Neurite Óptica
O que é a neurite óptica?
A neurite óptica é um distúrbio oftalmológico caracterizado pela inflamação do nervo óptico.
O nervo óptico responsável por receber informações luminosas vindas da retina e transmitidas ao cérebro, onde ocorre a percepção das imagens.
Quem tem mais risco de desenvolver neurite óptica?
A neurite óptica costuma é mais comumente diagnosticada entre as idades de 20 e 45 anos. Além disso, ela é mais comum em mulheres do que em homens.
Pessoas com histórico familiar ou que já tenham o diagnóstico de outras doenças autoimunes ou distúrbios neurológicos também apresentam maior risco de desenvolver a neurite óptica.
Sintomas
A neurite óptica se manifesta como uma redução da acuidade visual que se desenvolve dentro de horas ou dias. Ela está geralmente acompanhada de dor à movimentação ocular.
Habitualmente, um único olho é acometido.
A perda visual pode variar de um pequeno escotoma até a cegueira completa. O Escotoma se refere à perda total ou parcial da visão em uma região do campo visual, criando um efeito de “buraco negro” ou “ponto cego” na imagem enxergada.
A diferenciação das cores também costuma estar comprometida.
Qual a causa da neurite óptica?
A maioria dos casos resulta de doenças desmielinizantes, particularmente da esclerose múltipla. A Neurite Óptica pode inclusive ser a apresentação inicial da Esclerose múltipla, o que acontece em 15% a 20% dos casos.
Outras possíveis causas incluem:
- Neuromielite óptica: antes considerada uma variante da Esclerose múltipla, hoje é entendida como uma condição independente. É também uma doença imunomediada, associada aos anticorpos contra a glicoproteína mielina-oligodendrócito.
- Doenças infecciosas: condições como a sinusite, meningite, tuberculose, sífilis ou vírus da imunodeficiência humana (HIV)
- Metástase tumoral no nervo óptico
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Substâncias químicas e medicamentos como chumbo, metanol, arsênico, e certos tipos de antibióticos causam neuropatias ópticas. Embora não seja uma neurite óptica verdadeira. Inibidores do TNF-alfa e inibidores do checkpoint imune podem causar neurite óptica.
Por fim, é preciso considerar que muitos casos permanecem sem uma causa clara mesmo após extensa investigação. Estes casos são então definidos como Neurite Óptica de origem Idiopática.
Diagnóstico
O diagnóstico da Neurite óptica é feito pela combinação de achados clínicos característicos com exames de imagem, especialmente a ressonância magnética contrastada. Estes exames costumam mostrar um espessamento do nervo óptico, embora não permitam diferenciar as causas da neurite.
A ressonância magnética é capaz também de mostrar outras alterações no cérebro características da Esclerose Múltipla.
Por fim, a pesquisa de anticorpos em um exame de sangue contra a glicoproteína mielina-oligodendrócito (MOGAD) e neuromielite óptica (NMO) ajudam na diferenciação das causas da neurite óptica.
Tratamento da neurite óptica
O tratamento da Neurite óptica depende da causa.
O uso de medicamentos corticoesteroides pode ser considerado para o controle do quadro inflamatório. Dependendo da gravidade dos sintomas, ele pode ser feito por via oral ou por via intravenosa, nesse caso com o paciente internado.
Pacientes com Neuromielite óptica ou com neurite óptica grave decorrente de outras causas podem se beneficiar da plasmaférese.
Nesse tratamento, o plasma do paciente contendo os anticorpos causadores da Neurite óptica é removido e substituído por plasma de um banco de sangue.
Em alguns casos de maior gravidade e a depender da causa, a cirurgia para a descompressão do nervo óptico pode também ser considerada.