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Tendinite do Bíceps

Tendinite do Bíceps

A Tendinite do Bíceps Braquial é a inflamação que ocorre ao redor da cabeça longa do músculo bíceps, na parte da frente do ombro.

Ela pode ocorrer devido ao uso excessivo (especialmente entre atletas maiores do que 35 anos) ou em pacientes não atletas com mais de 65 anos (1).

A Tendinite do Bíceps frequentemente acompanha outras patologias do ombro, especialmente a Lesão do Manguito Rotador, Lesão SLAP e a Luxação Recidivante do Ombro.


Anatomia


O bíceps braquial tem duas origens distintas junto ao ombro:

  • Cabeça longa: tem origem no tubérculo supraglenoidal da escápula junto ao labrum da glenoide e atravessa a cabeça do úmero dentro da articulação do ombro. O tendão então desce pelo úmero através do sulco intertubercular, onde é mantido no lugar pelo ligamento transverso do úmero. Esta é a porção mais suscetível para as tendinites;
  • Cabeça curta: Tem origem na ponta do processo coracóide da escápula e geralmente não é suscetível à tendinite.

bíceps 1

Qual a causa da Tendinite do Bíceps?

A inflamação ou degeneração do tendão que ocorre ao longo do sulco intertubercular (bicipital) é chamada de tendinite primária do bíceps e ocorre em 5% dos pacientes, sendo que os atletas de arremesso ou de esportes de raquete (tênis, squash, badminton) são especialmente vulneráveis para o problema.

Os outros 95% apresentam acometimento do bíceps associado à ruptura do manguito rotador ou à lesão SLAP e estão associados a uma mecânica de movimento alterada no ombro.


O que o paciente sente?

Pacientes com Tendinite do Bíceps geralmente relatam um início insidioso de desconforto ao redor da região do tendão envolvido – uma dor latejante e profunda na parte da frente do ombro.

A dor está associada a movimentos com a mão acima da altura da cabeça, bem como ao puxar e empurrar objetos ou levantar pesos.

Ela tende a piorar à noite, especialmente ao dormir sobre o ombro afetado. A flexão do cotovelo também pode desencadear a dor.


Tratamento não cirúrgico


A Tendinite do Bíceps muitas vezes é vista como parte do desgaste da articulação em pacientes sem qualquer tipo de queixa. O objetivo do tratamento não cirúrgico é o de transformar a tendinopatia dolorosa em uma tendinopatia assintomática.

Em uma fase aguda de dor, o tratamento deve envolver o uso de gelo, medicações anti-inflamatórias e a fisioterapia.

Passada a fase aguda, o objetivo é melhorar toda a estrutura muscular ao redor do ombro e escápula, de forma a minimizar as exigências em relação ao tendão do bíceps. Certas adaptações aos movimentos podem ser necessárias.

O tratamento não cirúrgico tende a ter bons resultados em pacientes mais velhos e sem outras lesões associadas.


Tratamento cirúrgico


O tratamento cirúrgico pode ser indicado no caso de pacientes jovens e ativos especialmente em combinação com outros procedimentos, como o reparo do manguito rotador.

Casos em que o paciente apresenta uma lesão SLAP com desinserção do tendão do bíceps podem ser tratados por meio da fixação da lesão SLAP, tenotomia ou tenodese do bíceps – discutimos mais sobre isso no artigo sobre lesões SLAP.

Pacientes com tendinopatia primária, com acometimento mais distal sobre o sulco intertubercular, podem ser tratados por meio da tenotomia ou pela tenodese do bíceps.

Tenotomia do bíceps

O tendão do bíceps é cortado e deixado solto. A recuperação pós-operatória é mais simples, mas pode levar a perda de força e função do ombro.

Assim, é indicada para pacientes mais velhos e com menor demanda.

Tenodese do bíceps

BÍCEPS 2

A cirurgia de tenodese do bíceps envolve cortar o tendão do bíceps no local de sua inserção na glenoide e, em seguida, fixá-lo em uma posição mais baixa ao longo do seu curso no úmero.

Esta é a técnica que vem sendo mais utilizada atualmente, especialmente em pacientes jovens e ativos.