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Polivitamínicos

Qual a importância das vitaminas e minerais?

Existem ao todo treze vitaminas e cerca de quinze minerais que são considerados essenciais para a saúde. Eles desempenham funções importantes e não são produzidos pelo corpo, de forma que precisam ser obtidos por meio da alimentação.

Muitas destas vitaminas e minerais produzem enzimas e hormônios, aumentam a imunidade e mantêm os nervos e órgãos funcionando adequadamente.

Eles são importantes para a reprodução, crescimento e regulação de diversos processos corporais.

O que são os polivitamínicos?

Polivitamínicos são suplementos compostos por uma combinação de diferentes vitaminas e minerais, eventualmente também com outros ingredientes.

A composição de cada multivitamínico varia conforme a marca e produto. Eles estão disponíveis na forma de comprimidos, cápsulas, gomas para mastigar, pós e líquidos.

Vitaminas e minerais são habitualmente vistos como algo benéfico para a saúde. Assim, muitos enxergam os polivitamínicos como uma forma de compensar os maus hábitos alimentares e reduzir o risco de desenvolver doenças crônicas.

Isso faz dos polivitamínicos os suplementos alimentares mais consumidos ​​no mundo.

Quais os benefícios do uso de polivitamínicos?

Diversos benefícios foram associados aos polivitamínicos, incluindo:

  • Menor risco  de câncer e doença cardíaca;
  • Melhor funcionamento do sistema neurológico;
  • Melhora dos sintomas de depressão, humor e ansiedade, especialmente na população idosa.

A saúde ocular também está associada a certas vitaminas, de forma que o uso de polivitamínicos também foi associado a um menor risco de desenvolver catarata e outros problemas de visão.

Em todos estes casos, os resultados de exames são divergentes. Alguns mostram benefícios, outros não.

Podemos dizer, desta forma, que os polivitamínicos podem ser benéficos para grupos específicos de pessoas. Entretanto, seu uso indiscriminado não trará qualquer benefício para grande parte das pessoas.

Qual o problema do excesso de vitaminas?

Efeitos colaterais leves são relativamente comuns, incluindo constipação, diarreia, dor de estômago e náusea. Esses sintomas são geralmente temporários e tendem a desaparecer à medida que o corpo se acostuma aos polivitamínicos.

Polivitamínicos com doses próximas das recomendações diárias não costumam causar efeitos colaterais graves. O problema é o excesso.

No entanto, é preciso considerar que  a regulação da fabricação dos polivitamínicos por órgãos como a ANVISA ou o FDA são mais frágeis quando comparado aos medicamentos.

Infelizmente, não é incomum que um polivitamínico contenha doses significativamente superiore àquela indicada nos rótulos. isso pode ser feito propositalmente ou em decorrência de uma produção menos cuidadosa.

O uso de suplementos de marcas confiáveis é fundamental para se assegurar que realmente ofereçam aquilo que está descrito nos rótulos.

Alguns suplementos excedem propositalmente as recomendações diárias e inclusive anunciam isso, estimulado pela crença de algumas pessoas de que quanto mais vitaminas ela ingerir, melhores serão os efeitos na saúde.

Nestes casos, o risco de efeitos colaterais por excesso de vitaminas aumenta bastante.

A combinação dos polivitamínicos com uma dieta também rica em vitaminas ou o consumo de destes suplementos além das recomendações diárias pode acarretar no desenvolvimento das hipervitaminoses.

O consumo de polivitamínicos deve ser feito com cuidado, especialmente por pessoas que usam medicações anticoagulantes. Isso porque o consumo excessivo de Vitamina K pode interferir na ação destas medicações.

O consumo excessivo de alguns minerais presentes nos polivitamínicos, como ferro, cobre e zinco, podem impedir o corpo de absorver outros nutrientes, como o cálcio. Assim, podem provocar o efeito oposto do que se deseja com eles, que são algumas deficiências nutricionais.

Hipervitaminoses

As hipervitaminoses são classificadas de acordo com a vitamina que está em excesso: A, B, C, D ou K.

A ingestão excessiva de vitaminas solúveis em água  não costuma causar efeitos colaterais graves, já que elas são facilmente eliminados pela urina.Isso inclui as Vitaminas do complexo B e vitamina C.

Entretanto, o consumo muito acima do indicado pode ter seus problemas. Como exemplo, a ingestão de vitamina C três vezes acima do indicado pode causar cólicas, diarreia, náusea, vômito ou enxaqueca.

