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Uropatia obstrutiva

O que é a Uropatia obstrutiva?

A Uropatia obstrutiva se caracteriza por qualquer obstrução ao fluxo da urina, que pode acometer desde os túbulos renais até o meato uretral externo.

Ela leva a um aumento na pressão ao longo de todo o trato urinário localizado acima da obstrução, aumentando o risco para infecções urinárias ou para a formação de cálculos.

A obstrução do trato urinário pode também levar a um aumento na pressão da urina. Em alguns casos, isso pode levar à lesão do tecido renal e comprometimento permanente do funcionamento do rim.

Nas obstruções baixas (uretra ou bexiga), o fluxo da urina produzido por ambos os rins fica obstruído. O paciente pode deixar de urinar completamente (em uma obstrução completa) ou o jato da urina fica mais fraco (no caso de uma obstrução parcial).

Já nas obstruções altas (bexiga ou ureter), a urina produzida pelo rim do lado oposto ao da obstrução continua a drenar a urina normalmente.

O paciente raramente desenvolve Insuficiência renal, uma vez que o lado preservado é capaz de manter a função renal.

A maior parte das obstruções pode ser corrigida por meio do tratamento adequado. Entretanto, um eventual dano ao tecido renal já estabelecido costuma ser irreversível.

O prognóstico, desta forma, varia de acordo com a capacidade de reversão da obstrução e do grau de comprometimento dos rins.

Quais as causas da Uropatia obstrutiva?


As causas mais comuns diferem de acordo com a idade:

A Uropatia obstrutiva apresenta distribuição bimodal. Na infância, decorre principalmente em decorrência de anormalidades congênitas do trato urinário.

A incidência diminui até os 60 anos de idade, quando ela se eleva novamente, em particular nos homens, em razão do aumento da incidência de Hiperplasia prostática benigna e do câncer de próstata.

Sintomas


Os efeitos da Uropatia obstrutiva para cima do ponto de obstrução ao fluxo urinário podem incluir aumento da pressão feita pela urina contra o ureter ou rim, estase urinária, infecção urinária ou a formação de cálculos.

Os sinais e sintomas variam de acordo com o local da obstrução, se ela é parcial ou completa e se a obstrução aconteceu de forma progressiva ou repentina.

Geralmente inclui dor ou problemas miccionais. Eventualmente, poderá incluir sinais indiretos em decorrência de uma insuficiência renal já estabelecida, como a Hipertensão arterial.

Dor

Geralmente está ausente ou mínima nos casos de obstrução parcial ou de desenvolvimento lento.

Por outro lado, costuma estar presente nos casos de obstrução completa e/ou repentina. Ela acontece devido à distensão da bexiga, ureter ou rim.

Outros sintomas podem estar presentes a depender do local da obstrução:

  • Obstruções na porção superior do ureter rim causam dor no flanco;
  • Obstruções na porção inferior do ureter causa dor que pode se irradiar para o testículo ou para os grandes lábios, no mesmo lado da obstrução;
  • Nas obstruções da bexiga ou uretra, o paciente apresenta dor e inchaço no baixo ventre.

Problemas miccionais

  • Anúria: interrupção completa da micção, que acontece em decorrência de uma obstrução completa ao nível da bexiga ou da uretra;
  • Poliúria: aumento do volume urinário total. Ocorre em decorrência do dano ao tecido renal, com alteração na capacidade de reabsorção de sódio e concentração da urina;
  • Noctúria: o paciente acorda durante à noite para urinar. Geralmente acompanha o quadro de aumento do débito urinário;
  • Disúria: dor ao urinar, geralmente em decorrência de Infecção urinária. Além disso, a infecção pode causar piúria (presença de pús na urina), urgência miccional e polaciúria (aumento na frequência urinária, com pequena quantidade de urina sendo eliminada de cada vez), dor referida dos rins e ureteres, febre e, ocasionalmente, sepse.

Diagnóstico


A uropatia obstrutiva deve ser considerada em todos os pacientes com qualquer uma das seguintes condições:

  • Diminuição ou ausência de débito urinário;
  • Alternância entre períodos de redução do débito urinário com períodos de aumento do débito urinário;
  • Insuficiência renal inexplicada;
  • Dor que sugere distensão do trato urinário;

Além disso, a história clínica pode levar o Médico urologista a suspeitar de alguma das doenças ou condições que causam a obstrução, incluindo a hiperplasia benigna da próstata, câncer ou cálculo renal.

Uma vez que se suspeite da retenção urinária, o primeiro passo é realizar uma sondagem vesical.

A obstrução uretral (geralmente na presença de Hiperplasia Prostática Benígna ou câncer de próstata) é suspeitada quando houver dificuldade de passagem da sonda ou quando houver a saída da quantidade esperada de urina após a passagem da sonda.

O passo seguinte, nestes casos, é realizar uma Uretrocistoscopia ou uma Uretrocistografia miccional, exames estes que poderão fazer a confirmação diagnóstica.

Uma vez que não se observe os sinais sugestivos de obstrução uretral (dificuldade para a passagem da sonda ou esvaziamento de grande quantidade de urina após a sondagem) ou quando os exames de cistoscopia ou cistografia não mostrarem a obstrução, presume-se que o local da obstrução esteja mais acima, nos ureteres ou rins.

Nestes casos, o primeiro exame geralmente utilizado é a ultrassonografia, podendo ser considerados também a Tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, a depender de qual a causa suspeita para a obstrução.

Qual o tratamento para a Uropatia obstrutiva?


A drenagem imediata da urina por técnicas como a sondagem vesical, cateter ureteral ou mesmo por nefrostomia percutânea (acesso pela pele ao rim) deverá ser feita no caso de hidronefrose com comprometimento da função renal, na persistência de Infecção urinária ou se a dor for incontrolável ou persistente.

O objetivo seguinte deve ser eliminar a obstrução e a retenção urinária, o que pode demandar cirurgia, procedimentos como a litotripsia ou tratamento medicamentoso (por exemplo, tratamento hormonal para câncer de próstata).