Macrocefalia

O termo macrocefalia significa “cabeça grande”.
Tecnicamente, ela fica caracterizada quando o bebê apresenta uma medida de circunferência da cabeça superior a 97% das crianças da mesma idade e sexo.

Em alguns casos, a macrocefalia pode ter origem fisiológica, ou seja, é uma característica familiar. Assim como umas pessoas são mais altas e outras mais baixas, o tamanho da cabeça também pode ser maior ou menor. São casos inofensivos e que não requerem tratamento.

Em outros bebês, no entanto, ela pode estar associada a diferentes tipos de problemas no desenvolvimento cerebral. Assim, a macrocefalia somente deve ser considerada como fisiológica após descartadas outras condições.

Entre as condições patológicas associadas à macrocefalia, incluem-se:

• Cérebro aumentado (megaencefalia).
• Acúmulo de líquido cefalorraquidiano
• Sangramento intracraniano, que pode ser decorrente, entre outras coisas, de uma malformação arteriovenosa.
• Crescimento excessivo dos ossos do crânio (hiperostose craniana).
• Tumores cerebrais.
• Hematomas de longa duração)
• Infecção cerebral, como meningite, encefalite ou abscesso cerebral.
• Distúrbios genéticos, como a acondroplasia, síndrome do X frágil e a neurofibromatose tipo 1, entre outros.
• Hipertensão intracraniana.

Pior definição, a principal característica da macrocefalia é o aumento no tamanho da cabeça.
Outros sinais e sintomas que podem estar presentes nestes pacientes incluem:

• Veias salientes na cabeça;
• Atrasos de desenvolvimento;
• Olhar descendente dos olhos (“olhar em por do sol”);
• Aumento na consistência das fontanelas, que são os espaços moles entre os ossos do crânio da criança;
• Redução no apetite;
• Epilepsia;
• Autismo.

O diagnóstico da Macrocefalia pode ser feito ainda antes do nascimento, a partir do ultrassom pré-natal realizado no final do segundo trimestre ou no início do terceiro trimestre.

Após o nascimento, a aferição do diâmetro cefálico deve fazer parte da avaliação pediátrica de rotina feita até os cinco anos de idade.

Esta medida é então colocada em um gráfico de crescimento esperado de crianças da mesma idade e sexo.

Se a macrocefalia for encontrada, o próximo passo é determinar a causa.

O primeiro passo para isso é revisar o histórico de saúde da criança, incluindo a avaliação de eventuais atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor, avaliação do histórico gestacional da mãe e pesquisa de eventuais sintomas, como irritabilidade, vômitos, choro inconsolável ou convulsões.

O exame físico deve incluir a palpação das fontanelas, pesquisa por grandes veias no couro cabeludo, avaliação ocular (sinal do olhar em por do sol”, sugestivo de Hipertensão Intracraniana), bem como a avaliação do ganho de peso do bebê.

Diferentes tipos de exames poderão ser realizados, a depender da suspeita clínica. Entre eles, incluem-se:

• Exames de imagem para a avaliação da estrutura cerebral, incluindo o ultrassom, tomografia computadorizada ou Ressonância Magnética.
• Exame de líquor
• Exames laboratoriais

Nos bebês com macrocefalia de origem fisiológica, o aumento do tamanho da cabeça é inofensivo e não trás maiores preocupações.
Nos casos em que ela se desenvolve como consequência de outros problemas, as complicações mais comuns incluem:

• Hidrocefalia.
• Convulsões e epilepsia.
• Atrasos no desenvolvimento.
• Função cerebral anormal.

No paciente com Macrocefalia de origem familiar, nenhum tratamento se faz necessário.
Em casos associados a tumores cerebrais ou hematomas intracranianos, a cirurgia pode ser indicada para o tratamento da causa.
Casos associados ao acúmulo de líquidocefalorraquidiano podem ser aliviados por meio da drenagem ou derivação liquórica.
Nos casos decorrentes de problemas genéticos ou quando a causa não pode ser revertida, o tratamento deve ser de suporte, podendo incluir:

• Fisioterapia motora;
• Terapia Ocupacional;
• Fonoaudiologia;
• Psicoterapia.