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Fisioterapia para o Quadril

Qual a importância da fisioterapia para o quadril?

O quadril e uma articulação profunda e uma das mais estáveis do corpo humano. No entanto, os movimentos da articulação são também fundamentais para grande parte das atividades do dia a dia.

A musculatura que envolve o quadril está entre as mais fortes do nosso corpo, o que é necessário para fornecer uma boa base de apoio para os movimentos dos membros inferiores e também da coluna.

Quando força, mobilidade ou estabilidade estão comprometidos, diferentes estruturas podem ser sobrecarregadas, gerando dor, limitações funcionais e, eventualmente, lesões ao redor do quadril.

Quais os principais desafios para a fisioterapia do quadril?

O maior desafio no tratamento das dores ao redor do quadril é a correta identificação da causa da dor.

O quadril envolve um conjunto muito grande de estruturas localizadas profundamente na articulação, de forma que são pouco acessíveis para o examinador.

Quando não estão funcionando bem, estas estruturas podem provocar dor glútea, dor lateral ou dor anterior no quadril.

Muitas destas dores podem, também, estar relacionadas a problemas na coluna (ainda que sejam sentidas no quadril).

Os testes clínicos são na maior parte das vezes pouco específicos, o que significa que podem estar alterados por muitos motivos diferentes.

Exames de imagem podem ser completamente normais. Além disso, podem também mostrar alterações que não têm qualquer relação direta com a queixa do paciente.

Isso significa, por exemplo, que uma pessoa pode ter uma tendinite glútea vista nos exames, embora a dor não tenha qualquer relação com esta tendinite.

Quais as etapas da fisioterapia para o quadril?

Como regra geral, a fisioterapia para o quadril pode ser dividida em três fases:

  1. Controle da dorEsta etapa envolve uma série de procedimentos que têm como objetivo principal o alívio da dor e da inflamação.A ideia é que o paciente volta a ter mobilidade o mais próximo do normal possível, com o mínimo de desconforto. Desta forma, espera-se que a dor não mais seja um problema no caso de atividades do dia a dia, que não exijam grandes esforços.

    Em um paciente com dor glútea, por exemplo, isso significa caminhar, subir e descer escada ou se levantar de uma cadeira sem grandes dificuldades.

    Diferentes técnicas de manipulação ou aparelhos podem ser utilizados nesta etapa.

  2. Correção dos desequilíbriosÀ medida em que a dor melhora, o objetivo da fisioterapia passa a ser corrigir desequilíbrios de força e de mobilidade, além dos movimentos básicos.Muitas pessoas param de fazer a fisioterapia por acreditar que, já que o objetivo é fortalecer, poderá fazer isso de forma independente na academia. No entanto, é preciso considerar que pessoas muito fortes eventualmente também apresentam dor no quadril. Ou seja, é possível que o paciente consiga de fato ganhar força, mas que isso não melhore a dor.

    Mais do que um fortalecimento global, o objetivo aqui é corrigir posturas, vícios e desequilíbrios que contribuam para a dor.

    Casos em que a perda de força seja mais significativa muitas vezes apresentam um padrão misto de perda de força, que envolve tanto a atrofia da musculatura como a inibição neuromuscular. O uso de Estimulação Elétrica Funcional (FES) pode ser uma opção interessante nestes casos.

    Treino postural e de estabilidade são muito importantes nesta fase. Uma possibilidade, neste caso, é agregar técnicas como o pilates ou o RPG no processo de reabilitação.

  3. Correção funcionalEsta é uma etapa de transição para retorno ao esporte, quando for o caso. Uma vez que a musculatura esteja razoavelmente equilibrada e funcional, o objetivo é melhorar o padrão do gesto esportivo, incluindo saltos, agachamentos, treino de equilíbrio, corrida com ou sem mudanças de direção, aceleração e desaceleração.Em muitos casos, o fisioterapeuta já trabalha nesta fase em conjunto com o técnico, preparador físico ou treinador do paciente, para um retorno gradual ao esporte.
  4. Transição das etapasAinda que didaticamente a reabilitação possa ser dividida nas três fases descritas acima, na prática a transição acaba sendo mais gradual. Assim, não é necessário que uma pessoa esteja completamente sem dor para passar da etapa 1 para a etapa 2.No entanto, técnicas analgésicas vão se tornando menos necessárias ao mesmo tempo em que os exercícios para correção de desequilíbrio vão ganhando mais importância.

    Da mesma forma, nem todos os pacientes precisam passar por todas estas etapas. Algumas pessoas podem iniciar a fisioterapia para o quadril diretamente na etapa 2 ou 3, enquanto outros podem não precisar evoluir até a terceira etapa.

Qual a frequência da fisioterapia para o quadril?

A frequência da fisioterapia depende das necessidades do paciente e da fase de reabilitação em que ela se encontra. Para a maioria das pessoas, uma programação de duas a três vezes por semana costuma ser adequado.

Menos do que duas vezes por semana costuma ser pouco. No entanto, os ganhos adicionais em se fazer a fisioterapia mais do que 3 vezes por semana costumam ser pouco significativos para a maior parte das pessoas – embora isso possa ser considerado em algumas situações e momentos específicos.

Artrose do quadril

A Artrose no quadril é um termo que se refere ao desgaste da cartilagem que envolve esta articulação.

Nenhum tratamento disponível atualmente é capaz de regredir ou interromper a progressão da Artrose do quadril.

No entanto, é preciso considerar que algumas pessoas com artrose bastante avançada conseguem manter uma prática esportiva intensa com relativamente pouca limitação, ao passo que pessoas com artrose bem mais leve podem ter dificuldade mesmo para atividades domésticas simples.

O objetivo da fisioterapia, nestes casos, é fazer com que o paciente tenha o mínimo de dor e limitações, apesar da artrose.

Além da melhora da dor, a fisioterapia para a artrose do quadril tem por objetivo o ganho de mobilidade articular, ganho de força e reequilíbrio da musculatura responsável pela estabilização do quadril;

Dor glútea

A dor glútea pode ser causada por diferentes condições, incluindo:

Mesmo com toda a rotina investigativa seja adequadamente feita, nem sempre é possível estabelecer com segurança a causa da dor.

Ainda assim, um trabalho de reabilitação pode trazer uma melhora significativa em grande parte destes casos.

Este costuma ser o primeiro passo antes de o cirurgião de quadril partir par métodos mais invasivos de diagnóstico e tratamento.

Bursite trocantérica

A bursite trocantérica se refere à inflamação da gordura que protege o trocanter, que é a proeminência óssea na lateral do quadril.

O diagnóstico costuma ser feito sem maiores dificuldades, bem como o tratamento fisioterapêutico inicial para alívio da dor.

No entanto, é fundamental que o fisioterapeuta busque identificar e tratar todos os desequilíbrios e descompensações funcionais que possam eventualmente estar contribuindo para o desenvolvimento da dor, para que este alívio seja sustentado no médio e longo prazo. Isso é válido especialmente nos casos com dores de longa duração.

Pubalgia

A Pubalgia se caracteriza pela presença de dor na região baixa do abdômen, púbis ou virilha. É um problema comum entre atletas e especialmente comum no futebol.

Ela não é um problema único, mas sim um conjunto de diferentes problemas que podem acontecer em estruturas próximas umas das outras, com mecanismo de lesões parecidos e que podem eventualmente coexistir no mesmo atleta (2).

A fisioterapia costuma trazer uma melhora significativa para a maioria destes pacientes.