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Deficiência de Vitamina D

Para que servem o cálcio e a Vitamina D?


O cálcio é o mineral mais abundante no corpo.

Ele é essencial não apenas para a saúde dos ossos e dentes, atuando também na contração muscular, na função do sistema nervoso, na estabilização da pressão sanguínea, na coagulação sanguínea e na secreção de hormônios.

Também contribui para o funcionamento normal do cérebro e ajuda a manter um batimento cardíaco regular.

Já a vitamina D é uma vitamina lipossolúvel responsável pela absorção de cálcio e fósforo no intestino, ajudando assim a regular a quantidade destes elementos no nosso corpo.

Ela é responsável junto com o hormônio da paratireoide por manter a quantidade de cálcio circulante relativamente constante.

As glândulas paratireoides trabalham minuto a minuto para equilibrar o cálcio no sangue, comunicando-se com os rins, o intestino e o esqueleto.

Quando há cálcio suficiente na dieta e vitamina D ativa suficiente, o cálcio da dieta é absorvido e utilizado para suas diversas funções no corpo.

Se a ingestão de cálcio for insuficiente ou a vitamina D for baixa, as glândulas paratireoides irão “pegar” o cálcio do esqueleto para manter o equilíbrio de cálcio no sangue.

Quais as fontes de cálcio na dieta?


Os laticínios, incluindo leite, queijos e iogurtes são as principais fontes de cálcio na dieta, mas o mineral também pode ser encontrado em vegetais de folhas verdes e alguns peixes.

Todos os adultos de 19 a 50 anos e homens até 70 anos devem receber cerca de 1g de cálcio por dia. Mulheres com 51 anos ou mais e homens com 71 anos ou mais precisam de 1.200 mg por dia.

Como referência, veja a quantidade de cálcio em alguns alimentos ricos neste mineral:

ALIMENTO (110 g) CÁLCIO (mg)
Iogurte desnatado 157
Iogurte natural 143
Leite desnatado 134
Leite natural 123
Queijo Mozarela 875
Grão de bico 114
Espinafre 100
Castanha do Pará 146


Quais as fontes de Vitamina D?


A principal fonte de vitamina D é a sua produção na pele a partir da exposição aos raios solares.

Para produzir quantidades adequadas de vitamina D, as pessoas de pele clara devem permanecer no sol por pelo menos 15 minutos por dia, enquanto as pessoas de pele mais escura devem permanecer pelo menos 1 hora expostas à luz solar.

O ideal é a exposição aconteça entre às 8h e 10h ou a partir das 15 horas, quando o sol não é tão intenso.

Indivíduos de pele clara e os mais jovens convertem a luz do sol em vitamina D muito melhor do que aqueles de pele mais escura e com mais de 50 anos.

Além da exposição ao sol, a vitamina D pode ser obtida em pequenas quantidades através de alimentos de origem animal, como óleo de fígado de peixe, frutos de mar, leite e derivados.

O consumo de alimentos ricos em vitamina D não é suficiente para suprir as necessidades diárias dessa vitamina, de forma que é importante que a pessoa seja exposta à luz solar diariamente para manter uma produção adequada.

Diagnóstico da deficiência de vitamina D e cálcio


O diagnóstico da deficiência de vitamina D pode ser feito a partir de dosagens desta vitamina em um exame de sangue. Por outro lado, não existe um exame adequado para avaliar a deficiência de cálcio.

Isso porque, quando o cálcio está em falta, o corpo o retira o mesmo dos ossos, o que mantém os níveis sanguíneos normais. Assim, o diagnóstico da deficiência de cálcio deve ser feita com base na avaliação da dieta.

Existe bastante discussão de qual o nível de Vitamina D adequado, com diferentes especialistas sugerindo valores diversos. A real incidência da deficiência depende, desta forma, de qual o valor usado como referência.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) recomenda os seguintes valores de referência para a Vitamina D:

  • Maiores do que 20 ng/mL é o desejável para população geral saudável.
  • Entre 30 e 60 ng/mL é o recomendado para grupos de risco como idosos, gestantes, pacientes com osteomalácia, raquitismos, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias, doenças autoimunes e renal crônica e pré-bariátricos;
  • Entre 10 e 20 ng/mL é considerado baixo, com risco de aumentar a remodelação óssea e, com isso, a perda de massa óssea, além do risco de osteoporose e fraturas;
  • Acima de 100 ng/mL é considerado elevado com risco de hipercalcemia (quando a quantidade de cálcio no sangue é maior do que o normal) e intoxicação.

Quem está sob maior risco de deficiência de vitamina D?


O principal fator de risco para a deficiência de vitamina D é a baixa exposição ao sol.

Pessoas que moram em regiões distantes da linha do Equador passam boa parte do ano com baixa exposição ao sol, primeiro porque o dia é mais curto e depois porque o frio faz com que estas pessoas passem a maior parte do tempo em ambientes fechados.

