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Hiperparatireoidismo

O que é o hiperparatireoidismo?

O hiperparatireoidismo é uma condição na qual as glândulas paratireoides produzem uma quantidade excessiva do hormônio paratiroideano.

As paratireoides são quatro glândulas que ficam no pescoço, atrás da tireoide, cuja função é controlar os níveis de cálcio no sangue por meio da produção do hormônio paratireoideano, também chamado de paratormônio ou PTH.

O excesso de PTH, desta forma, leva a uma condição na qual os níveis de cálcio no sangue ficam muito elevados (hipercalcemia).

Qual a importância do cálcio para o corpo humano?

Quando se fala em cálcio, as primeiras coisas que vêm na cabeça da maior parte das pessoas são os ossos e os dentes. Não é para menos, afinal de contas 99% do cálcio em nosso corpo está localizado nos ossos.

No entanto, o cálcio tem outras funções fundamentais para o nosso corpo, incluindo:

  • Coagulação do sangue;
  • Contração e relaxamento dos músculos, incluindo o músculo cardíaco;
  • Ajuda a regular a frequência cardíaca;
  • Ajuda no controle da pressão arterial;
  • Participa da transmissão dos estímulos nervosos.

Como o paratormônio regula a quantidade de cálcio no sangue?

O PTH normalmente responde a uma situação de hipocalcemia (pouco cálcio no sangue) reduzindo a eliminação do cálcio na urina. Além disso, ele retira o cálcio dos ossos para colocar no sangue.
Quando a quantidade de cálcio está elevada, os níveis de PTH diminuem e ocorre o processo inverso, com maior deposição de cálcio nos ossos e maior eliminação pela urina.

Sintomas do hiperparatireoidismo

O hiperparatireoidismo afeta as pessoas de maneira diferente, independentemente dos níveis de cálcio no sangue.
Algumas pessoas com um nível de cálcio ligeiramente elevado podem apresentar sintomas significativos, enquanto outras com níveis elevados de cálcio podem apresentar poucos ou nenhum sintoma.
Entre os sintomas comumente relacionados ao hiperparatireoidismo e à hipercalcemia, incluem-se:

  • Vômitos frequentes
  • Desidratação
  • fraqueza muscular
  • Sede excessiva acompanhado de aumento no volume urinário
  • cansaço
  • Sonolência
  • Confusão
  • Dificuldade para se concentrar
  • Espasmos musculares
  • Dor óssea ou nas articulações
  • Perda do apetite
  • Dor de barriga e constipação

Quais as complicações do hiperparatireoidismo?

Além dos sintomas acima, o hiperparatireoidismo pode levar a diversas complicações, incluindo:

Osteoporose e fraturas ósseas
No curto prazo, a quantidade de cálcio movida dos ossos para o sangue é insignificante para os ossos. No longo prazo, porém, o excesso de PTH, a falta de deposição de cálcio nos ossos e o aumento de sua absorção podem levar a um quadro de osteoporose.
A osteoporose é uma condição em que a densidade mineral óssea está diminuída, levando desta forma a um aumento no risco para fraturas.

Formação de cálculos
O excesso de cálcio no sangue facilita a formação de pedras (cálculos) em diferentes partes do corpo. Isso inclui, entre outros, a pedra nos rins, pedra na vesícula ou a pedra na bexiga, bem como às possíveis complicações decorrentes de cada uma destas condições.

Úlcera gástrica
O excesso de cálcio leva ao aumento dos níveis séricos de gastrina e acetilcolina. Essas alterações estimulam a secreção de ácido gástrico, contribuindo para o desenvolvimento de uma úlcera gástrica.
Pancreatite
A formação de cálculos pode levar à obstrução dos ductos pancreáticos, levando a um quadro de pancreatite aguda.

Arritmia cardíaca
O cálcio participa do processo de geração dos impulsos elétricos que regulam os batimentos do coração.
No paciente com hipercalcemia, estes impulsos podem ser comprometidos, levando ao desenvolvimento de uma arritmia cardíaca.

Hipertensão arterial
Hipertensão arterial ocorre com maior frequência no paciente com hipercalcemia. isto pode ocorrerem decorrência das alterações renais secundárias à hipercalcemia ou em decorrência da vasoconstrição secundária ao cálcio.

Quais as causas do hiperparatireoidismo?

