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Pedra nos Rins (Cálculo Renal)

O que é a Pedra no Rim?

 

A pedra nos rins, também chamada de Cálculo renal, é um termo que se refere à formação de depósitos de minerais ou sais nos rins. 

Estima-se que uma em cada dez pessoas terá uma pedra nos rins em algum momento de suas vidas, sendo o risco maior em pessoas com Hipertensão arterial, Diabetes ou obesidade.

Algumas pedras nos rins são tão pequenas quanto um grão de areia. Entretanto, em casos excepcionais, podem chegar ao tamanho de uma bola de ping-pong. Como regra geral, quanto maior a pedra, mais perceptíveis são os sintomas.

Depois de formado, o cálculo pode permanecer no rim ou percorrer o trato urinário até o ureter, bexiga ou uretra. Grande parte deles serão eliminados pela urina, mais ainda assim podem causar dor significativa ao longo deste trajeto. 

Em outros casos, ela pode ficar presa e bloquear a passagem da urina, podendo levar aos sintomas característicos da Uropatia obstrutiva.

Finalmente, a pedra nos rins pode causar irritação local e estase da urina, o que aumenta o risco para a Infecção urinária e em especial para a infecção urinária alta, também chamada de Pielonefrite.

Qual a causa da pedra nos rins?

 

Os cálculos renais geralmente não têm uma causa única definida, embora vários fatores possam aumentar o risco para que uma pessoa desenvolva os mesmos. 

A urina contém normalmente substâncias com potencial para a formação de cristais, incluindo cálcio, oxalato e ácido úrico. Além disso, ela contém outras substâncias que inibem a formação destes cristais.

A pedra nos rins se forma em condições nas quais a concentração das substâncias formadoras de cristais está aumentada, ou quando a concentração das substâncias inibidoras da formação de cristais está reduzida.

Os tipos mais comuns de pedra nos rins incluem:

  • Pedras de cálcio: a maior parte das pedras nos rins são formadas por cálcio, geralmente na forma de oxalato de cálcio. O oxalato é uma substância produzida diariamente pelo fígado ou absorvida pela dieta. Certas frutas e vegetais, assim como nozes e chocolate, têm alto teor de oxalato. 

Fatores dietéticos, altas doses de vitamina D, cirurgia de bypass intestinal e diversos distúrbios metabólicos podem aumentar a concentração de cálcio ou oxalato na urina.

Os cálculos de cálcio também podem ocorrer na forma de fosfato de cálcio. Esse tipo de cálculo é mais comum em condições metabólicas, como acidose tubular renal. Também pode estar associado a certos medicamentos usados ​​para tratar enxaquecas ou convulsões, como o topiramato.

  • Pedras de estruvita: os cálculos de estruvita se formam em resposta a uma infecção do trato urinário. Essas pedras podem crescer rapidamente e se tornar bastante grandes, às vezes com poucos sintomas.
  • Pedras de ácido úrico: pedras de ácido úrico podem se formar em pessoas que perdem muito líquido por causa de diarreia crônica ou má absorção, em pessoas com uma dieta hiperprotêica ou em diabéticos. Certos fatores genéticos também podem aumentar o risco de pedras de ácido úrico.
  • Pedras de cistina: formam-se em pessoas com um distúrbio hereditário chamado cistinúria. A cistinúria faz com que os rins excretem grande quantidade de cistina, um tipo específico de aminoácido.

Sintomas

 

A maior parte dos pacientes com cálculo renal não apresenta sintomas, especialmente nos casos de pedras de menor tamanho. Os sintomas, quando presentes, estão associados à irritação do tecido renal ao seu redor, ao deslocamento para baixo ao longo do trato urinário (ureter, bexiga ou uretra) ou no caso de uma infecção.

Os sintomas decorrentes de uma irritação local incluem:

  • Dor intensa e aguda na lateral do tronco e nas costas, abaixo das costelas;
  • Urina rosa, vermelha ou marrom;
  • Náusea e vomito.

No caso de deslocamento da pedra ao longo do trato urinário, os sintomas decorrem da irritação causada pela passagem da pedra contra a parede das diferentes estruturas do trato urinário e, também, pela obstrução ao fluxo de urina.

A dor pode mudar de localização e intensidade à medida que a pedra se move pelo trato urinário:

  • Obstruções na porção superior do ureter ou rim causam dor no flanco;
  • Obstruções na porção inferior do ureter causa dor que pode se irradiar para o testículo ou para os grandes lábios no mesmo lado da obstrução;
  • Nas obstruções da bexiga ou uretra, o paciente apresenta dor e inchaço no baixo ventre.

As obstruções (rim e ureter) não costumam causar queixas miccionais, uma vez que o fluxo de urina é compensado pelo rim e ureter que não estão acometidos. 

Entretanto, quando o bloqueio é mais baixo, envolvendo bexiga ou uretra, as queixas tendem a se fazer presentes, incluindo:

  •  Dificuldade para começar a urinar; 
  • Dor ao urinar
  • Redução na intensidade do jato urinário
  • Bloqueio completo à passagem da urina, com Retenção urinária.

Por fim, é preciso ficar atento aos sinais de uma infecção urinária alta, ou Pielonefrite. Devem chamar a atenção para isso sinais como febre alta, alteração na cor e cheiro da urina (eventualmente descrito como “odor de peixe”) ou mesmo a presença de pús na urina.

