Estenose de carótida
O que é estenose de carótida?
A estenose de carótida é uma condição caracterizada pelo estreitamento da artéria carótida.
Cada pessoa tem duas carótidas, uma de cada lado do pescoço. Elas são as principais artérias que levam sangue para o cérebro. A estenose pode acometer apenas uma ou ambas as carótidas.
A doença é geralmente causada pelo acúmulo de placas de gordura na artéria, uma condição conhecida como Aterosclerose.
Quais os riscos relacionados à Estenose da Carótida?
A estenose de carótida geralmente se desenvolve ao longo de um período prolongado, à medida em que o indivíduo envelhece.
A prevalência de estenose na população geral é estimada em até 5%. Entretanto, as pessoas geralmente passam muito tempo de forma assintomática e sem o conhecimento da doença.
A maior preocupação é com o risco de que uma destas placas venham a se soltar e, depois, bloqueie o fluxo sanguíneo na artéria.
Este bloqueio impede que o sangue chegue a parte do tecido cerebral, causando um Ataque Isquêmico transitório (AIT) ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O Ataque Isquêmico Transitório é uma condição caracterizada pela redução temporária no suprimento de sangue a uma região específica do cérebro.
Os sinais e sintomas são semelhantes aos do Acidente Vascular Cerebral. Entretanto, eles geralmente duram apenas alguns minutos e não causam danos permanentes.
Apesar disso, o AIT é considerado um aviso importante ao paciente. Isso porque 1 a cada 3 pessoas virá a ter um AVC no futuro, sendo que isso acontecerá em 2 a 17% dos pacientes em até 90 dias e em 20% ao longo do primeiro ano (1).
Fatores de risco
São considerados fatores de risco para uma pessoa desenvolver a estenose da carótida:
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Sedentarismo;
- Hipertensão Arterial;
- Colesterol Alto;
- Diabetes;
- Idade avançada.
Quais são os sintomas da estenose de carótida?
A maioria das pessoas com estenose de carótida não apresentam sintomas até que desenvolvam um Ataque Isquêmico Transitório ou um Acidente vascular Cerebral.
Entre os sinais e sintomas do AIT ou do AVC incluem-se:
- Fraqueza, dormência ou paralisia no rosto, braço ou perna, geralmente em um lado do corpo;
- Fala arrastada ou distorcida;
- Cegueira ou visão dupla
- Perda de equilíbrio ou coordenação
- Perda da sensibilidade de um lado do corpo;
- Alterações de movimento.
Estes sinais podem ser bastante variáveis, a depender de qual a extensão das lesões e da região do cérebro que foi afetada.
Diagnóstico da estenose de carótida
Em alguns casos, a estenose de carótida pode ser considerada ao se identificar um sopro característico durante a auscuta cardiovascular.
Ela pode também ser detectada por acaso, durante exames realizados por outros motivos.
Na maioria das vezes, porém, a estenose somente é identificada durante a investigação após um AVC ou um AIT.
Os principais exames usados para confirmar o diagnóstico incluem:
- Ultrassom.
- Angiografia Cerebral, angiotomografia ou angioressonância magnética.
Classificação
A estenose de carótida é classificada em três graus, de acordo com o grau de obstrução da artéria:
- Grau 1: obstrução inferior a 50%;
- Grau 2: obstrução de 50% a 79%;
- Grau 3: obstrução igual ou maior do que 80%.
Tratamento da Estenose de Carótida
O principal objetivo do tratamento da estenose de artéria de carótida é interromper a progressão da doença, por meio do controle dos diferentes fatores de risco para a doença.
Isso se inicia com modificações no estilo de vida, incluindo uma melhora no padrão alimentar, prática regular de atividades físicas, abandono do tabagismo e controle do peso, no caso de pacientes obesos.
Medicamentos para controle do colesterol e da Hipertensão Arterial devem ser indicados, quando for o caso.
Em casos mais graves, um procedimento denominado de endarterectomia poderá ser considerado.
A endarterectomia envolve a remoção das placas de aterosclerose, o que pode ser feito por meio de uma cirurgia aberta ou por meio de um cateter, com a implantação de um stent.
A endarterectomia é um procedimento que também envolve riscos. Assim, a indicação deve ser avaliada caso a caso pelo Médico neurologista, considerando os potenciais benefícios e eventuais riscos.