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Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

O que é a Leucemia Mieloide Aguda (LMA)?

A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) é um grupo de leucemias que se desenvolvem a partir da linhagem de células mieloides na medula óssea.

As células mieloides incluem os glóbulos vermelhos, plaquetas e todos os glóbulos brancos, excluindo-se os linfócitos.

A Leucemia Mielóide é classificada como aguda quando ela progride rápida e agressivamente. Isso significa, também, que ela requer tratamento imediato.

Como a LMA afeta o organismo?

A medula óssea é um tecido presente na parte interna de certos ossos do corpo e que é responsável pela produção das células sanguíneas, incluindo as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.

Normalmente, a medula óssea não libera as células-tronco no sangue até que elas se tornem células sanguíneas totalmente desenvolvidas.

No paciente com LMA, porém, um grande número destas células é liberada antes de estarem totalmente desenvolvidas. Estes leucócitos são chamados de mieloblastos ou blastos leucémicos.

Essas células passam a se acumular na medula óssea, impedindo-a de produzir células sanguíneas normais.

Devido à sua imaturidade, eles são incapazes de funcionar adequadamente. Isso significa que, mesmo que em quantidade aumentada, as células leucémicas não são capazes de prevenir ou combater infecções.

Tipos de LMA

A LMA não se trata de uma doença única, mas um conjunto heterogêneo de doenças caracterizadas por diferentes anormalidades cromossômicas e mutações genéticas.

A LMA é classificada pela OMS de acordo com a alteração citogenética ou molecular encontrada ao diagnóstico.

Saber o tipo de leucemia mieloide aguda é fundamental para a escolha adequada do tratamento e para definir o prognóstico e o risco de recaída da doença.

Quem é mais acometido pela LMA?

A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) pode ocorrer em qualquer idade. Entretanto, ela é mais comum em adultos com mais de 60 anos.

Nas crianças, o tipo mais comum de leucemia é a Leucemia Linfoide Aguda, que corresponde a aproximadamente 75% dos casos. A maior parte dos outros 25% dos casos corresponde à LMA (1, 2).

Quais são os sintomas da Leucemia Mieloide Aguda (LMA)?

Os principais sintomas da LMA são causados ​​pela falta de células sanguíneas normais.

Isso inclui:

Sintomas relacionados à Trombocitopenia (deficiência de plaquetas)

Algumas pessoas com casos leves de Trombocitopenia não apresentam sintomas. Muitas vezes, um dos primeiros sinais é um corte na pele ou sangramento nasal que não para de sangrar.

Outros sinais da Trombocitopenia incluem:

  • Sangramento nas gengivas;
  • Sangue nas fezes, urina ou vômito;
  • Períodos menstruais intensos;
  • Petéquias (pequenos pontos vermelhos ou roxos na parte inferior das pernas);
  • Púrpura (manchas roxas, vermelhas ou marrons) ou hematomas;
  • Sangramento retal.

Sintomas relacionados à Anemia (deficiência de glóbulos vermelhos)

Os principais sinais e sintomas da anemia incluem:

  • Fadiga;
  • Falta de ar;
  • Sensação de frio;
  • Dor de cabeça;
  • Pele pálida, seca ou facilmente machucada;
  • Aumento da Frequência cardíaca;
  • Unhas quebradiças;
  • Queda de cabelo.

Sintomas relacionados à Leucopenia (deficiência de Glóbulos Brancos)

A falta de leucócitos deixa o paciente vulnerável para infecções. Isso inclui as infecções oportunistas.

As infecções oportunistas são aquelas causadas por micro-organismos que, em pessoas com imunidade normal, geralmente não chegam nem a causar doenças.

Entre elas, incluem-se:

  • Candidíase: infecções fúngicas, por cândida. Pode atingir regiões da orofaringe, esôfago, vagina e pênis, entre outras;
  • Toxoplasmose: infecção parasitária que pode afetar o cérebro, retina, miocárdio e pulmões;
  • Tuberculose: afeta os pulmões e pode levar a quadros de meningite;
  • Infecções oculares pelo Citomegalovírus, podendo levar à cegueira;
  • Herpes nos lábios, face e órgãos genitais;
  • Disenteria causada pela Salmonella.