 

Fatores de risco

Fatores que aumentam o risco de desenvolver cálculos renais incluem:

  • História familiar ou pessoal de pedra nos rins: pessoas que tiveram um Cálculo renal têm aproximadamente 50% de risco de desenvolver outro dentro de 5 a 7 anos.
  • Desidratação: a desidratação leva ao aumento na concentração da urina, aumentando o risco para a formação de cálculos renais no caso de pessoas susceptíveis. Pessoas que vivem em climas quentes e secos e aquelas que suam muito podem estar sob maior risco, uma vez que isso aumenta o risco para desidratação;
  • Dieta: a alimentação rica em proteínas, sódio (sal) e açúcar pode aumentar o risco de alguns tipos de cálculos renais;
  • Obesidade: Índice de massa corporal (IMC) elevado, cintura grande e ganho de peso têm sido associados a um risco aumentado de cálculos renais.
  • Doenças digestivas e cirurgia: Cirurgia de bypass gástrico, doença inflamatória intestinal ou diarreia crônica podem causar alterações no processo digestivo que afetam a absorção de cálcio e água. Isso leva ao aumento na quantidade de substâncias formadoras de cálculos na urina. 
  • Outras condições médicas, como acidose tubular renal, cistinúria, hiperparatireoidismo e infecções urinárias de repetição também podem aumentar o risco de cálculos renais.
  • Medicamentos e suplementos: suplementos de vitamina C, suplementos dietéticos, laxantes, antiácidos à base de cálcio e certos medicamentos usados ​​​​para tratar enxaqueca ou depressão, podem aumentar o risco de cálculos renais.

Diagnóstico

Na presença de um quadro clínico compatível, o diagnóstico da pedra nos rins poderá ser feito com base em exames de imagem como a ultrassonografia ou a tomografia computadorizada.

Estes exames também poderão diagnosticar a Pedra nos rins em um paciente assintomático, no caso de um exame feito por outros motivos não relacionados à urolitíase.

Radiografias abdominais simples não são usadas habitualmente com o intuito de diagnosticar uma pedra nos rins, mas eventualmente uma radiografia solicitada por outros motivos pode levar ao diagnóstico. 

Uma vez feito o diagnóstico da urolitíase, outros exames poderão ser solicitados para se identificar a causa, podendo incluir:

  • Exame de sangue: podem revelar altos níveis de cálcio ou ácido úrico no sangue. 
  • Exame de urina: O teste de coleta de urina de 24 horas pode mostrar que você está excretando muitos minerais formadores de cálculos ou poucas substâncias que previnem cálculos. Para este teste, seu médico pode solicitar que você realize duas coletas de urina em dois dias consecutivos.
  • Análise de pedras passadas: o paciente pode ser solicitado a urinar através de um filtro para pegar as pedras eventualmente eliminadas com a urina. A análise de laboratório revelará a composição das pedras. 

Tratamento da pedra nos rins

O tratamento para cálculos renais depende do tipo e tamanho das pedras e das queixas do paciente.

Pedras pequenas com sintomas mínimos

A maioria das pequenas pedras nos rins não requer tratamento invasivo. Algumas medidas que podem ser recomendadas incluem:

  • Hidratação: beber entre 2 e 4 litros de água ajudará a manter a urina diluída, evitando a formação de cálculos. 
  • Analgésicos: mesmo uma pequena pedra nos rins pode gerar incômodo significativo enquanto ela esteja se deslocando. Medicações analgésicas ou anti-inflamatórias poderão ser usadas para alívio do desconforto.
  • Medicamentos: Medicamentos alfa bloqueadores poderão ser considerados. Eles relaxam a musculatura que envolve o uretes, ajudando a eliminar a pedra mais rapidamente e com menos dor.

Pedras grandes e / ou sintomáticas

Pedras nos rins que são muito grandes para passar por conta própria ou causar sangramento, danos nos rins ou infecções contínuas do trato urinário podem exigir um tratamento mais extenso. Os procedimentos podem incluir:

  • Litotripsia extracorpórea por ondas de choque: procedimento que se utiliza de ondas sonoras para quebrar as pedras em pequenos pedaços que podem ser eliminados pela urina. O procedimento dura cerca de 45 a 60 minutos e pode causar dor moderada, então você pode estar sob sedação ou anestesia leve para deixá-lo confortável.
  • Cirurgia: pode ser indicada para a remoção de pedras muito grandes, ou quando a Litotripsia não for bem-sucedida. O procedimento, denominado de Nefrolitotomia percutânea, pode ser feito guiado por vídeo. 

Ela é feita com pequenas incisões feitas nas costas para a introdução de uma microcâmera e do instrumental cirúrgico. A cirurgia é feita sob anestesia geral e geralmente requer dois dias de internação.

Dependendo da localização e do tamanho da pedra, poderá ser indicado um procedimento no qual uma microcâmera é introduzida a partir da uretra para chegar até o local onde está a pedra e fazer a retirada.

Finalmente, outros tratamentos ou procedimentos poderão ser indicados a depender de qual a causa para a formação das pedras. 

Como exemplo, as pedras de fosfato de cálcio são causadas por glândulas paratireoides hiperativas, podendo exigir a cirurgia para o tratamento da tireoide.