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Fisioterapia para o Ombro

Qual a importância da fisioterapia para o ombro?

O ombro é a articulação com maior mobilidade no corpo humano. Essa grande mobilidade, no entanto, se desenvolve às custas de uma menor estabilidade e uma maior dependência de todas as estruturas capsuloligamentares e musculares que envolvem a articulação.

Grande parte dos problemas no ombro têm origem, justamente, no mal funcionamento destas estruturas.

Por este mesmo motivo, dificilmente um tratamento para problemas no ombro terá sucesso sem uma fisioterapia adequada. Isso é válido inclusive para os casos submetidos ao tratamento cirúrgico.

Discinésia escapuloumeral

Uma característica ímpar do ombro é que, ao movimentar a articulação, este movimento se divide em duas áreas distintas:

  • Articulação da escápula com o úmero / osso do braço (articulação glenoumeral);
  • Articulação entre a escápula e as costelas (articulação escapulotorácica).

Normalmente, ao levantar o braço, o movimento acontece em um ritmo de 2:1 entre estas articulações.

Quando uma pessoa levante o braço em 180 graus, por exemplo, 120 graus acontece na articulação glenoumeral, enquanto 60 graus acontece na articulação escapulotorácica.

No entanto, um movimento anormal na articulação escapulotorácica pode acontecer em decorrência de um desequilíbrio de força entre a musculatura que une a escápula ao úmero e a musculatura que une a escápula ao tórax e à coluna.

A esta condição se dá no nome de discinesia escapular. Ela deve ser sempre investigada pelo fisioterapeuta durante o tratamento do ombro.

Manguito rotador

O manguito rotador se refere a um conjunto de quatro tendões que envolvem a articulação do ombro. Eles contribuem não apenas para o movimento, mas também para a estabilização da articulação.

A tendinite do manguito rotador ou a lesão do manguito rotador são responsáveis por grande parte das queixas relacionadas ao ombro.

Embora muitas das lesões no manguito rotador tenham indicação cirúrgica, a fisioterapia tem um papel fundamental para a recuperação completa pós-operatória.

Lesões do ombro no esporte

Lesões esportivas do ombro são muito comuns em certos esportes, sendo que diferentes problemas são vistos a depender da modalidade esportiva.

  • Algumas modalidades utilizam o ombro como um membro de apoio – como no caso da ginastica artística, por exemplo. Isso pode levar a uma sobrecarga na articulação que pode resultar em lesão ou tendinite ou lesão do manguito rotador, lesão do tendão do bíceps, lesão SLAP e outras.
  • Esportes de arremesso muitas vezes levam a uma contratura capsular característica com perda de parte do movimento rotacional do ombro.
  • Esportes de contato podem levar ao deslocamento do ombro, deslocamento da clavícula ou mesmo a fraturas.

Em todos estes casos, a fisioterapia para o ombro pode atuar tanto na prevenção como no tratamento.

Quais as etapas da fisioterapia para o ombro?

Como regra geral, a fisioterapia para o ombro pode ser dividida em três fases:

  1. Controle da dorEsta etapa envolve uma série de procedimentos que têm como objetivo principal o alívio da dor e da inflamação.
    A ideia é que o paciente volta a ter mobilidade o mais próximo do normal possível, com o mínimo de desconforto. Desta forma, espera-se que a dor não mais seja um problema no caso de atividades do dia a dia, como levantar o braço para pegar um objeto leve no armário.
  2. Correção dos desequilíbriosÀ medida em que a dor melhora, o objetivo da fisioterapia passa a ser corrigir desequilíbrios de força e de mobilidade, além dos movimentos básicos do ombro.Casos em que a perda de força seja mais significativa muitas vezes apresentam um padrão misto, que envolve tanto a atrofia da musculatura como a inibição neuromuscular. O uso de Estimulação Elétrica Funcional (FES) pode ser uma opção interessante nestes casos.
  3. Correção funcionalEsta é uma etapa de transição para retorno ao esporte, quando for o caso. Uma vez que a musculatura esteja razoavelmente equilibrada e funcional, o objetivo é melhorar o padrão do gesto esportivo, incluindo arremessos, levantamento de peso, saque (no caso do vôlei ou tênis) e assim por diante.
  4. Transição das etapasAinda que didaticamente a reabilitação possa ser dividida nas três fases descritas acima, na prática a transição acaba sendo mais gradual. Assim, não é necessário que uma pessoa esteja completamente sem dor para passar da etapa 1 para a etapa 2.No entanto, técnicas analgésicas vão se tornando menos necessárias ao mesmo tempo em que os exercícios para correção de desequilíbrios vão ganhando mais importância.

    Da mesma forma, nem todos os pacientes precisam passar por todas estas etapas. Algumas pessoas podem iniciar a fisioterapia para o ombro diretamente na etapa 2 ou 3, enquanto outros podem não precisar evoluir até a terceira etapa.

Qual a frequência da fisioterapia para o ombro?

A frequência da fisioterapia depende das necessidades do paciente e da fase de reabilitação em que ele se encontra.

Para a maioria das pessoas, uma programação de duas a três vezes por semana costuma ser adequado.

Menos do que duas vezes por semana tende a ser pouco. No entanto, os ganhos adicionais em se fazer a fisioterapia mais do que 3 vezes por semana costumam ser pouco significativos para a maior parte das pessoas – embora isso possa ser considerado em algumas situações e momentos específicos.