Arritmia Cardíaca
O que é a arritmia cardíaca?
A arritmia cardíaca é uma condição em que o coração passa a bater fora do ritmo.
Na maior parte das vezes, isso acontece porque os impulsos elétricos que controlam os batimentos do coração não são gerados ou não conseguem exercer sua função corretamente. Com isso, o coração acelera ou freia suas batidas de forma irregular.
Ela pode afetar pessoas aparentemente saudáveis, homens e mulheres e em qualquer idade.
Existem diferentes tipos de arritmia cardíaca, cada uma delas com implicações clínicas específicas. Assim, a identificação do tipo de arritmia é fundamental para caracterizar o prognóstico e para a escolha do tratamento.
A gravidade da arritmia não tem relação direta com a intensidade dos sintomas. Algumas arritmias bastante perigosas podem ser assintomáticas, enquanto outras sem maiores consequências podem causar queixas facilmente reconhecíveis.
As circunstâncias em que a arritmia acontece é um elemento crítico na definição do prognóstico e do tratamento.
São fatores que pioram o prognóstico do paciente com arritmia (1):
- Histórico de morte súbita abortada;
- Infarto do miocárdio prévio;
- Miocardiopatias;
- Outras doenças cardíacas.
O que o paciente sente?
A Arritmia cardíaca pode se manifestar de diferentes formas:
- Muitos pacientes são assintomáticos. Isso significa que ele apenas descobre a arritmia fazendo uma avaliação cardiológica de rotina. Muitos simplismente não sabem que têm arritmia;
- Quando sintomáticos, a queixa mais comum é a palpitação. Neste caso, a pessoa percebe os batimentos acelerados do coração;
- Em algumas pessoas, a arritmia afeta de forma significativa a função cardíaca. isso pode variar desde uma diminuição na tolerância aos esforços até quadros mais graves, que podem levar à parada cardíaca e morte.
Quando a arritmia cardíaca prejudica a eficiência do coração em bombear o sangue, podem aparecer sintomas relacionados à má perfusão.
Os primeiros órgãos a sofrerem com a má perfusão são o coração e o cérebro. Assim, os sinais mais comuns relacionados à má perfusão incluem:
- Sinais da má perfusão cardíaca: angina, fraqueza, mal-estar geral;
- Sinais de má perfusão cerebral: tontura, desmaio;
Quais as causas da Arritmia Cardíaca?
As arritmias são habitualmente causadas por alterações ou danos no sistema de condução elétrica do coração.
A principal causa para isso são as doenças cardíacas, incluindo:
- Doença arterial coronariana;
- Sequela de Infarto do miocárdio;
- Valvulopatias;
- Insuficiência cardíaca;
- Doenças cardíacas de origem congênita.
Outros fatores que podem desencadear a arritmia incluem:
- Doenças da tireoide (hipertireoidismo ou hipotireoidismo);
- Cafeína;
- Uso de drogas ilícitas;
- Medicamentos vendidos com ou sem receita médica
Além disso, muitos pacientes desenvolvem a arritmia cardíaca sem que se encontre nenhuma causa aparente. Isso é especialmente comum entre os idosos.
Como a Arritmia Cardíaca é diagnosticada?
O eletrocardiograma (ECG) é o principal método diagnóstico para detectar arritmias e determinar sua causa. Ele fornece uma representação gráfica da produção de corrente elétrica a cada batida do coração.
A principal limitação do eletrocardiograma clássico é que ele registra o ritmo cardíaco no repouso e durante um espaço de tempo muito curto, ao passo que muitas arritmias se desenvolvem de forma esporádica ou durante o esforço.
A monitorização prolongada por meio de um aparelho de eletrocardiograma portátil (Holter) é uma forma de se avaliar arritmias que ocorrem de forma mais esporádica. O monitor do holter é geralmente utilizado continuamente durante 24 a 48 horas.
