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Cistocele (Bexiga Caída)

O que é a cistocele?

A cistocele, também conhecida como bexiga prolapsada, herniada ou caída, ocorre quando a bexiga cai de sua posição normal na pelve e empurra a parede da vagina.

Isso acontece em decorrência da perda de sustentação pelo assoalho pélvico, um conjunto de músculos e ligamentos que sustentam os órgãos pélvicos.

O Prolapso de Órgão Pélvicos é uma condição frequente, que afeta 15% a 30% das mulheres com mais de 50 anos. Acredita-se que até os 80 anos, aproximadamente 11% das mulheres necessitarão cirurgia em decorrência desta condição(1).

Entretanto, a taxa de operação por recidiva é alta, o que evidência a necessidade de outras formas de tratamento.

Classificação

A Cistocele pode ser classificada em quatro graus, de acordo com a gravidade do prolapso:

  • Grau 1 (leve): A bexiga desce apenas um pouco na vagina.
  • Grau 2 (moderado): A bexiga desce até a abertura da vagina.
  • Grau 3 (grave): A bexiga se projeta através da abertura da vagina.
  • Grau 4 (grave): Saída completa da bexiga pela vagina

Qual a causa da cistocele?

Os órgãos da pelve, incluindo bexiga, útero e intestinos, são normalmente mantidos no lugar pelos músculos e ligamentos que formam o assoalho pélvico. Quando o assoalho se torna fraco, há o risco de acontecer a Cistocele.

Este enfraquecimento pode acontecer naturalmente com o envelhecimento, especialmente na mulher pós menopausa. Entretanto, ele também pode acontecer em decorrência da gestação, especialmente no caso de parto vaginal.

Condições que levam a um aumento da pressão sobre a pelve, como a obesidade, constipação crônica, tosse crônica ou o levantamento de peso, também favorecem a ocorrência da cistocele.

Finalmente, a Histerectomia (cirurgia para a remoção do útero) compromete a estrutura do assoalho pélvico e aumenta o risco de cistocele.

Quais são os sintomas da Cistocele?

Muitos pacientes com prolapso leve a moderado podem não ter qualquer sintoma que possa ser atribuído à cistocele. Quando sintomático, isso pode incluir:

  • Sensação de empachamento ou pressão na pélvis e na vagina;
  • Abaulamento na vagina, que pode ser visto ou sentido;
  • Aumento da pressão pélvica ao tossir, abaixar ou levantar;
  • Problemas para urinar, incluindo dificuldade em iniciar um jato de urina, a sensação de que não se esvaziou completamente a bexiga após urinar, a necessidade de urinar frequentemente ou a Incontinência urinária. Os sinais e sintomas geralmente são mais evidentes depois de ficar em pé por longos períodos de tempo, podendo desaparecer ao se deitar; 
  • Infecção urinária de repetição;
  • Dor durante a relação sexual;
  • Problemas ao inserir tampões ou aplicadores.

Diagnóstico

A cistocele grau 2, 3 ou 4 pode ser diagnosticada a partir de uma descrição dos sintomas e do exame ginecológico. Uma protuberância na vagina poderá ser vista a olho nu ou sentida com os dedos durante o toque vaginal;

O Estudo urodinamico poderá ser realizado para avaliar a função urinária. Exame de urina será importante para descartar uma infecção urinária concomitante.

Tratamento da Cistocele

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA TRATAMENTO
Grau 1 Pequena queda da bexiga na vagina, sem sintomas Exercícios pélvicos + Mudanças comportamentais
Grau 2 bexiga chega até a abertura da vagina Fisioterapia + Exercícios pélvicos + Cirurgia
Grau 3 Quando a bexiga sai através da vagina Cirurgia + Fisioterapia + Exercícios pélvicos
Grau 4 Saída completa da bexiga pela vagina Cirurgia imediata

Fisioterapia pélvica

A Fisioterapia pélvica pode envolver exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (especialmente aqueles denominados de Exercícios de Kegel) e técnicas como o biofeedback ou a estimulação elétrica.

O tratamento costuma ter uma resposta bastante satisfatória nos casos leves, não tendo indicação nos casos mais avançados.

Muitos dos exercícios podem ser feitos na própria casa do paciente, mas para que se tenha o resultado desejado a aderência a longo prazo ao tratamento é fundamental.

Pessário vaginal

O Pessário (argola de borracha) é um dispositivo inserido na vagina para oferecer sustentação aos órgãos pélvicos. Existem diferentes tipos de pessários que devem ser indicados a depender das características de cada caso.

O modelo em anel é o mais utilizado, pois é fácil de colocar e possui uma melhor aceitação, por se acomodar melhor dentro da vagina. Esse modelo possibilita a atividade sexual sem a necessidade de retirada do dispositivo e é o que menor risco de complicações.

O tratamento com o pessário vaginal é um método efetivo, fácil, de baixo custo e com impacto positivo significativo na qualidade de vida das mulheres com Cistocele, que pode ser oferecido para as pacientes que não desejem ou que tenham contraindicações ao tratamento cirúrgico.

Cirurgia para cistocele

A cirurgia para cistocele consiste em reforçar as estruturas da região pélvica. O objetivo é restaurar a posição correta da bexiga, útero e de todas as estruturas que estejam ‘caídas’.

Normalmente o médico coloca uma ‘rede’ para servir de apoio para os órgãos pélvicos o que é bastante eficaz, sendo especialmente indicado para os casos mais graves.
Esse tipo de cirurgia pode ser feito através da laparotomia ou de forma aberta.
O procedimento é rápido e a mulher fica internada somente 2 ou 3 dias. Entretanto, é necessário ficar de repouso em casa e evitar esforços na 1ª semana após a cirurgia.

O grande problema da cirurgia é o grande risco de recidivas. Estudos mostram que aproximadamente 30% a 50% das pacientes apresentam recorrência anatômica do prolapso, com 7% dos casos evoluindo com recidiva sintomática (2).
Nos demais casos, a paciente não desenvolve sintomas apesar da recidiva do prolapso. Mulheres mais jovens, com maior peso corporal e com graus avançados de prolapso são mais propensas a apresentar prolapso recorrente após o reparo vaginal (3).