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Infectologia Pediátrica

O que é a Infectologia Pediátrica?

A infectologia pediátrica é uma especialidade. Médica dedicada ao tratamento de doenças infecciosas em recém-nascidos, bebês, crianças e adolescentes.
Para se tornar um infectologista pediátrico, o médico precisa antes fazer a residência médica em infectologia ou em pediatria, para depois fazer a especialização na infectologia pediátrica.

Infecções em recém-nascidos

As infecções em rescém-nascidos são aquelas que acometem o bebê ainda no primeiro mês de vida.
São infecções muito preocupantes, entre outros motivos por conta da imaturidade do sistema imunológico, o que torna o bebê recém-nascido indefeso contra os agentes infecciosos.
Estas infecções podem ser divididas em três grupos, de acordo com o momento em que ocorre a infecção:

Infecção congênita
Ocorre em algum momento ao longo da gestação a partir de uma mãe contaminada. A infecção pode acontecer por via transplacentária ou por conta da ruptura das membranas.
As consequências destas infecções dependem do agente infeccioso e da idade gestacional, podendo incluir abortamento espontâneo, retardo de crescimento intrauterino, prematuridade, bebê natimorto ou malformações congênitas
As causas mais comuns de infecções congênitas incluem:

Infecção intraparto
A infecção intraparto é aquela que acontece durante o parto, pela passagem do bebê pelo canal de parto infectado.
As causas mais comuns para estas infecções incluem:

Infecção pós-parto
A infecção neonatal pós-parto é aquela que acontece em decorrência do contato do bebê com uma pessoa contaminada ou que acontece pela passagem através do leite materno.
Entre estas infecções, incluem-se:

Febre no bebê e na criança

A febre com duração inferior a sete dias é o motivo principal de cerca de 20% das consultas pediátricas de urgência. Na maior parte das vezes, a duração da febre é inferior a 2 dias.

A maior parte destas crianças e bebês têm uma doença infecciosa em curso (1). Doenças virais são as mais comuns, mas doenças bacterianas também precisam ser consideradas.

Em cerca de 80% dos bebês febris, a causa da febre será caracterizada com base na história clínica e avaliação pelo pediatra. Entre elas, as mais comuns incluem:

Outras causas de febre no bebê são a desidratação e o superaquecimento.

O uso excessivo de vestimentas é comum entre muitos bebês. Uma regra geral prática é vestí-lo com uma única camada extra de roupa além do que seria adequado para uma pessoa adulta.

A desidratação pode estar associada a uma mamada insuficiente. Um indício para isso é a redução no volume urinário. É por isso que o pediatra sempre pergunta quantas fraldas molhadas/sujas o bebê usa por dia.

Em cerca de 20% dos casos de febre em bebes e crianças, nenhuma causa é encontrada. Estes pacientes são então diagnosticados como Febre sem foco.

A imensa maioria deles são portadoras de uma infecção viral benigna. No entanto, uma menor parte pode ser portadora de uma condição denominada de bacteremia oculta.

Alguns pacientes com bacteremia oculta resolverão espontaneamente essa condição, tornando-se afebris; outros persistirão febris e com bacteremia; e um terceiro grupo evoluirá para uma infecção bacteriana focal (inclusive meningite), quando reavaliado 24-48 horas após a consulta inicial (1).

Como regra geral, a febre no bebê menor de três meses exige internação, investigação e tratamento imediato. Diferentes abordagens são adotadas de acordo com a idade, o que discutimos em um artigo específico sobre Febre no bebê e na criança.

Infecção respiratória na infância

Infecção respiratória inclui todo processo infeccioso bacteriano ou viral que acomete o tratato respiratório, incluindo:

  • Rinofaringe (resfriado comum)
  • Amigdalas (amigdalite)
  • Ouvido (otite externa, otite média ou otite interna)
  • Seios paranasais (sinusite)
  • Bronquiolos (bronquiolite)
  • Pulmão (pneumonia).

A infecção respiratória em crianças está entre as principais causas de atendimento em consultórios pediátricos ou serviços de urgência pediátrica.

Existem diferentes tipos de infecções respiratórias que podem acometer a criança. A maioria delas é alto resolutiva e se resolve sem maiores complicações, enquanto outras podem ser graves e exigir internação hospitalar

Para algumas poucas crianças, infecções respiratórias graves ou repetidas levam a danos pulmonares permanentes, resultando em problemas de saúde e incapacidade por toda a vida e, provavelmente, em morte prematura.

Infecção urinária em bebês e crianças

A infecção urinária em crianças se refere ao crescimento e multiplicação de bactérias em qualquer segmento do trato urinário. Isso pode incluir a infecção da da bexiga (cistite) ou dos rins (pielonefrite).

Ela acomete cerca de 12% das crianças até os 12 anos de idade. Entre os lactentes febris, 6% a 8% terão uma infecção urinária (1). Já entre as crianças com infecção urinária aguda, cerca de 30% virão a desenvolver um quadro de infecções urinárias recorrentes (2).

A gravidade é bastante variável. No entanto, crianças com alguma forma de imunodeficiência, crianças muito novas (especialmente no primeiro mês de vida) ou aquelas que apresentam algum outro problema no trato urinário tendem a apresentar um quadro mais grave.

A maior incidência ocorre em crianças entre 3 e 4 anos de idade, sendo mais comum em meninas.

A infecção urinária neonatal é aquela que se desenvolve no bebê de até 28 dias de vida. Ela é bastante preocupante porque o sistema imunológico ainda está bastante imaturo e porque a maior parte dos casos ela corresponde a uma forma grave de infecção urinária, chamada de Pielonefrite (3).

A Pielonefrite pode se curar com cicatrizes nos rins, o que pode levar ao comprometimento da função renal. Diferentemente das crianças mais velhas, a infecção urinária neonatal é mais comum em meninos e geralmente se desenvolve por bactérias que chegam aos rins a partir do sangue (contaminação hematogênica) ou em decorrência de uma malformação do trato urinário (4).