O teste de esforço cardiopulmonar (teste ergométrico) é um exame no qual o paciente realiza um esforço progressivo até a exaustão, tendo a atividade elétrica do coração monitorada ao longo do exame. As arritmias podem aparecer tanto durante o esforço como no período de recuperação.
Quais as complicações das arritmias?
A maioria das arritmias não são graves e não causam complicações.
No entanto, complicações graves podem ocorrer em decorrência da incapacidade de o coração manter sua função normal e, também, porque algumas delas podem favorecer a formação de coágulos.
Acidente Vascular Cerebral
A arritimia também causa alteração do fluxo do sangue, podendo propiciar a formação de trombos. Estes trombos podem se deslocar a causar danos locais ou a distância.
- Quando as artérias coronárias do coração são intupidas pelos trombos, o paciente pode desenvolver o Infarto do Miocárdio;
- Quando as artérias do cérebro são acometidas, o paciente pode apresentar Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Infelizmente, tanto o AVC como o Infarto do miocárdio podem ser a primeira manifestação de certos tipos de arritmia cardíaca.
Medicamentos anticoagulantes podem diminuir significativamente tanto o risco tanto de AVC como danos a outros órgãos causados por coágulos sanguíneos. Eles podem ser indicados a depender do tipo de arritmia cardíaca do paciente.
Parada cardíaca
A parada cardíaca acontece quando a arritmia afeta a função do coração de forma significativa e impede que o mesmo continue a bombear o sangue para o restante do corpo.
As formas mais comuns de arritmia que levam `parada cardíaca são a Taquicardia ventricular sustentada e fibrilação ventricular.
Quais os tratamentos para a Arritmia Cardíaca?
Nem todas as formas de arritmia precisam ser tratadas.
O tratamento é indicado nas seguintes condições:
- Sintomas significativos decorrente do comprometimento da função cardíaca;
- Tipos de arritmia com risco significativo de piora ou de evoluirem com complicações.
Diversas opções de tratamento estão disponíveis nestes casos, incluindo:
Manobras vagais
As manobras vagais são movimentos específicos que uma pessoa pode realizar com o objetivo de interromper uma taquicardia ventricular, por exemplo.
Estas manobras atuam sobre o nervo vago, parte do sistema nervoso autônomo. O nervo vago tem diversas funções, entre elas a de diminuir a frequência cardíaca.
As principais formas de manobras vagais são a massagem do seio carotídeo e a manobra de valsalva.
Medicamentos
São especialmente eficazes na redução do número de episódios de taquicardia.
Diferentes tipos de medicações antiarrítmicas podem ser indicadas a depender de qual a causa e o tipo da arritmia, incluindo:
- Blqueadores dos canais de cálcio;
- Betabloqueadores;
- Bloqueadores dos canais de potássio.
Ablação
Em alguns casos, a arritmia está associada a uma alteração do tecido cardíaco.
Estas alteraçoes podem levar, por exemplo, à recondução do estímulo elétrico ou ao disparo de um estímulo elétrico a partir de um local incomum.
A ablação, desta forma, é um procedimento no qual se busca destruir estes focos anômalos de disparo do estímulo elétrico, o que geralmente corrige a arritmia.
Cardioversor-desfibrilador implantável (CDI)
O CDI é um dispositivo implantado no corpo do paciente, capaz de monitorar o ritmo cardíaco.
Uma vez que o aparelho detecte um ritmo passível de desfibrilação, ele dispara um choque automaticamente, p qual estimulará o coração a retornar ao seu ritmo normal.
O CDI é indicado para pacientes com alto risco para desenvolver arritmias que coloquem em risco a vida.
Marcapasso
O marcapasso cardíaco é um pequeno dispositivo implantável, capaz de monitorar o ritmo cardíaco e estimular o coração. Seu principal objetivo é evitar que os batimentos fiquem abaixo do considerado ideal.
Ele é indicado para pacientes com bradiarritmias sintomáticas e que não respondem ao tratamento convencional.