As vitaminas que mais preocupam em relação ao consumo excessivo são as vitaminas lipossolúveis, as quais são armazenadas no organismo com maior facilidade e demoram para serem eliminadas. Isso inclui as Vitaminas A, D, E e K.

Hipervitaminose D

A hipervitaminose D leva a um excesso de cálcio no sangue. Ela pode levar a uma maior calcificação de ossos e de tecidos moles como coração e rins.

Ela está também correlacionada com maior risco para doenças cardiovasculares, especialmente a Doença Arterial Aterosclerótica. A toxicidade da vitamina D é rara e improvável de se desenvolver com o uso de polivitamínicos.

Hipervitaminose A

A Hipervitaminose A é um problema mais comum.

A vitamina A está relacionada com o aumento da água intracelular, de forma que, quando em excesso, pode causar o rompimento das células. Os sintomas, neste caso, incluem:

  • Visão turva;
  • Confusão mental;
  • Sonolência;
  • Aumento da pressão intracraniana;
  • Dor de cabeça;
  • Palidez;
  • Maior sensibilidade à luz solar.

Mulheres grávidas precisam ter um cuidado especial para evitar o consumo excessivo de vitamina A, uma vez que isso tem sido associado a certas deficiências congênitas.

A combinação de excesso de vitamina A e tabagismo está relacionado a um aumento no risco de câncer de Pulmão. Assim, os polivitamínicos também devem ser evitados por fumantes.

Hipervitaminose E

A vitamina E está envolvida no processo de coagulação sanguínea. Quando em excesso, ela aumenta o risco para sangramentos.

Além disso, a produção dos hormônios tireoidianos pode ser comprometida e o paciente pode apresentar aumento nos níveis de triglicerídeos.

Excesso de minerais

Doses altas de certos minerais, como o ferro, podem causar dor de estômago, obstipação, vômitos e desmaios.

O ferro também pode limitar a capacidade do corpo de absorver zinco, outro mineral essencial.

O risco do consumo excessivo de ferro é maior entre homens do que entre as mulheres.

Quem tem indicação para tomar polivitamínicos?

Os polivitamínicos não são adequados para todas as pessoas. Em alguns casos, eles podem inclusive ser prejudiciais à saúde. Assim, eles devem idealmente ser indicados pelo médico ou nutricionista.

Um ponto a se considerar é que o polivitamínico não deve ser visto como um substituto para uma dieta nutricionalmente pobre.

Ela pode salvar o paciente das piores consequências de deficiências específicas de vitaminas e minerais, mas não pode fazer todo o bem que os alimentos verdadeiros fazem, nem pode desfazer todo o mal que as escolhas alimentares erradas fazem.

Grupos populacionais específicos podem se beneficiar de multivitaminas, incluindo:

  • Idosos: A absorção de vitamina B12 pode diminuir com a idade. Além disso, os idosos podem precisar de mais cálcio e vitamina D.
  • Veganos e vegetarianos: Como a vitamina B12 é encontrada principalmente em alimentos de origem animal, aqueles que seguem dietas vegetarianas ou veganas correm um risco maior de deficiência dessa vitamina. O risco também é maior para a deficiência de cálcio e vitamina D, deficiência de ferro, deficiência de zinco e ácidos graxos ômega-3.
  • Pacientes submetidos a cirurgia bariátrica;
  • Pessoas em dieta de baixa caloria: indicado quando não obtêm nutrientes suficientes apenas com a comida mesmo após tentativas de ajuste na alimentação regular.

Outras pessoas tendem a se beneficiar mais da suplementação de vitaminas e minerais específicos, prescritos pelo nutricionista ou médico com base nas deficiências esperadas a partir do inquérito nutricional individualizado.

Uso de polivitamínicos por crianças e adolescentes

Os efeitos colaterais do uso de polivitamínicos em crianças são semelhantes aos dos adultos. No entanto, as crianças são mais sensíveis às doses excessivas, de forma que sentem estes efeitos em doses muito mais baixas do que os adultos.

Outro problema com o uso de polivitamínicos durante a juventude é que muitos acreditam que estes suplementos sejam capazes de substituir uma alimentação regular nutricionalmente rica. Assim, passam a adotar uma alimentação que, como um todo, é inadequada. Os suplementos polivitamínicos não se fazem necessários na dieta da maior parte dos jovens saudáveis.

Os multivitamínicos destinados para as crianças muitas vezes são ricos em ferro. O consumo excessivo de ferro por crianças que não sofrem com a deficiência deste mineral pode causar uma overdose de ferro.

Esta é uma das principais causas de envenenamento em crianças de 6 anos ou menos.