconha deve ser substituído por hábitos mais saudáveis, como a prática de atividade física.

Outras atividades (inclusive profissionais) que geral alta demanda de estresse e ansiedade tamém devem ser evitadas.

A psicoterapia pode ser uma importante aliada neste processo.

Desintoxicação

A desintoxicação é a primeira etapa do tratamento para o alcoolismo.

Durante esse período, as pessoas com dependência de álcool podem apresentar sintomas de abstinência, como insônia, ansiedade e fadiga.

Quanto mais grave for o transtorno por uso de substâncias, mais demorada será a desintoxicação.

Para pessoas com alcoolismo leve a moderado, os sintomas normalmente começam oito horas após a última bebida, atingem o pico em cerca de 72 horas, e diminuem após cinco a sete dias.

Para aqueles com alcoolismo grave, a desintoxicação pode levar duas semanas ou mais. Alguns destes pacientes podem desenvolver Delirium Tremens.

Esta condição envolve um conjunto de sintomas neurológicos, como confusão, alucinações e tremores.

Os sintomas do delirium tremens geralmente começam cerca de três dias após o início da desintoxicação.

Em geral duram de dois a três dias, mas podem se estender além de oito dias, dependendo da gravidade dos efeitos da abstinência. O delirium tremens pode levar à morte.

Internação em clínica de reabilitação

Passar por uma desintoxicação de álcool em casa pode ser perigoso para alguém com dependência de álcool.

Pessoas com alcoolismo grave e que param de beber repentinamente podem apresentar sintomas perigosos de abstinência do álcool e podem não saber como controla-los.

Nestes casos, poderá ser considerado a internação psiquiatrica. A depender do caso, a internação pode ser voluntária, involuntária ou compulsória.

Medicamentos para tratar o alcoolismo

Os remédios para parar de beber podem ser prescritos com três objetivos:

  • Regular substâncias químicas no cérebro responsáveis pelo aumento da vontade de beber;
  • Reduzir a ansiedade;
  • Aliviar os sintomas da crise de abstinência durante a fase de deintoxicação.

O uso de qualquer uma destas medicações deve ser feita sempre sob orientação do Médico psiquiatra, já que todos eles possuem indicações e contra indicações específicas.

Dissulfiram

O dissulfiram é remédio indicado para o tratamento do alcoolismo crônico e age inibindo as enzimas que decompõem o álcool e que transformam o acetaldeído, um produto intermédio do seu metabolismo, em acetato, que é uma molécula que o organismo consegue eliminar.

Este processo leva ao acúmulo de acetaldeído no organismo, responsável pelos sintomas da ressaca, fazendo com que a pessoa tenha sintomas como vômitos, dor de cabeça, pressão baixa ou dificuldade para respirar, sempre que ingere bebidas alcoólicas, fazendo com que deixe de beber.

Naltrexona

A naltrexona atua inibindo estruturas no cérebro responsáveis pela sensação de prazer ao se consumir bebidas alcoólicas. Desta forma, a pessoa deixa de sentir os efeitos agradáveis do álcool, fazendo com que a vontade de beber.

Acamprosato

O acamprosato é um remédio que age restaurando o equilíbrio de certos neutransmissores excitatórios, como o glutamato, responsáveis pelos sintomas de abstinência ao álcool.

Assim, ele ajuda no controle dos sintomas de abstinência alcoólica.

Nalmefeno

O nalmefeno é um remédio que age regulando substâncias no cérebro responsáveis pelo impulso e vontade de consumir bebidas alcoólicas. Além disso, ele diminui o efeito calmante, sedativo e depressivo do álcool.

Reabilitação

Após o controle dos sintomas da abstinência, o paciente entra em uma fase de reabilitação, que tem como objetivo evitar as recaídas.

A participação em grupos como o Alcoólatras anônimos é uma ótima alternativa.

O objetivo desses programas é oferecer suporte ao paciente, que conviverá com outras pessoas que partilham do mesmo problema, trocando experiências e recebendo auxílio para evitar as recaídas.

O programa é desenvolvido com 12 passos para recuperação do alcoolismo e conta com um sistema de apadrinhamento. Assim, o paciente recebe o suporte de outra pessoa que já frequenta o grupo há mais tempo e estará disponível para conversar, aconselhar e tirar dúvidas.

Psicoterapia

O alcoolismo é uma doença que causa inúmeros danos ao funcionamento de uma pessoa, em diversas áreas de sua vida. 

Isso inclui, entre outras coisas:

  • Perda de emprego;
  • Conflitos familiares;
  • Problemas com a justiça;
  • Isolamento social;
  • Dificuldades financeiras;
  • Violência;
  • Acidentes.

A psicoterapia ajuda o alcoólatra a compreender melhor o seu problema e a gerar maior interesse por hábitos saudáveis de vida.

Isso aumenta a motivação para abandonar o alcoolismo e diminui as chances de recaída.