Embora a vitamina D seja encontrada em diversos alimentos, ficar cerca de 10 minutos com exposição moderada ao sol no verão pode fornecer 3.000 a 5.000 UI de vitamina D. para conseguir a mesma quantidade da vitamina D pela alimentação seria necessário, por exemplo, beber cerca de 30 copos de leite, um alimento rico em cálcio.

Além do local de residência, há outros fatores que aumentam o risco para a deficiência de Vitamina D:

  • Bebês amamentados: o leite humano é uma fonte pobre de vitamina D. Se você estiver amamentando, é importante que a vitamina D seja suplementada;
  • Idosos: com o avanço da idade (especialmente a partir dos 70 anos), a produção de Vitamina D na pele diminui e os rins são menos capazes de converter a vitamina D em sua forma ativa;
  • Negros: Pessoas com pele escura têm uma menor capacidade de produzir vitamina D a partir da luz solar;
  • Doença de Crohn ou doença celíaca: estes pacientes minimizam a ingesta de gordura na dieta e a vitamina D precisa de gordura para ser absorvida.
  • Obesos: a gordura corporal se liga à vitamina D e impede que ela chegue ao sangue.
  • Pessoas que fizeram cirurgia de redução do estômago
  • Pessoas com osteoporose
  • Pessoas com doença renal ou hepática crônica.
  • Pessoas com hiperparatireoidismo (hormônio em excesso que controla o nível de cálcio do corpo)
  • Pessoas que tomam medicamentos que afetam o metabolismo da vitamina D, como colestiramina (um medicamento para o colesterol), medicamentos anticonvulsivantes, corticóides, antifúngicos e medicamentos para HIV / AIDS.

Quais as consequências da deficiência de vitamina D?


A vitamina D leva a uma menor absorção de cálcio no intestino. Para manter os níveis de cálcio no sangue, as glândulas paratireoides liberam maior quantidade de paratormônio no sangue, fazendo com que o cálcio seja retirado dos seus estoques nos ossos e dentes.

Quando este quadro se prolonga, a densidade mineral óssea diminui e o paciente desenvolve osteopenia ou osteoporose.

A perda da densidade mineral óssea pode se desenvolver desde cedo, mas não será percebida até que o osso fique fraco suficiente a ponto de se quebrar com traumas mínimos, geralmente no paciente mais idoso.

Por isso, a dosagem de vitamina D é indicada mesmo em pessoas sem qualquer tipo de sintoma.

Em crianças, a deficiência de vitamina D pode causar raquitismo. O raquitismo é uma doença rara que faz com que os ossos amoleçam e se entortem. Bebês e crianças negras correm maior risco de desenvolver raquitismo.

Além de contribuir para a maior absorção de cálcio, observou-se recentemente que diversos outros tecidos apresentam receptores para a vitamina D, sugerindo um papel mais global para a ela do que se considerava anteriormente.

Um número crescente de estudos tem apontado a deficiência de vitamina D como um fator de risco para a Doença Arterial Coronariana, Infarto Agudo do Miocárdio, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica, Acidente Vascular Cerebral e outras condições associadas a doenças cardiovasculares, como hipertensão e diabetes.

Nos músculos, a deficiência de vitamina D compromete a síntese proteica, dificultando o ganho de massa muscular e força. Este é um fator especialmente relevante para os atletas.

Deficiência de Vitamina D no atleta


A deficiência de Vitamina D prejudica o atleta por diferentes motivos:

  • A síntese proteica nos músculos é comprometida, dificultando o ganho de massa muscular e força;
  • Ao limitar a síntese proteica nos músculos, a recuperação pós treino fica comprometida;
  • A densidade do osso é comprometida, aumentando o risco para fraturas por estresse;
  • O sistema imunológico fica deficiente, aumentando o risco para infecções;

Suplementação da Vitamina D


Suplementos de vitamina D estão entre os Suplementos Alimentares mais utilizados pela população em geral. Ela deve ser considerada em pessoas que não são capazes de se expor ao sol regularmente.

Pessoas com níveis de Vitamina D bem abaixo de 30 ng / ml podem suplementar com até 50.000 UI por semana por várias semanas, seguida por uma dosagem mais baixa de manutenção quando os níveis de vitamina voltarem ao normal.

Qual o risco do excesso de Vitamina D?


O excesso de vitamina D é geralmente causado por doses elevadas de suplementos, não por dieta ou exposição excessiva ao sol.

Isso porque o corpo regula a quantidade de vitamina D produzida pela exposição ao sol, e mesmo os alimentos fortificados não contêm quantidades de vitamina D suficientes para causar problemas.

A principal consequência do excesso de vitamina D é um acúmulo excessivo de cálcio no sangue (hipercalcemia), que pode causar náuseas e vômitos, fraqueza e micção frequente.

Quando esta condição persiste de forma prolongada, pode progredir para dores nos ossos e problemas renais, como a formação de pedras nos rins.