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Atuação da Fonoaudiologia no Transtorno do Espectro Autista

Como o autismo afeta a comunicação?

O autismo pode afetar a fala, o desenvolvimento da linguagem e a comunicação de várias maneiras.

Cerca de uma em cada três pessoas com autismo têm dificuldade de produzir os sons da fala para se comunicar de maneira eficaz. Quando a linguagem está presente, pode ser de difícil compreensão.

Uma pessoa com TEA pode não desenvolver a linguagem verbal, emitir somente grunhidos, gritos, ou sons guturais, balbuciar sons, usar palavras incomuns ou apresentar uma fala robótica.

Estas crianças também podem somente repetir as frases e palavras que ouviu, o que se chama de ecolalia, além de usar um tom de voz sem entonação, ou, sem expressão.

Outros pacientes desenvolvem um bom padrão de linguagem e precisam apenas de um trabalho de articulação de palavras.

Algumas diferenças na comunicação do autista podem incluir:

  • Não olhar diretamente para os olhos;
  • Achar difícil acompanhar uma conversa em andamento ou se envolver em conversas casuais;
  • Não perceber que os outros estão desinteressados em um assunto sobre o qual estão falando;
  • Problemas para entender indiretas, piadas, ironia, sarcasmo, entrelinhas etc.

Desenvolvimento da linguagem no TEA

Nas crianças neurotípicas, diferentes habilidades são desenvolvidas de forma natural ao longo da infância que culminarão mais à frente no desenvolvimento da fala.

As crianças aprendem por repetição. Inicialmente, ela “aprende” a repetir gestos e movimentos. Depois, tenta reproduzir os sons, que se tornam cada vez mais complexos até que inicie as primeiras palavras, sempre em um processo de imitação.

Para conseguir imitar, é pré-requisito que ela tenha interação social e que consiga acompanhar outras pessoas com o olhar, habilidades que em muitos casos não se desenvolvem de forma natural no TEA. Sem essas habilidades, a fala e a comunicação estarão comprometidas.

Para que consiga desenvolver a fala, é necessário também que a audição esteja funcionante. Para escutar, o ouvido capta o som, que é então transmitido ao cérebro por meio do nervo auditivo, para então ser filtrado e interpretado pelo cérebro. No caso de crianças autistas, essa interpretação dos sons, chamada de “processamento auditivo”, pode estar deficiente, o que impede que ela perceba esses sons. É como se não estivesse escutando.

Outra diferença é que crianças neurotípicas usam a fala desde o início de uma forma mais funcional. Ela fala para pedir alguma coisa ou para se expressar, ela fala para interagir. Já no autismo, é comum que a fala esteja presente, mas que ela não seja funcional. Isso significa que essa criança pode imitar a fala de alguém ou até mesmo “imitar” uma música. A esse tipo de comunicação dá-se o nome de “ecolalia”. No entanto, ela não é capaz de usar a fala em um processo comunicativo, por exemplo para pedir para ir ao banheiro ou para dizer que está com fome.

Ao avaliar a comunicação como um todo, é preciso considerar também as diferenças na comunicação não falada. A criança autista tem dificuldades para interpretar gestos, expressões faciais ou as diferentes entonações na fala. Ela tende a levar as falas ao pé da letra, ficando confusa quando alguém faz falas indiretas, piadas, ironia, sarcasmo, entrelinhas etc.

Por fim, é preciso levar em contar as dificuldades de interação social. A criança autista pode ter dificuldade para entender o funcionamento de uma conversa, que envolve tanto a fala quanto a escuta. Pode ter dificuldade para responder a uma fala dos outros.

Abordagem da Fonoaudiologia

O fonoaudiólogo faz parte da equipe multidisciplinar na maior parte dos pacientes com Transtorno do Espectro Autista.

Sua atuação está ligada especialmente ao desenvolvimento da fala e da linguagem.

O atraso da linguagem é em muitos casos um dos primeiros indicativos do Transtorno do Espectro Autista. Nesses casos, quanto mais cedo iniciada a intervenção, melhor o resultado. O tratamento pode ser iniciado antes mesmo da confirmação do TEA.

O primeiro passo na avaliação fonoaudióloga de uma criança autista com dificuldades na comunicação é compreender quais são os pontos de bloqueio para o desenvolvimento da linguagem.

Não adianta, por exemplo, querer estimular a fala quando a criança não é capaz de manter o contato visual ou de interagir e imitar terceiros.

Algumas pessoas apresentam dificuldades mais pontuais que deverão ser trabalhadas nas sessões de fonoaudiologia. Em outros casos, as limitações podem ser bem maiores, sendo então necessário lançar mão da comunicação alternativa.

A comunicação alternativa envolve uma série de recursos que buscam ajudar uma criança que não fala a se comunicar.

Esses recursos podem ser divididos em recursos com apoio ou sem apoio:

  • Sem apoio: A comunicação é feita com recursos próprios da pessoa, como gestos, expressões faciais, língua de sinais, movimentos corporais, piscar de olhos, entre outros.
  • Com apoio: envolve o uso de materiais e equipamentos especiais, como imagens, livros, tablets, placas com imagens, vocalizadores, entre outros.

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