O hiperparatireoidismo pode ser classificado em três tipos, de acordo com a causa:

Hiperparatireoidismo primário
O hiperparatireoidismo primário ocorre quando há um problema dentro da própria glândula paratireoide que leva a uma maior produção hormonal.
Em 80% destes casos, ele está associado a um adenoma da paratireoide, um tipo de tumor benigno.
OS demais casos estão geralmente associados a uma hiperplasia da paratireoide.
Finalmente, o câncer da paratireoide é uma causa bastante rara de hiperparatireoidismo primário.

Hiperparatireoidismo secundário
O hiperparatireoidismo secundário ocorre quando as glândulas estão bem, mas uma outra condição, como a insuficiência renal, reduz os níveis de cálcio e faz com que o corpo reaja produzindo uma maior quantidade de hormônio da paratireoide, para ajudar a regular a quantidade de cálcio no sangue.

Hiperparatireoidismo terciário
O hiperparatireoidismo terciário ocorre quando o hiperparatireoidismo secundário de longa duração começa a se comportar como o hiperparatireoidismo primário.
Ele está frequentemente associado à insuficiência renal muito avançada (geralmente requerendo diálise).

Diagnóstico do hiperparatireoidismo

O diagnóstico do hiperparatireoidismo pode ser feito através do exame de sangue. O exame pode ser solicitado como rotina em um paciente com sintomas característicos ou como parte da investigação de sintomas típicos do hiperparatireoidismo.
Os seguintes achados podem ser observados no exame de sangue:

  • Altos níveis de hormônio da paratireoide
  • Altos níveis de cálcio no sangue, muitas vezes com baixos níveis de fósforo

Uma vez identificado o hiperparatireoidismo, outros exames podem ser solicitados para avaliar possíveis complicações:

  • A densitometria óssea pode ajudar a detectar a osteoporose.
  • Tomografia computadorizada ou ultrassonografia podem mostrar depósitos de cálcio ou cálculos renais.

Tratamento do hiperparatireoidismo primário

Alguns tratamentos clínicos podem ser utilizados com o objetivo de reduzir os níveis de cálcio ou as complicações da hipercalcemia. Entre eles, incluem-se:

  • Hidratação, que a depender do caso pode ser por meio de internação hospitalar;
  • Medicamentos bisfosfonados, para reduzir os níveis de cálcio
  • Melhora do padrão alimentar, com consumo equilibrado de cálcio. Tanto o excesso como a falta de cálcio na dieta tendem a ser prejudiciais.
    Estes são todos tratamentos de suporte, que ajudam a controlar, mas não a curar o hiperparatireoidismo.
    A cirurgia para remover a glândula paratireoide é geralmente a única maneira para de fato resolver o problema.

Tratamento do hiperparatireoidismo secundário

O tratamento do hiperparatireoidismo secundário envolve dois objetivos em paralelo.
Por um lado, as mesmas medidas descritas para o hiperparatireoidismo primário devem ser adotadas para minimizar os efeitos da hipercalcemia.
Por outro, deve-se buscar corrigir a condição que está dando origem ao hiperparatireoidismo – mais comumente a insuficiência renal.

Tratamento do hiperparatireoidismo terciário

No paciente com hiperaparatireoidismo terciário, a glândula paratireoide para a trabalhar de forma acelerada, independentemente do problema que deu origem ao hiperparatireoidismo.
Nestes casos, além do tratamento já descrito para o hiperparatireoidismo secundário, a cirurgia para a remoção da paratireoide também costuma ser necessária.

Cirurgia para remoção da paratireoide

A remoção cirúrgica da paratireoide é feita sob anestesia geral.
O procedimento se inicia com uma incisão na parte da frente do pescoço. Todas as quatro glândulas paratireoides são inspecionadas durante a cirurgia, mas apenas aquela ou aquelas que se encontram acometidas são removidas. Vale aqui considerar que o adenoma pode estar presente em uma única paratireoide ou em mais de uma delas.
Quando uma ou duas glândulas paratireoides anormais são removidas, as glândulas remanescentes são capazes de compensar a falta das glândulas removidas e de manterem um nível normal de cálcio no sangue.
Se todas as quatro glândulas paratireóides forem acometidas, uma parte de uma ds glândulas é preservada, para que ela mantenha os níveis normais de cálcio.