Tontura e vertigem
Qual a diferença entre tontura e vertigem?
A tontura é um termo que se refere a uma falsa sensação de movimento irreal de sí próprio ou do ambiente.
Já a vertigem é um tipo específico de tontura, sendo o tipo mais comum. Ela se caracteriza pela sensação de movimentos giratórios, como se tudo ao redor estivesse rodando.
A caracterização de uma tontura como vertigem é fundamental, uma vez que ela está habitualmente associada a problemas no sistema vestibular, enquanto outros tipos de tontura têm causas diversas.
Além dos movimentos rotatórios, outra característica da vertigem é que ela é intermitente, ou seja, tem períodos de melhora e de piora ao longo dos dias ou semanas. Uma tontura permanente, que não melhora nunca, dificilmente se trata de uma vertigem. A vertigem também costuma piorar com movimentos da cabeça.
Por que uma pessoa sente tontura?
O corpo se mantém em equilíbrio a partir de um conjunto de informações sensitivas que são enviadas ao cérebro pelas articulações, olhos e ouvidos.
Assim, problemas em qualquer uma destas estruturas, incluindo o cérebro, pode estar por trás de um caso de tontura.
Cerca de 40% dos casos de tonturas se devem a doenças do aparelho vestibular, 10% são devidos a lesões cerebrais, 15% a distúrbios psiquiátricos, 25% não são verdadeiramente tonturas, mas sim pré-síncopes e desequilíbrios. Em cerca de 10% dos casos, a origem é indeterminada.
Por que uma pessoa sente vertigem?
A vertigem está associada a problemas no ouvido interno.
O ouvido interno contém uma estrutura chamada labirinto, que faz parte do sistema vestibular, responsável pela sensação de equilíbrio.
O labirinto é um conjunto de arcos semicirculares que possuem líquidos em seu interior. O cérebro recebe constantemente informações relacionadas ao movimento destes líquidos, que ajuda ele a entender os movimentos do corpo.
A partir destas informações, o cérebro realiza ajustes finos nas musculaturas do corpo para mantê-lo em equilíbrio.
A vertigem, desta forma, está associada a diferentes problemas que podem acometer o sistema vestibular. Entre eles, incluem-se:
Quais as principais causas de tontura ou vertigem?
Entre as principais causas de tontura ou vertigem, incluem-se:
- Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)
- Doença de Ménière
- Neurite vestibular
- Labirintite
- Acidente Vascular Cerebral ou Ataque Isquêmico Transitório
- Certos medicamentos
- Cera no ouvido
- Esclerose múltipla.
- Traumatismo craniano.
- Crises de ansiedade.
- Ataques de pânico.
Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)
A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é um problema do ouvido interno que faz com que a pessoa apresente um quadro de tontura repentina ao mudar a posição da cabeça.
Isso acontece, por exemplo, ao se levantar ou deitar na cama.
A VPPB geralmente desaparece por conta própria alguns dias após o primeiro episódio e não trás maiores preocupações de longo prazo.
Este é o distúrbio mais comum da orelha interna. Cerca de 20% das pessoas avaliadas para tontura são diagnosticadas com VPPB e aproximadamente 50% das pessoas apresentam ao menos um episódio a partir dos 50 anos de idade.
Doença de Ménière
A Doença de Ménière é uma condição caracterizada pelo acúmulo de uma quantidade excessiva de líquido (endolinfa) no ouvido interno.
Os principais sintomas da doença é a tontura e a perda auditiva, que se desenvolvem de forma lenta e progressiva.
Embora possa acometer pessoas de qualquer idade, ela geralmente é vista em adultos jovens ou de meia idade.
Neurite vestibular
A Neurite Vestibular é uma doença inflamatória que acomete o nervo vestibulococlear, do ouvido interno.
Este nervo envia informações de equilíbrio e posição do ouvido interno para o cérebro.
Quando esse nervo fica inflamado, ele deixa de funcionar normalmente. Isso faz com que o paciente apresente queixas como tontura e vertigem.
O principal sintoma da Neurite Vestibular é a vertigem súbita e intensa. Na maior parte das vezes, a vertigem mais intensa melhora após poucos dias. No entanto, sinais e sintomas residuais tendem a persistir por aproximadamente um mês.
Eventualmente, alguns pacientes podem apresentar problemas de equilíbrio e tonturas que podem durar vários meses.
Labirintite
Assim como a Neurite Vestibular, a Labirintite está associada a uma inflamação do nervo vestibulococlear.
A diferença é que a neurite vestibular envolve o inchaço apenas da porção vestibular do nervo, que é responsável pela transmissão de informações relacionadas ao equilíbrio.
Já na labirintite, tanto a porção vestibular como a porção coclear do nervo vestibulococlear são acometidas pela inflamação. Assim, ela afeta não apenas o equilíbrio, mas também a audição.
Acidente Vascular Cerebral ou Ataque Isquêmico Transitório
Acidente Vascular Cerebral ou Ataque Isquêmico Transitório podem ser causas de tontura.
No entanto, outros sintomas também costumam estar presentes, como a perda de movimento ou sensibilidade em um ou mais membros, desorientação ou dificuldade para falar.
Cera no ouvido
O excesso de cera no ouvido pode causar obstrução do canal auditivo, afetando o sistema vestibular e podendo causar vertigem.
Qual a evolução esperada para a vertigem?
Ainda que a vertigem possa provocar um intenso desconforto e limitações, a maioria dos casos são autolimitados. Isso significa que eles melhoram espontaneamente com o tempo, independentemente de qualquer intervenção médica.
Alguns sintomas, no entanto, podem estar acompanhados de vertigem e podem indicar uma condição mais grave, de forma que devem ser avaliados imediatamente pelo médico. Entre eles, incluem-se:
- Febre alta.
- Dor de cabeça muito intensa
- Fraqueza nos membros.
- Dificuldade para falar.
- Perda da consciência.
- Dor no peito.
- Desorientação.
- Vômitos persistentes.
Tratamento da tontura ou vertigem
Ainda que muitas causas de tontura ou vertigem sejam autolimitadas, algumas condições podem e devem ser tratadas. Assim, possíveis causas para o problema devem sempre ser investigadas, o que geralmente é feito pelo Otorrinolaringologista ou pelo Neurologista.
Além disso, alguns cuidados gerais poderão sempre ser considerados.
Entre eles, incluem-se:
- Medicamentos para enjôo;
- Hidratação;
- Reabilitação vestibular;
- Cuidados para evitar quedas.