Infertilidade Masculina

Como é definida a infertilidade?

A infertilidade é caracterizada sempre que uma doença do sistema reprodutivo torna uma pessoa incapaz de ter filhos.

Ela pode afetar o homem, a mulher ou ambos.

Algumas causas são facilmente identificadas pelo médico.

Em outros casais, porém, o motivo pode não ser claro. Nestes casos, a infertilidade fica caracterizada depois de uma tentativa para engravidar por ao menos 12 meses seguidos sem sucesso.

Infertilidade feminina X infertilidade masculina

Para casais heterossexuais, as causas podem ser definidas como (1):

Infertilidade masculina, em aproximadamente 40% dos casos;
Infertilidade feminina, em aproximadamente 40% dos casos;
Causas tanto masculinas como femininas, em 15% dos casos;
Nenhuma causa identificável, em 5% dos casos.

O que causa a infertilidade masculina?

Para que um homem consiga se reproduzir naturalmente, ele precisa produzir espermas saudáveis e capazes de fertilizarem o óvulo.

Além disso, precisa ter uma ereção e ejacular para que o esperma chegue ao óvulo

Assim, as principais causas de infertilidade masculina são:

Distúrbios do esperma

Problemas com a produção de esperma saudável são as causas mais comuns de infertilidade masculina.

O esperma pode ser imaturo, de forma anormal ou incapaz de nadar. Além disso, algumas pessoas não produzem quantidade de esperma suficiente.

Os principais motivos para isso são:

Infecções ou condições inflamatórias, especialmente uma infecção por caxumba após a puberdade.
Problemas hormonais ou da glândula pituitária;
Problemas imunológicos nos quais a pessoa produz anticorpos contra o próprio esperma;
Estilo de vida pouco saudável, incluindo o tabagismo, alcoolismo e uso de esteroides anabolizantes;

Problemas estruturais

Qualquer condição que bloqueie o trato genital pode interromper o fluxo de sêmen.

Este bloqueio pode acontecer por diferentes motivos:

Defeito genético ou congênito.
Infecção por Doença Sexualmente Transmissível;
Aderência pós cirúrgica
Sequela de Torção testicular.
Problemas de ereção

Causas genéticas para a infertilidade masculina

5% a 30% dos casos de infertilidade masculina têm causa genética identificável.

Em homens com azoospermia não obstrutiva (ausência de espermatozoides no sêmen) ou oligospermia grave (baixa contagem de espermatozoide no sêmen), as causas genéticas representam até 40% dos casos.

As principais causas genéticas para a infertilidade masculina incluem:

Síndrome de Klinefelter (XXY): representa 10%–15% dos casos de azoospermia. A Síndrome de Klinefelter é uma aneuploidia do cromossomo sexual masculino, caracterizada pela presença de um cromossomo X extra (47,XXY). Ela afeta aproximadamente 1 em cada 500 a 1.000 homens e pode ter a infertilidade como única manifestação percebida.
Microdeleções do cromossomo Y: presentes em até 7% dos homens com azoospermia e 3–5% com oligospermia severa.
Mutação no gene CFTR: associada a agenesia bilateral dos vasos deferentes em até 80% dos casos.

Fatores de risco para infertilidade masculina

Algumas condições tornam o homem mais propenso a desenvolver infertilidade, incluindo:

Prostatite e outras formas de infecções genitais;
Histórico de torção de testículos;
Puberdade precoce ou puberdade tardia;
Criptorquidia (testículos que não desceram)

Uso de certos tipos de medicações para úlcera, psoríase, depressão ou pressão alta.

Diagnóstico

Algumas das possíveis causas para a infertilidade masculina podem ser identificadas com base na história clínica e exame físico.

Entretanto, alguns exames podem contribuir para a investigação diagnóstica, incluindo:

Contagem de esperma (análise de sêmen)

Ao menos duas amostras de sêmen são coletadas em dias separados. Algumas das análises que poderão ser feitas a partir desta amostra incluem:

Quantidade de sêmen produzida;
Uniformidade da amostra;
Acidez da amostra;
Quantidade de espermatozoides produzidas;
Motilidade dos espermatozoides;
Formato dos espermatozoides.

Exames de sangue

Diferentes exames podem ser considerados a depender do histórico de saúde e das prováveis causas para a infertilidade masculina. As dosagens hormonais são os exames de sangue mais comumente usados.

Ultrassom do escroto

Pode ser usado para avaliar os testículos, vasos sanguíneos e estruturas dentro do escroto.

Biópsia testicular

Se a análise do sêmen mostrar que o paciente tem poucos ou nenhum espermatozoide. Uma amostra de tecido do testículo poderá ser retirada por biópsia para análise ao microscópio.

Avaliação genética

Dependendo da história clínica, a avaliação genética pode ser solicitada para a mulher, para o homem ou para o casal.

Indicação para avaliação genética no homem:

Azoospermia (ausência de espermatozoides) ou oligospermia grave (baixa contagem de espermatozoides)
Anomalias morfológicas significativas nos espermatozoides
Criptorquidia bilateral ou hipospádia
História familiar de infertilidade ou doenças genéticas

avaliação genética no casal:

Infertilidade sem causa aparente após investigação convencional.
Abortos espontâneos de repetição (≥2 ou 3 consecutivos).
Fracassos repetidos de fertilização in vitro (FIV).
Parentesco consanguíneo entre os parceiros.
Filho anterior com malformações ou condição genética

Tratamento da Infertilidade Masculina

O tratamento da Infertilidade masculina depende de qual que é a causa para a infertilidade. Isso poderá envolver, especialmente:

Inseminação artificial
Fertilização In Vitro
Doação de Espermatozóides

Inseminação artificial

A Inseminação Artificial é um procedimento no qual o sêmen é colocado e introduzido diretamente dentro do útero.

Na maior parte das vezes, a coleta é feita por meio da masturbação. Entretanto, ela pode ser feita também por aspiração testicular, na presença de um bloqueio que impede uma ejaculação normal.

Além disso, a Inseminação artificial pode ser usada também em casos nos quais os espermatozoides são imaturos, de forma anormal ou incapazes de nadar.

Fertilização In Vitro

A Fertilização in Vitro evolve um conjunto de técnicas nas quais a fecundação de óvulos e espermatozoides é feita em laboratório, seguido pela transferência dos embriões formados para o útero.

Na infertilidade masculina, ela pode ser usada nas mesmas condições descritas para a infertilidade feminina. Entretanto, a probabilidade de conseguir uma gestação bem-sucedida é maior.