Transplante de Pulmão
O que é o Transplante de Pulmão?
O transplante de pulmão é um procedimento cirúrgico para substituir um pulmão doente pelo pulmão saudável de um doador falecido.
Qual a indicação para o transplante de pulmão?
O transplante de pulmão é um tratamento a ser considerado para pacientes com diferentes condições que levam a um sério comprometimento da função pulmonar.
Algumas das causas mais comuns para isso incluem:
- Fibrose cística
Quais os riscos do Transplante de Pulmão?
As complicações associadas a um transplante de pulmão podem ser graves e às vezes fatais. Os principais riscos incluem rejeição e infecção.
Rejeição
A rejeição ao transplante se refere a uma reação exacerbada do sistema imunológico contra o novo pulmão.
Para evitar a rejeição, medicamentos imunossupressores deverão ser usados por toda a vida após o transplante de pulmão.
O risco de rejeição é maior ao longo do primeiro ano após o transplante de pulmão e é reduzido ao longo do tempo.
São sinais que podem indicar a rejeição do órgão transplantado:
- Menor tolerância ao exercício
- Tontura
- Palpitações cardíacas
- Perda de apetite
- Falta de ar
- Tornozelos inchados
- Piora do cansaço e fadiga
- Ganho de peso.
Efeitos colaterais dos imunossupressores
Ainda que fundamentais após o transplante de pulmão, os medicamentos imunossupressores podem causar diversos efeitos colaterais, incluindo:
- Ganho de peso
- Problemas de estômago
- Risco aumentado para infecções
Além disso, estes medicamentos podem também levar a uma piora de outros problemas de saúde, incluindo:
- Diabetes
- Insuficiência renal
- Osteoporose
- Câncer
- Pressão alta (hipertensão)
Infecção
O aumento no risco de infecção é uma das maiores preocupações de pacientes em uso de medicamentos imunossupressores.
Além disso, infecções do dia a dia e comuns para qualquer pessoa, como a gripe ou o resfriado, podem ser muito mais perigosos para o paciente imunossuprimido.
Assim, algumas medidas devem ser consideradas para minimizar o risco de infecção, incluindo:
- Lavar as mãos regularmente
- Proteger a pele de arranhões e feridas
- Evitar multidões e pessoas doentes
- Receber as vacinas apropriadas
Espera pelo órgão doador
Uma vez que a equipe médica determine que um paciente é candidato a um transplante de pulmão, ele é colocado na lista de espera.
Infelizmente, o número de pessoas que precisam de transplantes de pulmão excede em muito o número de pulmões doados disponíveis.
O tempo médio de espera por um novo pulmão pode durar até 3 anos, dependendo da região do país (1).
Um dos principais limitadores é que existem centros especializados no transplante pulmonar em apenas quatro estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Ceará.
Considerando-se tudo isso, estima-se que apenas 5% das pessoas com necessidade de transplante pulmonar no país consegue ser atendida e muitos morrem enquanto esperam pelo transplante.
A reabilitação pulmonar pode ajudá-lo a melhorar a saúde e capacidade funcional, antes e depois do transplante.
O que acontece quando um pulmão está disponível para doação?
Quando um novo órgão doador se torna disponível, é feita uma avaliação de possíveis receptores.
Isso depende de fatores como:
- Tipo sanguíneo
- Tamanho do órgão
- Gravidade da doença pulmonar e saúde geral do receptor
- Probabilidade de sucesso do transplante
Podemos dizer, desta maneira, que a fila não anda de uma forma linear e que algumas pessoas podem encontrar um órgão doador antes do que outros que estejam a mais tempo na fila.
Idealmente, o paciente na fila de transplante deve estar sempre preparado para agir rapidamente quando isso acontecer.
Preparação para o transplante
Uma vez encontrado um órgão doador, inicia-se uma corrida contra o tempo para que o procedimento seja feito no menor tempo possível.
Assim que chegar ao hospital, o paciente receptor passa por testes para certificar que o pulmão seja compatível e que ele esteja saudável o suficiente para fazer a cirurgia.
O pulmão do doador também deve ser saudável, caso contrário será recusado pela equipe de transplante.
Técnica cirúrgica
O transplante de pulmão é realizado sob anestesia geral, com o paciente entubado.
O cirurgião torácico faz um corte no peito do paciente para remover o pulmão doente.
Para alguns transplantes de pulmão (geralmente no transplante bi-pulmonar), o paciente pode estar conectado a uma máquina de bypass coração-pulmão, que mantém o sangue ciruculando durante o procedimento. Ele oxigena o sangue fora do corpo e o bombeia de volta para o corpo.
As vias aéreas e os vasos sanguíneos do pulmão doente são cortados e o pulmão é retirado para ser substituído pelo pulmão saudável do doador.
Por fim, as vias aéreas e os vasos sanguíneos são reconectados ao novo pulmão.
A duração da cirurgia de transplante de pulmão depende da complexidade do caso.
- Para um transplante de pulmão único, a cirurgia levará entre 6 e 8 horas.
- Para um transplante de pulmão duplo, a cirurgia levará de 8 a 12 horas.
Recuperação pós-operatória
Internação hospitalar
A recuperação geralmente envolve uma internação de uma a três semanas.
Os primeiros dias após a cirurgia são passados na Unidade de Terapia Intensiva.
O paciente respira por meio de um ventilador mecânico. Além disso, será mantida uma drenagem pulmonar para a retirada de fluidos dos pulmões e do coração.
Tratamento de longo prazo
Mesmo após a alta hospitalar, o monitoramento será bastante intenso durante os primeiros três meses após a cirurgia. Assim, é importante estar próximo do centro de transplante neste período.
Os possíveis efeitos colaterais dos imunossupressores devem ser pesquisados ativamente, incluindo a pesquisa e tratamento precoce de infecções.
Sinais ou sintomas de rejeição, como falta de ar, febre, tosse ou congestão no peito também devem ser monitorados.
Viver um estilo de vida saudável é fundamental para manter o novo pulmão saudável. Isso será válido para o resto da vida.
Álcool e tabaco precisam ser evitados.
Seguir uma dieta nutritiva e a prática regular de exercícios físicos é fundamental.
O exercício deverá ser feito inicialmente por meio de um programa de Reabilitação pulmonar.
Melhora funcional pós Transplante de Pulmão
O transplante de pulmão pode melhorar substancialmente a qualidade de vida do paciente.
O transplante de pulmão pode melhorar significativamente a falta de ar e possibilitar um estilo de vida ativo por anos.
Passada a fase de recuperação inicial, mais de 80% das pessoas dizem não ter limitações em sua atividade física. Entre as pessoas que sobrevivem cinco anos ou mais, até 40% continuam trabalhando pelo menos meio período.
Segundo um estudo com 107 pacientes (1), foi observado os seguintes achados na espirometria:
- Capacidade vital forçada (CVF): +1,22L (+34,9%);
- Volume expiratório forçado: VEF1: +1,66L (+56,7%).
Sobrevida após o transplante de pulmão
Infelizmente, a sobrevivência a longo prazo após um transplante de pulmão não é tão promissora quanto após outros transplantes de órgãos, como rim ou fígado.
O primeiro ano após o transplante é o período mais crítico, quando complicações cirúrgicas, rejeição e infecção representam as maiores ameaças.
Ainda assim, mais de 90% das pessoas sobrevivem pelo menos um ano após o transplante de pulmão, 80% sobrevivem ao menos três anos e 50% sobrevivem 10 anos ou mais (1, 2).