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Primeira Consulta com o Ginecologista

Quem precisa fazer a avaliação ginecológica de rotina?

A avaliação ginecológica de rotina deve ser feita por toda mulher sexualmente ativa e por todas as mulheres acima de 18 anos, independente da atividade sexual.

Entretanto, qualquer garota poderá se beneficiar de uma consulta com o ginecologista após os primeiros sinais da puberdade.

É natural que nesta fase da vida se passe a ter interesses relacionados à vida sexual. Eventualmente, você pode estar considerando a possibilidade de iniciar uma relação íntima. Para isso, o ginecologista poderá tirar muitas das suas dúvidas.

Você poderá questioná-lo sobre assuntos como impotência sexual, masturbação, excitação ou sonhos eróticos, por exemplo.

Poderá também querer tirar dúvidas sobre métodos anticoncepcionais, prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis e outros cuidados para quando chegar o momento da primeira relação sexual.

Toda garota tem direito adquirido por lei de entrar na consulta com o seu ginecologista sem qualquer acompanhante, mesmo quando menor de idade.

Vergonha do ginecologista?

Não há dúvidas de que a primeira consulta ou mesmo as consultas posteriores com o ginecologista pode ser bastante constrangedora para muitas mulheres e meninas.

Faz parte da função do ginecologista tentar minimizar este estresse.

Se o medo está relacionado ao toque e ao exame das partes íntimas, fique tranquila.

Habitualmente, a primeira consulta é mais um momento para conversa, onde você poderá tirar as dúvidas que mais te aflingem. O exame físico ginecológico não costuma ser feito em mulheres de baixo risco neste primeiro momento.

A vida sexual das meninas é muito variada. Por mais bizarro que seja suas dúvidas ou mesmo algum comportamento seu, muito provavelmente seu médico já terá escutado muitas histórias como a sua. Ele nunca deverá julgá-la por isso.

O ginecologista buscará te deixar à vontade para falar o que quiser. Entretanto, você não deverá ser forçada a falar sobre o que não quer.

Caso tenha algo que você não se sinta à vontade para falar em uma primeira consulta, simplesmente diga isso ao médico.

Seus pais ficarão sabendo?

O médico deve guardar sigilo dos assuntos conversados durante a consulta, a menos em casos de doenças e complicações que envolvam riscos.

Segundo o Artigo 74 do Código de Ética Médica, “É vedado ao médico revelar segredo profissional referente ao paciente menor de idade, inclusive seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de avaliar o seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para solucioná-los, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente”.

Como é feita a consulta ginecológica?

A consulta ginecológica de rotina é habitualmente dividida em duas partes: a história clínica ginecológica e o exame físico ginecológico (Exame pélvico).

Entretanto, o exame físico nem sempre será feito. Isso é válido especialmente para as mulheres de baixo risco.

Alguns especialistas recomendam que os pacientes menores de 21 anos só façam exames pélvicos na presença de sintomas, sendo feito de rotina naquelas maiores de 21 anos.

Muitos não realizam o exame já na primeira consulta, para que a mulher se prepare melhor para este momento.

A decisão sobre a necessidade e a frequência desses exames deve ser tomada individualmente e não deve desrespeitar o desejo da paciente.

História clínica ginecológica

A história ginecológica deve abordar diferentes assuntos relacionados à saúde do aparelho reprodutivo da mulher, incluindo:

  • Eventuais queixas ginecológicas atuais;
  • Histórico de sintomas, problemas ou tratamentos ginecológicos passados;
  • Histórico menstrual;
  • Histórico sexual.
  • Histórico obstétrico;

Queixas ginecológicas atuais

O ginecologista abordará a mulher quanto às características de eventuais queixas. Isso será importante para que ele entenda melhor o problema e possa chegar ao diagnóstico e tratamento adequado.

Isso inclui, por exemplo:

  • Dor pélvica: localização, duração, intensidade, fatores de melhora ou piora da dor;
  • Sangramento vaginal anormal: quantidade, duração e correlação com o ciclo menstrual;
  • Corrimento vaginal: cor, odor, consistência, coceira;

Queixas urinárias: dor ao urinar, ardência, icontinência urinária.

Histórico ginecológico

Menstruação é o processo de descamação das paredes internas do útero que acontece a cada ciclo menstrual, quando não há fecundação. O sangue, juntamente com os restos do tecido uterino, escorre através do colo do útero e sai do corpo pela vagina.

A maioria das mulheres sangra por três a cinco dias, mas um período entre dois e sete dias ainda é considerado normal.

O ciclo menstrual é o período que se inicia no primeiro dia de menstruação e termina assim que a mulher volta a menstruar. Ele é considerado normal quando tem duração de 21 a 35 dias, sendo que a maioria das mulheres têm um ciclo de aproximadamente 28 dias.

A perda média é de 30mL, mas podendo variar entre 13 e 80mL. O sangramento tende a ser maior no segundo dia.

Cólicas são comuns no dia anterior ou no primeiro dia do fluxo. Ela pode ou não ser acompanhada de outros sintomas.

Para avaliar a saúde menstrual da mulher, o ginecologista fará perguntas como:

  • Idade da primeira menstruação;
  • Número de dias, cor e volume do fluxo
  • Duração e regularidade dos intervalos entre os ciclos
  • Qualquer sintoma que ocorra com o fluxo, p. ex., cólicas e diarreia

Histórico sexual

A história sexual deve incluir os seguintes questionamentos, tanto do momento atual como do passado:

  • Frequência da atividade sexual
  • Número e sexo dos parceiros
  • Uso de métodos contraceptivos
  • Participação em relacionamento sexual não seguro
  • Sintomas relacionados à atividade sexual: prazer, orgasmo, dor

Mais uma vez, esta é uma parte que traz bastante desconforto para muitas mulheres, especialmente em uma primeira consulta.

Muitas deixam de procurar o ginecologista justamente pela apreensão de ter que falar sobre sua vida sexual.

Coso você não se julgue preparada para falar sobre isso neste primeiro momento, não precisa deixar de se consultar. Simplesmente diga isso ao médico, que sua vontade será respeitada.

Exame físico ginecológico (Exame pélvico)

O exame pélvico é feito com a paciente deitada de barriga para cima na mesa de exame e com as pernas abertas e apoiadas em perneiras específicas. As partes íntimas geralmente permanecem cobertas, exceto quando em algum momento o ginecologista precisa visualizar a genitália.

Muitas vezes, um segundo profissional estará acompanhando o exame. Isso é válido principalmente quando o examinador for do sexo masculino.

A paciente deve ser orientada a esvaziar a bexiga antes do exame, exceto em casos em que se objetiva avaliar queixa de incontinência urinária.

O exame pélvico inclui:

Ectoscopia

Refere-se à inspeção da parte externa da genitália feminina. O ginecologista busca avaliar sinais de hiperemia, edema, escoriações, manchas e lesões, como úlceras, pústulas, nódulos, verrugas e tumores.

Exame especular

O espéculo é um instrumento médico que é introduzido na vagina para permitir a da mucosa vaginal pelo ginecologista. Ele permite também a coleta do exame de Papanicolau, quando indicado.

Exame bimanual

Nesta parte do exame, os dedos indicador e médio da mão dominante são inseridos através da vagina para a palpação do colo do útetro.

Ao mesmo tempo, a outra mão é posicionada logo acima do púbis, pressionando a região pélvica para baixo.

Ela permite avaliar o tamanho, posição e consistência do útero e, se possível, dos ovários.