Sono não Restaurador e Sonolência Diúrna Excessiva 

O que é o sono não reparador e a sonolência diurna?

O sono não reparador acontece quando uma pessoa não se sente descansada e revigorada ao acordar, o que compromete o funcionamento do corpo ao longo do dia.

Ele pode ser consequência tanto de um sono com qualidade ruim como de um tempo insuficiente de sono.

Pessoas adultas habitualmente precisam de um tempo de sono entre 7 a 8h a cada noite. Em muitos casos, o excesso de demandas típicos do mundo moderno impedem que se tenha todo esse tempo de repouso.

Em outros casos, o tempo total de sono pode até ser suficiente. No entanto, a qualidade do sono é ruim, levando à percepção de uma noite mal dormida.

Noites mal dormidas podem estar relacionadas a problemas diversos, sendo que nem todos eles são facilmente identificáveis pelo indivíduo. Em alguns casos, o único sinal de que a qualidade do sono não está adequada é a sonolência diurna.

Compreender os estágios do sono é fundamental para compreender o que é uma noite mal dormida.

O sono é dividido em duas fases: o sono REM (Rapid Eyes Movement) e o sono não REM. Os estágios do sono se alternam durante a noite.

O sono não REM é dividido em quatro estágios:

• 1: Sono de transição: marcado pelo adormecimento. Nesta transição entre estar acordado e dormindo, há relaxamento dos músculos e pode ser caracterizado por cochilos;
• 2: Sono leve, com a diminuição dos ritmos cardíacos e respiratório e da temperatura corporal;
• 3: Sono intermediário: a atividade cerebral começa a diminuir e o corpo começa a entrar em um sono profundo;
• 4: Sono profundo: fundamental para o descanso do corpo, com a liberação de hormônios e recuperação de células e órgãos.

Após o estágio de sono profundo, o corpo passa para o sono REM, com atividade cerebral intensa. É a fase dos sonhos, fixação da memória e o descanso profundo, essencial para a recuperação e o acordar disposto.

Em um sono de boa qualidade, esses estágios se repetem a cada 70 – 110 minutos, com 4 a 6 ciclos por noite.

A cada ciclo, os períodos REM vão se tornando mais prolongados, sendo os estágios 3 e 4 quase ausentes no final do período de sono.

Apenas os dois últimos estágios do sono, sono profundo e sono REM (movimento rápido dos olhos), são considerados restauradores. Assim, uma pessoa que tenha dificuldade em atingir esses estágios pode até ter um tempo total de sono adequado, mas ainda assim sentirá os efeitos de um sono não reparador.

Diferentes porblemas podem estar associados a um sono não restaurador, incluindo:

• Insônia
• síndrome das pernas inquietas
• Apneia do Sono
• Narcolepsia
• Doença Pulmonar

Ainda que todas essas condições precisem ser consideras, muitos pacientes podem ter um sono de qualidade ruim sem uma causa subjacente para isso.

Estresse e má higiene do sono podem impactar negativamente na qualidade do sono.

Outros problemas que podem comprometer a qualidade do sono incluem

• Trabalho noturno
• Jet lag
• ter filhos pequenos
• Prestar cuidados regulares a alguém com uma doença
• Transtorno de ansiedade
• Dor crônica
• Certos medicamentos

Efeitos de curto prazo de um sono não reparador são sentidos pr todos aqueles que vivenciam uma noite mal dormida, seja lá qual for o motivo. Entre eles, incluem-se:

Dificuldade para manter a atenção, raciocinar, aprender e/ou reagir;

• Cansaço e/ou estresse excessivos;
• Aparecimento de olheiras;
• Alterações no humor, especialmente irritabilidade;
• Falta de atenção e aumento do risco de acidentes.

Quando o sono não reparador acontece de forma recorrente, a saúde pode ser prejudicada de diferentes formas.

Durante o período de sono, o cérebro e o corpo seguem trabalhando. Esse é um momento

Fundamental para o reparo muscular, síntese de proteínas e crescimento de tecidos, funções essas fundamentais para o funcionamento de praticamente todos os órgãos e tecidos do corpo.

No longo prazo, a falta de um sono adequado pode contribuir para o desenvolvimento de diferentes condições, incluindo:

• Doenças cardiovasculares, como a Hipertensão Arterial;
• Diabetes;
• Obesidade
• Desequilíbrios hormonais;
• Distúrbios neuropsiquiátricos;

A falta de sono também favorece a adoção de um estilo de vida inadequado, o que pode incluir:

• Sedentarismo
• Más escolhas alimentares
• Tabagismo e outros vícios.

A história clínica feita com o paciente e seu companheiro / companheira ajuda na identificação de diferentes problemas de sono que podem contribuir para uma noite mal dormida. Em alguns casos, a sonolência diurna pode ser o único sinal claro de uma má qualidade de sono.

A polissonografia é o principal exame que pode ajudar nessa avaliação diagnóstica, podendo ser usado na identificação de diferentes tipos de distúrbios do sono.

Ela é capaz de registrar dados como as ondas cerebrais, o nível de oxigênio no sangue, a frequência cardíaca e a respiração, bem como os movimentos dos olhos e das pernas durante o período de sono.

Discutimos mais sobre a polissonografia em um artigo específico.

Para aqueles que não dormem suficiente, o primeiro passo obviamente é reorganizar a rotina para que tenha tempo suficiente para desfrutar de uma noite bem dormida na maior parte dos dias.

O segundo ponto é melhorar a higiene do sono, o que ajuda a melhorar a qualidade do sono e contribui para o tratamento da maioria dos distúrbios do sono.

Isso inclui, entre outras medidas:

• Manter um horário de sono consistente;
• Manter um ambiente de sono adequado, o que pode um quarto escuro, silencioso e mais fresco;
• Evitar o uso de telas próximo ao horário de dormir e deixar seu computador, telefone e outras telas fora do quarto
• Fazer refeições menores ou lanches leves antes de dormir
• Evitar cafeína, álcool ou nicotina nas horas antes de dormir
• Evitar atividades que demandam trabalho mental intenso antes de dormir, de forma a levar menos preocupações para a cama;
• Favorecer atividades relaxantes antes de dormir, como uma leitura ou uma palavra cruzada.