Diagnóstico da Leucemia Mieloide Aguda

A Leucemia Mieloide Aguda é diagnosticada por meio do exame de sangue e da biópsia da medula óssea.

Hemograma completo

O primeiro passo no diagnóstico é o Hemograma, um tipo de exame de sangue. Deve-se considerar a possibilidade de uma leucemia na presença de uma contagem elevada de glóbulos brancos.

Biópsia da medula óssea

Quando o hemograma é sugestivo de uma leucemia, o diagnóstico deve ser confirmado por meio de uma biópsia da medula óssea.

A biópsia envolve a coleta de uma amostra de medula óssea, geralmente da parte de trás do osso do quadril. Esta amostra é então enviada ao laboratório, para exame ao microscópio.

A biópsia permite determinar o número e o tipo de células presentes e a quantidade de atividade de hemopoiese (formação de sangue) que ocorre lá.

O diagnóstico de LMA é confirmado pela presença de um número excessivo de células blásticas da linhagem mielocítica na medula óssea.

Tratamento

O tratamento feito pelo Médico Hematologista para a Leucemia Mieloide Aguda depende de fatores como o subtipo da doença, a composição genética das células leucêmicas, a idade do paciente e sua saúde geral.

Como a doença progride rapidamente, é importante que os exames necessários sejam feitos sem perda de tempo, para que o tratamento possa ser iniciado assim que possível.

Quimioterapia

A quimioterapia é a principal forma de tratamento da Leucemia Mieloide Aguda.

O objetivo inicial é destruir as células leucêmicas e induzir a remissão da doença.

Isso significa que não há evidência de células leucêmicas no sangue e na medula óssea e que a produção normal de células sanguíneas e as contagens sanguíneas normais são restauradas.

Uma vez que a remissão tenha sido alcançada, mais quimioterapia é administrada para tentar evitar a recidiva. Isso é chamado de terapia pós-remissão ou consolidação.

A quimioterapia geralmente é administrada como uma combinação de medicamentos, em ciclos com duração de uma semana ou mais e espaçados por um período de três a quatro semanas.

O tipo de tratamento pós-remissão depende de diferentes fatores, incluindo o tipo de doença envolvida, o tempo de resposta à terapia de indução, a idade do paciente e sua saúde geral.

Em alguns casos, em que uma terapia muito intensa se faz necessária, o paciente pode necessitar de um Transplante de Medula Óssea para que a produção de células sanguíneas seja reestabelecida.

Terapia Alvo

A Terapia Alvo para o câncer envolve o uso de medicamentos que agem sobre características exclusivas das células cancerígenas ou sobre estruturas que controlam o comportamento das células cancerígenas.

Uma vez que atingem seu alvo, esses medicamentos podem agir de diferentes maneiras, incluindo:

  • Desligar os sinais que permitem que as células cancerígenas cresçam e se desenvolvam;
  • Impedir que as células cancerígenas produzam novos vasos sanguíneos, os quais são responsáveis por nutrir os tumores e mantê-los viáveis;
  • Interromper a produção de hormônios que ajudam os tumores a crescer;
  • Carregar medicamentos quimioterápicos diretamente para a célula cancerígena.

Recorrência da Leucemia Mieloide Aguda

Embora uma alta proporção de pacientes com Leucemia Mieloide Aguda alcance a remissão, infelizmente as recorrências são comuns (3). Mais do que isso, a LMA recidivada tende a ser mais resistente ao tratamento do que na doença primária.

O Transplante alogénico de medula óssea pode ser uma opção para aqueles que não o fizeram.

No caso de pacientes que já foram submetidos a um transplante, a imunoterapia pode ser considerada.

Quando as condições do paciente não permitem uma terapia agressiva, o controle razoável da doença por um curto período pode ser obtido por meio da quimioterapia de baixa dose.