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Lesão parcial do Manguito Rotador

Lesão parcial do Manguito Rotador

Visão Geral
A ruptura parcial do Manguito Rotador é aquela que acomete apenas parte da espessura do tendão. São lesões bastante variáveis, uma vez que pode acometer apenas 10% da espessura do tendão ou pode acometer 90% dele.

Elas correspondem de 13% a 37% de todas as lesões do manguito rotador.

MANGUITO PARCIAL
São bastante comuns e que muitas vezes não causam dor. Nos casos sintomáticos, a queixa mais comum é a dor para levantar a mão acima do nível dos ombros ou com o braço afastado do corpo.

Por outro lado, dependendo das características da lesão, elas
podem ser até mais doloridas do que uma lesão completa e causar limitação funcional importante na prática esportiva do atleta.

O tratamento depende de fatores como idade e atividade física e profissional do paciente, tamanho da lesão, se localizado no lado bursal ou articular do tendão e, principalmente, das queixas do paciente.

O que o paciente sente?


As queixas do paciente são bastante variáveis. Estudos diversos observaram a lesão parcial do manguito rotador em:

  • 4% dos indivíduos assintomáticos abaixo dos 40 anos;
  • 10% em indivíduos de 40 a 60 anos;
  • 25% dos indivíduos acima de 60 anos;
  • e 80% daqueles com 80 anos ou mais.

Em atletas arremessadores de alto rendimento, foi observada a lesão em 40% dos jogadores assintomáticos.

Por outro lado, dependendo da lesão, ela pode ser até mais sintomática do que em uma pessoa com lesão completa do tendão. Neste caso, as principais queixas são a dor, fraqueza e dificuldade para a realização de atividades com a mão acima do nível da cabeça.

Diagnóstico por imagem


As lesões parciais do manguito rotador podem ser diagnosticadas através do ultrassom, ou da ressonância magnética, sendo que esta pode ser feita com ou sem contraste.

As rupturas parciais do manguito rotador só devem ser valorizadas se os sintomas e o exame clínico forem consistentes com esse diagnóstico.

Muitas vezes o achado da lesão na ressonância magnética não tem nada a ver com o problema do paciente, como discutido acima.

Infelizmente, a diferenciação da lesão parcial do manguito rotador de uma lesão completa ou de uma Tendinopatia do Manguito Rotador nem sempre é simples.

É comum que a avaliação no momento da cirurgia artroscópica não confirme o diagnóstico feito através da ressonância magnética.

Tipos de lesão


As lesões parciais do Manguito Rotador podem ser diferenciadas de acordo com a localização (articular, bursal, e intratendinoso), os tendões envolvidos (supraespinhal, infraespinhoso, redondo menor e subescapular) e o tamanho da ruptura (representada como porcentagem da espessura do tendão que está acometida).

MANGUITO PARCIAL 2

Tratamento cirúrgico X não cirúrgico


O tratamento da lesão parcial deve ser inicialmente sem cirurgia na maior parte dos casos, reservando-se o cirúrgico para pacientes jovens com lesão traumática extensa (maior do que 50% da espessura do tendão) e para aqueles que não responderam bem ao tratamento sem cirurgia.

O prognóstico é bastante variável a depender do caso.

Estão envolvidos com melhor ou pior resposta ao tratamento sem cirurgia fatores como idade, atividade física e profissional, história de trauma, quais os tendões envolvidos (supraespinhal, infraespinhoso, redondo menor e subescapular), tamanho da lesão (porcentagem da espessura do tendão que está acometida), se localizado no lado bursal ou articular do tendão e, principalmente, das queixas do paciente.

As lesões que acometem o lado bursal (superior) do tendão tendem a ter aspecto mais degenerativo e respondem melhor ao tratamento sem cirurgia.

Já as lesões que acometem a face articular (inferior) do tendão são mais comuns em pacientes mais jovens e associadas a trauma esportivo. Elas respondem menos ao tratamento sem cirurgia.

Lesões com menos de 50% da espessura do tendão em pacientes assintomáticos tendem a responder bem ao tratamento sem cirurgia sem aumento no tamanho da lesão.

Já as lesões com mais de 50% do tendão acometido, especialmente no lado
articular, respondem menos ao tratamento sem cirurgia e costumam evoluir para uma lesão completa.

Lesões assintomáticas podem ser tratadas sem cirurgia mesmo em um atleta de alto rendimento.

Estudo com 20 atletas arremessadores mostrou que as lesões parciais do manguito rotador assintomáticas não evoluíram ao longo de cinco anos de seguimento, que nenhum deles desenvolveram sintomas de ombro que justificassem a cirurgia e nenhum teve diminuições apreciáveis ​​em seus níveis competitivo.

Tratamento Cirúrgico: Debridamento/descompressão

Procedimento que visa a abertura do espaço subacromial, que é o espaço entre o úmero e o teto acromioclavicular onde ficam localizados os tendões do manguito rotador.

Algumas pessoas apresentam uma redução neste espaço favorecendo o
pinçamento dos tendões entre estas estruturas ósseas, levando a dor e maior risco de lesão.

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Tratamento Cirúrgico: Reparo do tendão


Pode ser feito o reparo in situ, no qual o remanescente do tendão é preservado ou, em outros casos, a lesão parcial é transformada em uma lesão completa e depois reparada.

Discutimos mais a respeito da técnica e da recuperação da Lesão Parcial do Manguito Rotador na sessão de tratamento cirúrgico, no artigo sobre a Lesão do Manguito Rotador.


Qual a melhor cirurgia para a Lesão Parcial do Manguito Rotador?

Ambos os procedimentos são feitos de forma artroscópica/minimamente invasiva. A diferença é que o debridamento artroscópico tem uma recuperação muito mais rápida, uma vez que não tem a pretensão de permitir a cicatrização do tendão.

Por outro lado, ela tende a manter algum grau de déficit funcional. Já o reparo do tendão do manguito rotador envolve uma recuperação mais lenta, porém com um resultado funcional final superior.