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Mioma Uterino

O que é o Mioma Uterino?

O Mioma uterino é um tumor benigno bastante comum que acomete o útero. Ele geralmente aparece durante a idade fértil.

Aos 35 anos, o Mioma uterino acomete 40% das mulheres caucasianas e 60% das mulheres afro-americanas. Já aos 50 anos, a incidência aumenta para 70% das caucasianas e para mais de 80% das afro-americanas (1).

Eles não estão associados a um risco aumentado de câncer uterino e raramente se tornam malignos.

Os miomas podem ser únicos ou múltiplos e variam bastante em tamanho. Alguns são indetectáveis ​​ao olho humano, enquanto outros formam massas volumosas que podem distorcer e aumentar o tamanho uterino.

Grande parte dos miomas uterinos são assintomáticos e podem ser descobertos acidentalmente durante um exame pélvico de rotina ou ultrassom pré-natal. Estes casos não exigem qualquer forma de tratamento.

Quando sintomáticos, uma das principais queixas é o sangramento abundamente durante o ciclo menstrual (hipermenorreia) ou mesmo fora do ciclo (menorragia). Nestes casos, o tratamento pode ser feito com medicamentos ou cirurgia.

Quais os sintomas do Mioma Uterino?

Os sintomas mais comuns relacionados ao Mioma Uterino incluem:

  • Sangramento Uterino Anormal, com períodos intensos e com duração maior do que uma semana;
  • Dor pélvica;
  • Cólica menstrual intensa;
  • Micção frequente e dificuldade em esvaziar a bexiga;
  • Prisão de ventre;
  • Dor nas costas ou pernas.

Quais os diferentes tipos de mioma uterino?

Os miomas uterinos são divididos em três tipos, de acordo com sua localização:

  • Miomas intramurais: crescem dentro da parede muscular uterina;
  • Miomas submucosos: projetam-se para dentro da cavidade uterina;
  • Miomas subserosos: projetam-se para o lado de fora do útero.

Essa diferenciação é fundamental para a escolha do tratamento.

Miomas submucosos têm uma maior tendência de tratamento cirúrgico, especialmente em mulheres com intensão de preservar a fertilidade. No caso de miomas subserosos, há uma maior tendência de se tratar sem cirurgia. Ainda assim, quando muito grandes, podem se tornar cintomáticos e exigirem cirurgia.

No caso de tratamento cirúrgico, a via de acesso para o mioma também será diferente.

Fatores de risco

Diferentes fatores podem contribuir para um maior risco para o desenvolvimento dos Miomas:

  • Mulheres obesas;
  • Histórico familiar de miomas;
  • Não ter filhos;
  • Primeira menstruação em idade precoce;
  • Menopausa tardia.

Prognóstico

O padrão de crescimento dos miomas uterinos é imprevisível e bastante variado: eles podem crescer lenta ou rapidamente, permanecer do mesmo tamanho ou reduzir de tamanho por conta própria, sem nenhuma forma de tratamento.

Um dos principais fatores que influenciam esta evolução está ligado à quantidade de hormônios femininos circulante. Condições que aumentam os níveis hormonais, como a gestação, tendem a fazer o mioma crescer.

Por outro lado, o mioma uterino tende a diminuir quando os níveis hormonais caem. Isso acontece, por exemplo, após a menopausa.

Uma das formas mais comuns de tratamento, inclusive, envolve o uso de pílulas anticoncepcionais ou outros métodos de anticoncepção hormonal.

Gravidez e miomas

Estima-se que entre 40% e 60% das mulheres tenham miomas aos 35 anos, a maior parte delas assintomáticos e não diagnosticadas. Muitas destas mulheres eventualmente vêm a se tornar gestantes, o que significa que a combinação entre gestação e miomas é bastante comum.

Detectá-los durante a gravidez nem sempre é fácil, uma vez que pode ser difícil diferenciar o Mioma uterino do espessamento que normalmente acontece com o músculo uterino durante a gravidez.

A maioria das mulheres diagnosticadas com miomas, especialmente aquelas com miomas únicos e de menor tamanho, evoluem normalmente durante a gestação. Mas haverá sempre o risco para certas complicações.

A maioria dos miomas não cresce durante a gravidez. Mas, se isso acontecer, provavelmente será durante os primeiros 3 meses (primeiro trimestre). Isso ocorre em decorrência dos maiores níveis do hormônio estrogênio.

Dor e sangramento durante o primeiro trimestre são mais comuns na gestante portadora de mioma, além de haver um maior risco para aborto espontâneo.

O abordo acontece em 14% nas gestantes com mioma, comparado com 7,6% nas gestantes sem mioma (2).

À medida que o útero se expande para dar espaço para o bebê, especialmente a partir do segundo trimestre, o mioma pode competir com o bebê pelo espaço dentro do útero. Isso pode levar a uma restrição no crescimento fetal.

Haverá também um maior risco para complicações como descolamento de placenta e parto prematuro.

A cirurgia para miomectomia (remoção do mioma) pode em casos específicos ser indicado ainda durante a gestação. Mas, na maior parte das vezes, é deixada para depois do parto.

