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Diarreia

O que é a Diarreia?

A diarreia é uma condição muito comum na qual as fezes são soltas ou aquosas.

Ela pode acontecer por uma ampla variedade de razões e geralmente desaparece sozinha em um a três dias. Eventualmente, porém, ela pode ser persistente e levar a graves complicações.

Qualquer pessoa pode ter diarreia. Entretanto, ela é mais preocupante em certos grupos de pessoas, devido ao risco aumentado para complicações

Os grupos de maior risco incluem:

  • Crianças pequenas.
  • Idosos (idosos).
  • Pessoas com doenças crônicas, especialmente aqueles com imunodeficiência.

A Diarreia precisa ser diferenciada da Disenteria. Em ambos casos, há um aumento das evacuações e diminuição da consistência das fezes, deixando-as líquidas. Porém, no caso da disenteria, há também a presença de sangue nas fezes.

Sintomas da Diarreia

A diarreia se caracteriza pela evacuação amolecida, fazendo com que o paciente tenha que correr para o banheiro para não perder as fezes na roupa.

Além disso, outros sintomas também costumam estar presentes, incluindo:

  • Inchaço abdominal;
  • Cólica;
  • Náusea

Alguns outros sintomas podem indicar um caso de maior gravidade e a necessidade de avaliação especializada, entre eles:

  • Febre;
  • Dor pelo corpo;
  • Sangue nas fazes;
  • Redução na produção de urina, tontura ou confusão mental (sinais de desidratação grave);
  • Diarreia que não melhora após poucos dias ou que se torna muito recorrente.

Complicações da Diarreia

As principais complicações da diarreia estão associadas à perda de água e de eletrólitos, que são eliminados junto com as fezes. 

Elas incluem:

  • Desidratação: perda de grandes quantidades de água;
  • Desequilíbrio eletrolítico: perda de sódio, potássio e magnésio, que desempenham um papel fundamental nas funções vitais do corpo;
  • Insuficiência renal: possível consequência de desidratações graves.

Diarreia aguda ou crônica

A diarreia pode ser diferenciada em dois tipos:

  • Aguda: duração inferior a 2 semanas.
  • Crônica: duração superior a 2 semanas.

Esta diferenciação é importante, uma vez que as causas e os tratamentos costumam ser diferentes.

Quais as causas da Diarréia aguda?

A diarreia aguda geralmente é causada por infecções: 74% delas causadas por vírus; 20% por bactérias; 6% por parasitas intestinais (1).

Ela tem início após o consumo de alimentos ou água contaminados.

O paciente apresenta uma diarreia aguda, que pode conter sangue ou muco. Além disso, podem também estar presentes sintomas como febre, cólica intestinal, náusea ou vômito.

Quais as causas da Diarreia crônica?

Existem diferentes causas para a diarreia crônica, incluindo:

Verminoses

Parasitas como áscaris ou tênia, entre outros, podem se alojar no intestino e causar problemas com a digestão e a absorção dos alimentos. 

Algumas verminoses são assintomáticas. Entretanto, elas podem também provocar sintomas como diarreia prolongada, dor abdominal, sangue nas fezes, náusea ou perda do apetite.

Estresse e ansiedade

O estresse e a ansiedade levam a um aumento das contrações dos músculos do intestino. O trânsito do bolo alimentar pelo intestino fica acelerado e a capacidade de reabsorção da água fica comprometida, dando origem à diarreia.

O aumento da motilidade intestinal pode também provocar sintomas como náusea e desconforto abdominal.

Intolerância alimentar

A Intolerância alimentar é uma resposta do organismo à ingestão de determinados alimentos, em função de uma dificuldade no processo digestivo.

Quando o alimento não é adequadamente digerido e absorvido, ele chega ao intestino grosso onde sofre a ação fermentativa das bactérias da flora intestinal, podendo causar desconforto abdominal, flatulência e diarreia, entre outros sintomas.

As intolerâncias mais comuns incluem:

  • Intolerância à Lactose: açúcar presente no leite, queijos, Iogurte e outros produtos feitos com leite
  • Intolerância ao Gluten: proteína encontrada na farinha de trigo, cevada e centeio. Está presente também em produtos industrializados feitos com estes ingredientes, como pão, torrada, bolacha, biscoito, bolos, macarrão, doces, pizza, salgadinhos e sanduiches;
  • Intolerância à Frutose: açúcar natural presente em diversas frutas e cereais. Entretanto, ela também está presente em diversos produtos industrializados, como pães, sorvetes, bolos e refrigerantes.

Alergia alimentar

Apesar dos sintomas serem semelhantes e ambas poderem causar diarreia, a Alergia alimentar é diferente da intolerância alimentar.

Enquanto a intolerância alimentar está associada a uma dificuldade com a digestão de determinados alimentos, a Alergia alimentar é provocada por uma resposta do sistema imunológico (resposta auto-imune).

Outra diferença é que a alergia alimentar geralmente se manifesta ainda na infância, enquanto a intolerância alimentar costuma se desenvolver já na idade adulta. 

Além disso, a alergia provoca sintomas quase que de imediato após ingerir o alimento, enquanto a intolerância demora mais para aparecer os sintomas.

Sintomas com dificuldade para respirar, dor no peito, sensação de garganta fechada ou inchaço no rosto também podem estar presentes na alergia alimentar.

Os principais alérgenos alimentares são o leite, ovo, soja, amendoim, oleaginosas, peixes, trigo e frutos-do-mar.

