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Rinite

O que é rinite?

Rinite é uma palavra derivada do grego RHINOS, “nariz”, mais o sufixo -ITIS, usado para caracterizar um processo inflamatório.

Assim, podemos dizer que ela é uma condição que pode estar associada a diferentes problemas que têm, em comum, a inflamação nasal.

Como regra geral, o paciente apresenta congestão nasal (nariz entupido) ou coriza (corrimento nasal). Espirros e coceira também costuma estar presentes nos casos de rinite alérgica.

Secundariamente, pode haver acometimento de estruturas próximas, especialmente olhos, ouvidos ou garganta.

Quais os tipos de rinite?

A rinite pode ser classificada quanto a causa em dois tipos: alérgica ou não alérgica. Existem diferentes causas para cada um destes tipos de rinite.

Rinite alérgica

As Rinites alérgicas podem ser subdivididas quanto à sua periodicidade em dois tipos:

  • Rinite sazonal: conhecida também como “febre dos fenos”, se caracteriza por uma alergia aos grãos de pólen. Os pólenes das árvores costumam causar sintomas na primavera, os pólenes das gramíneas no verão e os das ervas no início do outono.
  • Rinite perene: ocorre durante todo o ano, sendo a Alergia a ácaros e a Alergia a cachorro ou gato as principais causas. Ela costuma ter início na infância e a sua evolução é menos favorável do que a rinite alérgica sazonal.

Rinite não alérgica

A rinite é classificada como não alérgica quando ela não é causada por uma resposta exacerbada do sistema imunológico.

Existem diferentes causas para isso, incluindo:

  • Infecção (mais comumente a Rinite viral, que é o resfriado comum)
  • Rinite medicamentosa;
  • Alterações hormonais (especialmente na gestação)
  • Rinite vasomotora (idiopática): decorrente de baixa temperatura, odor forte, especiarias, fumaça, outros irritantes

Diagnóstico

O diagnóstico das diferentes causas deve ser considerado principalmente a partir da história clínica.

Em alguns casos, pode haver dificuldade com a diferenciação dos quadros alérgicos e não alérgicos.

Quando isso acontece, o Teste cutâneo é o método preferido para fazer esta diferenciação e identificar os diferentes tipos de alérgenos inalantes (2).

O exame de sangue para alergia, com dosagem da IgE, pode ser considerado em algumas situações no qual o teste cutâneo não pode ser realizado, como na presença de um rush cutâneo.

Em alguns casos, uma tomografia computadorizada dos seios da face pode ser necessária para excluir sinusite crônica ou Polipose nasal.

Complicações

Crise asmática

Pacientes com asma apresentam risco aumentado para rinite. Por outro lado, a rinite faz com que a respiração pelo nariz seja mais difícil. 

Respirando pela boca, o ar não é aquecido, filtrado ou umidificado antes de entrar nos pulmões, o que pode ser um desencadeante para a crise asmática.

Controlar a rinite alérgica pode ajudar a controlar a asma em algumas pessoas.

Rinoconjuntivite

Rinoconjuntivite alérgica é uma condição frequentemente subdiagnosticada, sendo a forma mais comum e mais branda dentre as alergias oculares. 

Os sintomas e sinais incluem:

  • Prurido ocular;
  • Fotossensibilidade;
  • Lacrimejamento;
  • Vermelhidão e edema palpebral. 

O tratamento inclui compressas com água filtrada gelada, colírios de lágrima artificial e uso de óculos de sol com proteção UV (melhorando a fotossensibilidade). Eventualmente, poderá ser usado um colírio à base de antihistamínicos. 

Otite

A obstrução nasal pode provocar uma otite (inflamação dos ouvidos) devido à comunicação entre a cavidade nasal e o ouvido, pela tuba auditiva. 

Quando a secreção retida no nariz “sobe” ao ouvido pela tuba auditiva, o paciente apresenta dor e sensação de ouvido tampado.

Pacientes com rinite alérgica têm, potencialmente, maiores riscos de apresentarem disfunção tubária, principalmente durante a infância. 

Problemas com o sono

A rinite interfere diretamente na qualidade do sono, já que a obstrução nasal pode fazer com que a pessoa acorde várias vezes durante a noite. Além da Insônia, ela pode também provocar respiração bucal e roncos.

Tratamento da Rinite

A escolha do tratamento envolve o tratamento da causa e também o alívio sintomático.

O tratamento da causa deve incluir a prevenção de exposição aos alérgenos (no caso da rinite alérgica) ou aos irritantes (no caso da Rinite vasomotora). 

Dependendo do caso (especialmente na rinite atrófica) o tratamento cirúrgico pode ser considerado.

Já para o alívio sintomático, podem ser consideradas as medicações a baixo:

Soluções salinas

A solução salina em gotas ou em spray é composta por cloreto de sódio 0,9 combinado com água estéril. Ela auxilia na limpeza nasal, ajudando a eliminar as substâncias irritantes e os alérgenos. 

Além disso, também contribui para a fluidificar a secreção nasal, aliviando a sensação de nariz entupido ou escorrendo.

Alguns exemplos de soluções salinas vendidas comercialmente são:

  • Salsep; 
  • Rinosoro;
  • Sorine;
  • Maresis. 

Além disso, o soro fisiológico pode ser usado por meio de uma seringa.

Anti-histamínicos

Os anti-histamínicos são medicamentos que se baseiam no bloqueio da ação da histamina, substância que provoca dilatação dos vasos sanguíneos da pele e muitos dos sintomas tipicamente relacionados a processos alérgicos.

São medicamentos indicados especialmente nos casos de doerá de origem alérgica. 

Os anti-histamínicos que são habitualmente usados no tratamento da rinite incluem:

  • Fexofenadina (Allegra ou Altiva);
  • Maleato de dexclorfeniramina (Polaramine ou Histamin);
  • Loratadina (Claritin ou Loratamed);
  • Desloratadina (Desalex, Sigmaliv);
  • Hidroxizina xarope ou comprimido (Hixizine);
  • Prometazina (Fenergan ou Profergan).

Corticoides nasais

Os corticoides na forma de spray nasal agem reduzindo a inflamação e o inchaço da mucosa nasal. Com isso, espera-se um alívio de sintomas como congestão, coriza e espirros. 

São exemplos e corticoides nasais usados para a rinite:

  • Beclometasona;
  • Fluticasona;
  • Budesonida.

Descongestionantes

Os descongestionantes orais como a pseudoefedrina atuam causando vasoconstrição e consequente diminuição no fluxo sanguíneo na mucosa nasal. Isso leva a uma redução da inflamação da mucosa nasal e na produção de muco.

São exemplos de descongestionantes:

  • Comprimidos de pseudoefedrina (Sudafed). São contraindicados em hipertensos
  • Sprays nasais de oximetazolina (Drixine).
  • Spray nasal de xilometazolina (Otrovine).

O uso destes medicamentos não deve ser feito por mais de cinco dias, já que podem provocar uma Rinite Medicamentosa e uma congestão rebote.