Como é feito o diagnóstico do Mioma Uterino?

Dor em baixo ventre e sangramento menstrual abundante ou fora do período são as principais queixas que fazem a paciente com mioma uterino procurar o Médico ginecologista.

Além disso, o mioma é frequentemente encontrado incidentalmente durante um exame pélvico de rotina.

A ultrassonografia abdominal ou transvaginal ajuda na confirmação do diagnóstico e também a mapear e medir miomas. A ressonância magnética pode ajudar a avaliar outras características do mioma diagnosticado pelo ultrassom.

Quais as opções de tratamento do mioma uterino?

O Mioma uterino pode ser simplesmente observado. Em outros casos, ele pode ser tratado com diferentes tipos de medicamentos ou com cirurgia.

A escolha do tratamento depende de fatores como:

  • Sintomas da paciente;
  • Características do mioma (número, tamanho e localização);
  • Idade;
  • Eventual desejo de engravidar.

Tratamento sem cirurgia

Muitas mulheres com Mioma uterino não apresentam sintomas ou apresentam sintomas leves com os quais podem conviver normalmente. Nestes casos, a observação e o acompanhamento com exames periódicos tende a ser a melhor opção.

O tratamento medicamentoso não é capaz de eliminar o mioma uterino, mas pode controlar eventuais queixas relacionadas a ele.

Medicamentos sintomáticos, como os analgésicos ou anti-inflamatórios, podem ser considerados para o alívio de dores e da cólica menstrual. 

Algumas mulheres podem apresentar anemia, devido ao sangramento menstrual abundante. Neste caso, poderá ser indicado o tratamento com Suplementos de ferro.

O tratamento hormonal, feito com o uso de Pílulas anticoncepcionais ou outros Métodos de anticoncepção hormonal, como a Injeção anticoncepcional ou o Dispositivo Intrautrino (DIU), também deve ser considerado. 

Eles podem ajudar a regular o ciclo menstrual e a controlar sintomas tipicamente relacionados à menstruação, como o sangramento menstrual abundante e a própria Cólica menstrual. 

Ainda que os anticoncepcionais não eliminem o Mioma uterino, é possível que eles promovam uma redução no tamanho do mesmo.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico do Mioma uterino é geralmente considerado na mulher com miomas múltiplos e grandes.

Eventualmente, ele pode ser indicado também quando o tratamento sem cirurgia não for suficiente para controlar os sintomas e prover o bem-estar da paciente.

Existem diferentes técnicas disponíveis para o tratamento. Assim, a escolha depende das características do mioma e do eventual desejo futuro para engravidar.

Algumas opções cirúrgicas preservam o útero e permitem que a paciente engravide no futuro, enquanto outras opções podem danificar ou remover o útero e deixar a mulher infértil.

Miomectomia

A Miomectomia é um procedimento no qual o mioma é removido, com a preservação do restante do útero. Dependendo da localização, tamanho e número de miomas, isso poderá ser feito por diferentes acessos cirúrgicos:

  • Histeroscopia: envolve a introdução pelo cervix uterino de um equipamento chamado histeroscópio, com aproximadamente 10 milímetros de diâmetro, e que contém uma microcâmera em sua extremidade, permitindo visualizar o útero. Outros instrumentos são introduzidos concomitantemente para a remoção do Mioma uterino.
  • Laparoscopia: envolve a introdução de um equipamento contendo uma microcâmera em sua extremidade através de uma incisão puntiforme periumbilical para a visualização do mioma e para guiar o procedimento, enquanto os instrumentais cirúrgicos são introduzidos por outras pequenas incisões abdominais.

Histerectomia

A histerectomia é um procedimento que envolve a remoção do útero. Esta é a única alternativa para a cura definitiva do mioma.

Quando apenas o útero é removido, deixando-se os ovários no lugar, a produção hormonal é preservada e a paciente não entra em menopausa.

O procedimento é geralmente indicado para mulheres que não têm a intensão de engravidar, que apresentam miomas grandes e múltiplos e sangramento muito intenso. Isso porque, nestes casos, o resultado da miomectomia tende a ser menos satisfatório.

A cirurgia pode ser feita por via aberta (laparotomia) ou, preferencialmente, por meio de técnicas minimamente invasivas. Isso pode incluir abordagens vaginais, laparoscópicas ou robóticas.

Embolização do mioma uterino

A embolização do Mioma uterino é um procedimento minimamente invasivo, no qual um pequeno cateter é introduzido na artéria femoral através da virilha e direcionado até a artéria uterina.

Pequenas partículas são então injetadas com o objetivo de obstruir a artéria. O procedimento interrompe o suprimento de sangue para o mioma, causando a sua degeneração.

os sintomas devem começar a desaparecer em cerca de duas a três semanas. Aos seis meses, o nível de melhora atinge seu máximo e depois se estabiliza.

A embolização da artéria uterina é um procedimento relativamente novo e ainda há dúvidas se ela reduz as chances futuras de gravidez.

Assim, a remoção do mioma por meio da miomectomia tende a ser uma melhor opção no caso de mulheres que desejam engravidar.