Doenças inflamatórias intestinais

Algumas doenças intestinais, como Colite ulcerativa, Doença de Crohn ou Doença celíaca, podem provocar uma inflamação no intestino e provocar uma diarreia crônica.

Febre, dor abdominal ou fezes com sangue ou muco também costumam estar presentes.

Nestas doenças, a diarreia costuma estar intercalada com períodos de obstipação (prisão de ventre).

Síndrome do intestino irritável

A síndrome do intestino irritável é uma condição em que ocorrem alterações dos movimentos do intestino.

Estas alterações são causadas por diferentes fatores, incluindo intolerância a certos alimentos, ansiedade e estresse.

A síndrome provoca crises de diarreia, que podem ser intercaladas com períodos de prisão do ventre (obstipação). Cólica abdominal ou flatulência também podem estar presentes.

Uso de medicamentos

Os antibióticos são os medicamentos mais relacionados com a diarreia. Isso acontece porque, mesmo que estejam sendo usados para uma infecção a distância, eles combatem algumas das bactérias presentes na flora intestinal.

Por outro lado, as bactérias que não sofrem o efeito destes antibióticos encontram um ambiente mais propício para se multiplicarem.

A diarreia é uma das consequências destas mudanças na flora intestinal.

Outros medicamentos podem provocar diarreia ao alterar os movimentos do músculo intestinal, entre eles:

  • Anti-inflamatórios;
  • Anti-hipertensivos;
  • Anti-depressivos;
  • Antiácidos;
  • Medicamentos para a Diabetes;
  • Quimioterápicos.

Cirurgia gastrointestinal

Algumas cirurgias que envolvem o sistema gastrointestinal como cirurgia bariátrica, retirada da vesícula biliar ou retirada de parte do intestino, podem alterar o movimento ou a absorção de alimentos.

A diarreia é uma condição normal principalmente no primeiro mês da cirurgia. Entretanto, ela pode em alguns casos persistir mesmo no longo prazo

Coloração das fezes

A cor das fezes está diretamente ligada ao tipo e causa da diarreia.

Diarreia amarela

A diarreia amarela significa que as fezes passam pelo intestino de forma mais rápida do que o habitual, fazendo com que o organismo não absorva corretamente a gordura.

Ela pode estar presente tanto na diarreia aguda como na diarreia crônica.

Diarreia verde

A diarreia verde pode ser um indicativo de excesso de consumo de alimentos verdes, corantes ou ferro.

Por outro lado, ela pode também estar associada a infecções, em função da má digestão das gorduras ou pela inflamação da mucosa do intestino.

Diarreia preta

A principal causa para a diarreia preta ou muito escura é o sangramento nas fazes. Assim, é importante que se procure imediatamente o atendimento médico.

Diagnóstico

Na maior parte das vezes, especialmente na diarreia aguda, o diagnóstico pode ser feito com base nas queixas do paciente.

Especialmente no caso da diarreia crônica, alguns exames poderão auxiliar na identificação da causa.

Para isso, poderão ser considerados:

  • Exame de sangue;
  • Exame de fezes;
  • Coprocultura com parasitológico de fezes
  • Colonoscopia

Tratamento da diarreia não complicada

A maioria dos casos de diarreia é leve e não requer atenção médica. Eles também se resolvem espontaneamente, sem qualquer forma de intervenção médica. 

O que se busca fazer, nestes casos, é se manter hidratado e fazer uma dieta leve.

Alguns cuidados devem ser adotados na presença de diarreia:

Hidratação

Beber bastante água e outros fluidos eletrolíticos balanceados, incluindo:

  • Sucos de frutas diluídos e sem polpa;
  • Caldos;
  • Bebidas esportivas (Gatorade®, Pawerade®) 
  • Soros de reposição vendidos em farmácias

Dieta

O paciente com diarreia deve dar preferência por alimentos mais fáceis de serem digeridos, incluindo:

  • Banana
  • Arroz branco, macarrão
  • Batata
  • Maçã
  • Pão branco, bolachas sem recheio, torradas
  • Frango sem pele, peixes, carne moída magra

Por outro lado, deve-se evitar:

  • Alimentos gordurosos ou fritura
  • Cafeina: incluindo café, refrigerantes, chpa verde e chocolate
  • Alimentos e bebidas que dão gases: incluindo feijão, repolho, couve, cerveja e bebidas carbonatadas.
  • Produtos lácteos: às vezes, a diarreia também pode tornar a pessoa intolerante à lactose. Isso geralmente é temporário e pode melhorar evitando-se alimentos com lactose até que a diarréia desapareça.

Tratamento da gastroenterite bacteriana

A gastroenterite bacteriana deve ser considerada especialmente na presença dos seguintes sinais ou sintomas:

  • Febre;
  • Dores pelo corpo;
  • Presença de pús ou sangue nas fezes.

O tratamento, nestes casos, pode incluir:

Antibióticos

Os antibióticos são prescritos na suspeita de uma infecção bacteriana ou parasitária.

Antibióticos comumente utilizados no tratamento da diarreia incluem a Ciprofloxacina ou Metronidazol.

Probióticos

Probióticos são micro-organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde de quem os ingere. 

O objetivo, no caso da diarreia, é reestabelecer a flora intestinal normal.

Tratamento diarreia crônica

A diarreia é considerada crônica quando ela tem duração superior a 3 semanas.

Nestes pacientes, a perda de água e eletrólitos é menos pronunciada. Assim, o objetivo principal está voltado para o tratamento da causa da diarreia.