medicina e exercicio
Pesquisar
Pesquisar

Doença Arterial Periférica

O que é a Doença Arterial Periférica?

A doença arterial periférica é uma condição na qual ocorre um acúmulo de placas de gordura e colesterol nas artérias das pernas ou braços. Este acúmulo de placas de gordura é chamado de Aterosclerose.

A Aterosclerose torna mais difícil para o sangue transportar oxigênio e nutrientes para os tecidos nutridos pela artéria acometida.

Além da obstrução que é provocada pelas placas de gordura, a Aterosclerose facilita a formação de trombos. Quando isso acontece, pode haver um entupimento súbito da artéria.

O processo que leva ao desenvolvimento da Doença Arterial Periférica é semelhante ao que acomete outras artérias do corpo, especialmente a Doença Arterial Coronariana e a Doença Vascular Cerebral.

Fatores de risco

O tabagismo é o fator de risco mais importante. De fato, 80% das pessoas com Doença Arterial Periférica são fumantes ou ex-fumantes (1).

Embora sejam condições diferentes, é comum que o paciente com Doença Arterial Periférica também tenha Doença Arterial Coronariana.

Aproximadamente 30% dos pacientes com Doença Arterial Coronariana também têm Doença Arterial Periférica (2).

Da mesma forma, outras doenças ateroscleróticas, como o Acidente Vascular Cerebral, também aumentam o risco para Doença Arterial Periférica.

Outros fatores de risco incluem:

  • Colesterol alto;
  • Distúrbios de coagulação do sangue;
  • Diabetes;
  • Idade de 50 anos ou mais;
  • Negros;
  • Obesidade, especialmente a obesidade abdominal;
  • Doenças renais.

Qual a associação de Doença Arterial Periférica e Tabagismo?

O uso de tabaco aumenta o risco de Doença Arterial Periférica em 400%. Além disso, os tabagistas costumam desenvolver a doença em média dez anos mais precoce do que os não fumantes, além de desenvolverem doença mais grave.

O risco de amputação em decorrência da Doença Arterial Periférica é duas vezes mais quando comparado com não fumantes (3).

Sinais e sintomas da Doença Arterial Periférica

Metade das pessoas com doença vascular periférica não apresenta sintomas ou apresenta apenas sintomas atípicos (4). Entretanto, quando presente, o sintoma mais característico é chamado de “Claudicação”.

Claudicação é um termo médico que se refere à dor nas nádegas, coxas ou panturrilhas que surge com a caminhada ou o exercício e que desaparece com o repouso.

A dor ocorre porque os músculos das pernas não estão recebendo oxigênio suficiente.

Além da dor, o paciente pode referir Dormência, fraqueza ou cansaço.

Com a piora da obstrução arterial, estes sintomas podem ser sentidos com menos esforço ou mesmo no repouso.

Complicações

Úlceras

A doença arterial periférica aumenta o risco de desenvolver uma ferida que não cicatriza nas pernas ou nos pés.

Em casos mais graves, essas feridas podem levar à morte tecidual, caracterizando a gangrena muscular.

As feridas não cicatrizadas correm grande risco de se infectarem, podendo levar a complicações como a Celulite Infecciosa ou mesmo a Osteomielite.

Quando a lesão tecidual é muito extensa, a amputação poderá eventualmente ser indicada. Isso é mais comum no caso de pacientes diabéticos.

Complicações da Aterosclerose

Os perigos da Doença Arterial Periférica vão muito além das dificuldades para caminhar e dos problemas locais.

A maior preocupação é com outras condições associadas à Aterosclerose que podem se desenvolver de forma assintomática. Dependendo do local de acometimento das artérias, algumas complicações que podem acontecer incluem:

Tratamento

Os objetivos do tratamento da Doença Arterial Periférica incluem:

  • Evitar a progressão da oclusão arterial;
  • Melhora dos sintomas;
  • Redução no risco de Infarto Agudo do Miocárdio ou de Acidente Vascular Cerebral

Isso é feito por meio da adoção de um estilo de vida mais saudável combinado com medicamentos para controle do colesterol, da Hipertensão Arterial, Diabetes e outros fatores de risco cardiovasculares. Além disso, medicamentos podem ser indicados para evitar os fenômenos tromboembólicos.

Procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos podem ser considerados em casos mais graves, quando os outros métodos descritos acima não forem suficientes para prover a melhora nos sintomas.

Mudanças de estilo de vida

O tratamento inicial da Doença Arterial Periférica envolve principalmente algumas medidas para melhora no estilo de vida, incluindo

  • Abandono do tabagismo.
  • Dieta rica em Fibras Alimentares e pobre em colesterol, gordura, açúcares e sódio.
  • Obtenção de um peso adequado.
  • Prática regular de atividades físicas.
  • Redução do estresse.

Medicamentos

O tratamento medicamentoso da Doença Arterial Periférica pode incluir:

  • Medicamentos anti-hipertensivos;
  • Estatinas, para o controle do Colesterol Alto;
  • Medicamentos para o Diabetes;
  • Antiagregantes plaquetários, como a Aspirina ou o Clopidogel, para a redução no risco de ataque cardíaco e derrame.

Tratamentos minimamente invasivos ou cirúrgicos

Tratamentos intervencionistas minimamente invasivos ou cirúrgicos podem ser considerados em casos de Doença Arterial Periférica avançada que causa dor intensa e mobilidade limitada.

Entre estes procedimentos, incluem-se:

Angioplastia com balão

A angioplastia com balão se inicia com a introdução de um cateter através da artéria femoral (virilha), que é direcionado até a artéria obstruída.

A seguir, um balão é introduzido por dentro do cateter até a área de obstrução. Este balão é habitualmente envolto por uma malha metálica denominada de stent.

Uma vez atravessado a obstrução, o balão é insuflado, comprimindo a parede e desobstruindo a artéria. Ele é então desinflado e retirado, deixando o stent para trás.

O stent atua como um suporte interno para manter uma força de compressão sobre a placa de aterosclerose da artéria, reduzindo o risco de ela voltar a se estreitar.

Além disso, o stent pode ser revestido com medicamentos que são gradativamente liberados na circulação, diminuindo a probabilidade de formação de novos coágulos na artéria.

Cirurgia de bypass

A cirurgia de Bypass para a Doença Arterial Periférica é semelhante ao que é feito no bypass cardíaco, também conhecido como ponte de safena.

Um pedaço saudável da veia safena é retirado da perna e colocado na área obstruída da perna. A ponte produz uma “via paralela” por onde o sangue pode passar para ultrapassar uma parte da artéria seriamente comprometida pela Aterosclerose.

Após a Ponte de Safena, o sangue passa a nutrir o coração por dois caminhos: o original, que possui a lesão, e a ponte.