Sinusite

A sinusite é uma inflamação ou inchaço dos seios paranasais, que são cavidades aeradas localizadas no crânio, próximo aos olhos e nariz.

Normalmente, os seios paranasais são preenchidos de ar. Mas, quando o paciente tem um resfriado ou sinusite, eles passam a ser preenchidos por muco e pus.

Os seios paranasais são um conjunto de pequenas cavidades nos ossos da face localizadas próximas ao nariz. 

São elas:

• Seios maxilares: área de face, abaixo dos olhos e de cada lado do nariz.
• Seios frontais: acima da parte interna da cavidade ocular e da área das sobrancelhas.
• Seios esfenoidais: atrás do nariz e entre os olhos.
• Seios etmoidais: acima do nariz, entre os olhos.

Os seios paranasais se comunicam com as cavidades nasais através de pequenos canais. 

Eles têm várias funções:

• Ajudam a filtrar o ar que respiramos.
• Aquecem e umidificam o ar que chegará aos pulmões.
• Dão ressonância à voz.
• Aliviam o peso do crânio.
• Fornecem a estrutura óssea para o rosto e os olhos.

Os principais sinais e sintomas da sinusite incluem:

• Dor ou pressão facial, especialmente na testa e maçãs do rosto;
• Secreção nasal espessa e amarelada;
• Perda de olfato;
• Tosse ou congestão;
• Dor de cabeça;
• Mau hálito;
• Dor de dente.

Quando saudáveis, os seios da face ficam ​preenchidos por ar. Mas, quando por algum motivo eles ficam bloqueados, ficam cheios de líquidos. Neste caso, criam-se condições favoráveis para que diferentes tipos de microorganismos cresçam e causem uma infecção.

As condições que podem causar bloqueio sinusal incluem:

• Clima frio;
• Rinite alérgica;
• Pólipos nasais

• Desvio de septo

A sinusite pode ser diferenciada em quatro tipos, de acordo com o tempo de evolução. Dependendo do tipo, diferentes causas devem ser consideradas. O tratamento também será diferente.

São eles:

• Sinusite aguda: duração de 2 a 4 semanas; 
• Sinusite subaguda: duração de 4 a 12 semanas;
• Sinusite crônica: duração maior do que 12 semanas;
• Sinusite recorrente: se repete várias vezes por ano.

• Inchaço dentro do nariz como de um resfriado comum ou rinite;
• Dutos de drenagem bloqueados;
• Presença de alterações estruturais que estreitam os dutos;
• Presença de pólipos nasais;
• Deficiências do sistema imunológico.

O diagnóstico da sinusite é feito pelo clínico geral ou pelo otorrinolaringologista, a partir da observação dos sintomas e palpação dos seios nasais, para avaliar se existe sensibilidade nessa região. 

Na maior parte dos casos de sinusite aguda, nenhum exame adicional é necessário.

Embora muito utilizada no passado, a radiografia de seios nasais não é mais recomendada. Isso porque o exame clínico se mostra mais fidedigno para esclarecer dúvidas diagnósticas ou descartar complicações.

OS exames são indicados especialmente na sinusite crônica ou recorrente, para identificar problemas que possam estar contribuindo para a ocorrência da sinusite.

Entre eles, incluem-se:

• Endoscopia nasal: neste exame, é introduzido um pequeno tubo pelo nariz para observar o interior dos seios nasais. A endoscopia nasal também poderá identificar pólipos nasais quando presentes.
• Tomografia computadorizada: permite avaliar a anatomia dos seios nasais
• Colheita de secreções nasais: pode ser usada para identificar o microorganismo causador da sinusite

Teste de alergia: exame de sangue para alergia ou teste cutâneo para alergia podem ser usados para identificar uma causa alérgica para a sinusite. Eles são indicados quando existem outros sinais indicativos de uma causa alérgica ou quando o médico não consegue encontrar vírus ou bactérias no exame de colheita de secreções.

A maior parte das sinusites é causa por vírus. Neste caso, o objetivo é o alívio dos sintomas.

No caso da infecção bacteriana, poderá ser indicado o uso de antibióticos.

Especialmente no caso da sinusite crônica ou recorrente, deve se considerar o tratamento da causa destes quadros repetitivos de infecção. Isso inclui, por exemplo:

• Tratamento da alergia, no caso da rinite alérgica;
• Tratamento do desvio de septo ou pólipos nasais, quando presentes.

Soluções salinas

A solução salina em gotas ou em spray é composta por cloreto de sódio 0,9 combinado com água estéril. Ela auxilia na limpeza nasal, ajudando também a eliminar as substâncias irritantes e os alérgenos. 

Além disso, também contribui para a fluidificar a secreção nasal, aliviando a sensação de nariz entupido ou escorrendo.

Alguns exemplos de soluções salinas vendidas comercialmente são:

• Salsep; 
• Rinosoro;
• Sorine;
• Maresis. 

Além disso, o soro fisiológico pode ser usado por meio de uma seringa.

Descongestionantes

Os descongestionantes orais como a pseudoefedrina atuam causando vasoconstrição e consequente diminuição no fluxo sanguíneo na mucosa nasal. Isso leva a uma redução da inflamação da mucosa nasal e na produção de muco.

São exemplos de descongestionantes:

• Comprimidos de pseudoefedrina (Sudafed). São contraindicados em hipertensos
• Sprays nasais de oximetazolina (Drixine).
• Spray nasal de xilometazolina (Otrovine).

O uso destes medicamentos não deve ser feito por mais de cinco dias, já que podem provocar uma Rinite Medicamentosa e uma congestão rebote.

Antibióticos

Os antibióticos ajudam no tratamento da sinusite bacteriana, mas não terão qualquer efeito sobre a sinusite viral.

Infelizmente, ainda é comum o uso abusivo de antibióticos para qualquer paciente com sinusite, até pela dificuldade em se distinguir clinicamente a infecção viral da infecção bacteriana.

Como qualquer pessoa possui uma flora bacteriana normal, o uso abusivo de antibióticos tem potencial para matar bactérias mais sensíveis e estimular o desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos disponíveis.

De acordo com a Infectious Diseases Society of America (1) uso de antibióticos deve ficar restrito a pacientes com maior probabilidade de sinusite de causa bacteriana, incluindo:

• Sintomas de sinusite leves a moderados persistindo por ≥ 10 dias;
• Sintomas graves (p. ex., febre ≥ 39° C, dor severa) por ≥ 3 a 4 dias;
• Agravamento dos sintomas de sinusite depois de melhora inicial de uma típica.