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Ortopedia Esportiva

Como é a atuação da Ortopedia Esportiva?

A Ortopedia Esportiva atua junto ao atleta com foco tanto na prevenção como no tratamento das lesões musculoesqueléticas, com ênfase na manutenção ou no reestabelecimento da capacidade para a prática esportiva plena.

Como diferencial, o ortopedista do esporte deve ter um amplo conhecimento dos diversos aspectos do treinamento esportivo, entendendo como cada lesão pode impactar na rotina diária do atleta.

Como exemplo, podemos considerar uma entorse do tornozelo. Em muitos casos, o ligamento pode apresentar excelente cicatrização. Ainda assim, é comum que o atleta não se sinta confortável com sua prática esportiva.

Isso acontece porque a propriocepção (equilíbrio) e o controle da musculatura costumam ser afetado junto com a lesão. Para a maior parte das pessoas, isso não fará uma diferença significativa. Para o atleta, pode ser o que impede o retorno esportivo pleno.

Para evitar essas limitações, o ortopedista esportivo tem uma preocupação extra com a manutenção do movimento durante o tratamento, treino de força, treino de equilíbrio e treino do gesto esportivo, sempre protegendo o ligamento de um estresse além daquilo que ele é capaz de resistir.

Objetivo da Avaliação Musculoesquelética do Atleta

O objetivo principal da avaliação musculoesquelética de rotina do atleta é minimizar o risco tanto de lesões traumáticas como de lesões por esforço repetitivo.

Ela pode incluir a avaliação postural, o estudo de mobilidade articular, avaliação de força e testes funcionais.

Avaliação da Mobilidade

A mobilidade das articulações é importante para que o atleta preserve um bom padrão de movimento.

Uma limitação na mobilidade do tornozelo, por exemplo, pode ser compensada no joelho e quadril, levando a uma perda no alinhamento dos membros inferiores.

Ela pode também levar a uma aterrissagem de salto mais seca, com menor absorção de impacto.

Avaliação da força

Desequilíbrios de força são comuns inclusive em atletas assintomáticos, sem qualquer queixa.

Ainda assim, eles podem aumentar significativamente o risco de lesões.

A recuperação da força é também fundamental durante o processo de reabilitação de muitas lesões comuns aos atletas, como a Lesão do Ligamento Cruzado Anterior.

Existem duas formas comumente usadas na avaliação de força do atleta:

Dinamometria Manual

O atleta realiza um esforço único que é registrado por um aparelho específico, denominado de dinamômetro. Este aparelho está fixo, de forma que a força é registrada com a contração isométrica, sem que se tenha movimento.

Ela tem a vantagem de ter baixo custo e de poder ser feito na própria clínica médica ou de fisioterapia. Além disso, ela é capaz de avaliar praticamente qualquer movimento de qualquer articulação.

Avaliação Isocinética

A Avaliação Isocinética é feita com contrações de força máxima em um aparelho que realiza o movimento em diferentes velocidades pré-determinadas.

Ela tem a vantagem de avaliar como uma mesma musculatura se comporta em diferentes situações.

Por outro lado, a avaliação isocinética é pouco acessível para a maior parte das clínicas, exigindo que o atleta se dirija a laboratórios especializados. Além disso, ela é capaz de avaliar um grupo limitado de grupos musculares.

Avaliação Funcional

A avaliação funcional nos permite descobrir quais padrões de movimento que são problemáticos para o indivíduo avaliado. Ela envolve diferentes testes que buscam estudar os padrões de movimento do atleta.

A avaliação se justifica porque muitos atletas podem ter boa mobilidade articular e força adequada, mas ainda assim desenvolvem padrões de movimentos ruins.

Ela de fato é a melhor forma de se avaliar aquilo que acontece durante a prática esportiva.

O Sistema de Avaliação Funcional do Movimento (Functional Movement Screen, ou FMS) é um sistema estruturado de avaliação criado em 1995, nos Estados Unidos, pelo fisioterapeuta Gray Cook e pelo preparador físico Lee Burton.

O FMS é constituído por sete testes de movimento funcionais que exigem um equilíbrio entre mobilidade, estabilidade e força e pode ser aplicável a qualquer indivíduo, seja ele atleta ou não.

Outros testes equivalentes estão igualmente disponíveis e validados para uso na prática clínica.

Distensão muscular

A Distensão Muscular é uma das lesões mais comuns durante a prática esportiva, sendo relativamente incomum fora do esporte.

A maior parte das lesões musculares cicatrizam bem com o tratamento clínico, sendo a cirurgia raramente indicada.

