Ferritina
O que é a Ferritina?
A ferritina é uma proteína produzida pelo fígado, responsável pelo armazenamento do ferro no organismo.
Assim, o exame de ferritina sérica é feito com o objetivo de verificar como estão os estoques de ferro no organismo.
Qual a importância da dosagem da Ferritina?
A Deficiência de ferro é uma das deficiências nutricionais mais comuns no mundo.
Quando os estoques de ferro são insuficientes, o paciente desenvolve Anemia Ferropriva.
O diagnóstico da anemia ferropriva é feito por meio do hemograma, com dosagem de Hemoglobina inferior a 140g/L em homens e abaixo de 120g/L em mulheres.
Idealmente, porém, a deficiência de ferro deve ser identificada no atleta antes que ocorra esta queda na hemoglobina. Isso pode ser feito por meio da dosagem da Ferritina.
Valores de referência
Valores de ferritina abaixo de 30ng/mL são indicativos de deficiência de ferro.
Ferritina abaixo de 12ng/mL costuma ser acompanhada de anemia ferropriva, com queda da hemoglobina plasmática.
Quais as causas da deficiência de ferro?
A deficiência de ferro pode estar associada a uma baixa ingestão, a uma baixa absorção no intestino ou a um aumento na perda.
Deficiência de ferro associada à Baixa ingestão
Existem dois tipos de ferro: heme e não heme:
- Ferro heme: está presente nos produtos de origem animal, em especial na carne de vaca e peixe.
- Ferro não heme: presente em alimentos de origem vegetal, como o feijão, rúcula, couve e brocolis.
Dietas para emagrecer tendem a apresentar uma quantidade de ferro inferior às necessidades diárias.
Atletas envolvidos com esportes que presam por um corpo extremamente magro, como a ginástica ou o ballet, e esportes com categorias de peso, como o remo e os esportes de luta, também favorecem a ocorrência de deficiência de ferro.
A dieta rica em alimentos de valor nutricional desprezível, como refrigerantes, pizzas e doces, também apresenta quantidade insuficiente de ferro.
Por fim, a deficiência de ferro é uma preocupação em atletas que exageram na substituição de alimentos ricos em proteínas por suplementos alimentares, uma vez que muitos destes alimentos também são ricos em ferro.
Deficiência de ferro associada à Baixa absorção:
A fonte do ferro na dieta tem influência direta na capacidade de absorção pelo organismo: A absorção do ferro heme varia entre 15 e 35%, ao passo que o ferro não heme tem variação muito maior, entre 2 e 20%.
A maior ou menor absorção do ferro não-heme depende, em parte, da presença de outros alimentos na mesma refeição, os quais podem tanto aumentar como diminuir a absorção.
A absorção é prejudicada quando consumidos junto com alimentos ricos em Fibras Alimentares (o que é muito comum entre vegetarianos) ou produtos lácteos e é facilitada por uma dieta rica em vitamina C. Já a absorção do ferro heme é muito menos influenciado por outros componentes da dieta.
A preocupação com o ferro na dieta vegetariana está mais relacionada à capacidade de absorção do que com a quantidade de ferro ingerida. Estudos mostram que, na média, vegetarianos consomem até mais ferro do que não vegetariano.
Além da dieta, a baixa absorção do ferro pode também estar associada ao uso de determinados medicamentos ou a doenças como a Doença de Crohn ou a Doença Celíaca.
Deficiência de ferro associado a Aumento das perdas:
Mulheres estão sob maior risco de desenvolverem a anemia ferropriva, devido às perdas menstruais e por terem habitualmente um menor consumo de alimentos ricos em ferro. Mulheres com fluxo menstrual excessivo estão ainda mais vulneráveis.
Atletas podem ter uma maior perda de ferro em decorrência do suor e também em decorrência da hemólise por impacto. A hemólise por impacto é um processo característico de destruição das hemácias decorrente dos sucessivos traumas mecânicos impostos aos capilares sanguíneos durante a prática esportiva. Ocorre especialmente em corredores de longa distância e em outras atividades que envolvem a corrida por tempo prolongado.
Parasitoses intestinais também podem contribuir para a deficiência de ferro. Muitas destas parasitoses podem se desenvolver sem qualquer sintoma e sem que o paciente tenha ciência do problema.
Adolescentes também são especialmente vulneráveis, devido à maior demanda de nutrientes decorrente das necessidades fisiológicas do organismo em desenvolvimento.
Outras condições envolvidas com a perda de ferro aumentada incluem o fluxo menstrual intenso, hemorragias ou neoplasias.