Por outro lado, as recorrências são comuns. Elas podem acontecer com qualquer atleta, mas são mais comuns em algumas situações listadas abaixo:

  • Falta de estímulos durante a recuperação;
  • Retorno precoce ao esporte, sem que a lesão esteja totalmente recuperada;
  • Desequilíbrios persistentes de força e movimento mesmo após o tratamento.

O Ortopedista esportivo saberá guiar o atleta durante o tratamento, buscando oferecer estímulo necessário ao mesmo tempo em que se evita situações de risco.

Fratura por estresse

A Fratura por Estresse é um termo que se refere a micro lesões na estrutura óssea. Ela é provocada pela repetição de forças que, isoladamente, não seriam capazes de ocasionar a fratura.

Podemos compará-las ao que acontece quando se dobra um clip de metal de forma repetitiva. Ainda que a força feita cada vez que se dobra o clip seja insuficiente para quebrá-lo, o estresse repetitivo levará à fadiga e à quebra do material.

Praticamente qualquer osso do corpo pode ser acometido pela fratura por estresse. O tratamento deve ser específico para cada tipo de fratura.

Entretanto, é preciso ter ciência que a fratura por estresse está associada a erros de treinamento.

Assim, o Ortopedista Esportivo deve ser capaz de identificar quais fatores podem ter contribuido para a ocorrência da lesão e, se possível, deverá corrigí-los.

Coluna do Atleta

A dor nas costas, também chamada lombalgia, é uma das mais comuns queixas de saúde.

Ela acomete jovens e idosos, pessoas sedentárias e atletas. 80% das pessoas têm ou terão uma dor nas costas limitante para suas atividades diárias em algum momento da vida, incluindo a prática esportiva.

No futebol, 30% dos jogadores profissionais perdem ao menos um treino ou jogo ao longo de uma temporada devido à dor nas costas. Na ginástica, 79% dos atletas em nível profissional sofrem com o problema.

Diferentes fatores contribuem para um maior risco de dor lombar em atletas. Discutimos mais a respeito em um artigo sobre a Coluna do Atleta.

Quadril do Atleta

A articulação do quadril dificilmente sofre com lesões agudas decorrente da pratica esportiva, devido à alta energia envolvida com estas lesões, incomuns na maior parte dos esportes.

Entretanto, o risco deve ser considerado especialmente como o automobilismo ou o motociclismo.

A maior parte das lesões decorrem de esforços repetitivos, incluindo:

Além disso, é preciso considerar que muitas das dores percebidas no quadril são, de fato, dor irradiada a partir da coluna lombar.

Discutimos mais sobre as implicações das Lesões do Quadril no Atleta em um artigo específico.

Joelho do Atleta

O joelho, juntamente com a coluna, é a articulação que mais sofre com problemas relacionados à desequilíbrios musculoesqueléticos. Isso inclui fraquezas, encurtamentos musculares e desequilíbrios nos movimentos.
A prática de exercícios é fundamental para o tratamento de muitas condições comuns a atletas e não atletas, incluindo a Condromalácia, a Tendinite Patelar ou mesmo a Artrose no Joelho.

A tendinite Patelar é especialmente comum em esportes que envolvem saltos, sendo por isso conhecida também pelo termo “joelho do Saltador”. Uma má técnica de salto e aterrissagem, bem como a corrida com pobre absorção do impacto, são problemas comumente visto nos atletas que sofrem com o problema.
Além disso, grande parte das lesões traumáticas no joelho estão relacionadas à prática esportiva, especialmente as Lesões ligamentares no joelho e as lesões no menisco.
A recuperação da força e função muscular após uma cirurgia é fundamental para aqueles atletas que buscam o retorno ao esporte, o que pode ser adequadamente conduzido pelo ortopedista esportivo.
Por fim, é preciso considerar o caso de pacientes com artrose avançada do joelho e que estão inconsolados pela necessidade de colocação de uma Prótese de Joelho. Atualmente, buscamos cada vez mais estimular o paciente a se manter ativo após a cirurgia. Discutimos mais sobre isso em um artigo sobre a Atividade Física Pós Prótese de Joelho.

Pé do Atleta

O pé está vulnerável tanto para lesões traumáticas como para lesões por esforços repetitivos durante a prática esportiva.
A entorse do tornozelo é a lesão mais comum esporte. Além disso, outras lesões traumáticas comuns incluem:

  • Contusões decorrentes de trauma direto contra o pé
  • Lesões das unhas
  • Fraturas, especialmente nas falanges e metatarsos
  • Entre as principais lesões por esforço repetitivo, incluem-se:
  • Tendinites, especialmente a Tendinite de Aquiles;
  • Fraturas por estresse.