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Fonoaudiologia especializada em linguagem

Fonoaudiólogo especializado em linguagem

O Fonoaudiólogo é o profissional que trabalha na prevenção, diagnóstico e terapia dos distúrbios da audição, linguagem e fala. Como é uma profissão com uma área de atuação bastante extensa que inclui bebês recém-nascidos, crianças, adultos e idosos e milhares de doenças causam distúrbios da comunicação, foi necessário segmentar a profissão em especialidades, sendo uma destas, o especialista em Distúrbios da Linguagem.

A especialidade trabalha com os aspectos que envolvem a comunicação oral e escrita, podendo envolver tanto a compreensão como a expressão.

Problemas na compreensão e na expressão da linguagem acarretam distúrbios sérios de socialização e emocionais, secundários, daí a importância do especialista para atuação específica, com conhecimentos aprofundados sobre linguagem.

Os distúrbios de linguagem não são considerados uma doença em sí, embora possa estar associada a diferentes tipos de doença. Trata-se de dificuldades que geralmente podem ser reabilitadas com acompanhamento fonoaudiológico especializado.

Especialista em linguagem X especialista em voz

Linguagem é o sistema de comunicação humana, que expressa idéias e sentimentos. O homem fala, escreve e usa sinais naturais. Para que esta comunicação gere uma troca entre duas pessoas, é necessário que ambas conheçam a mesma língua.

O fonoaudiólogo especialista em linguagem precisará conhecer com profundidade toda a estrutura responsável pela linguagem que, neste caso, é o cérebro e suas funções.

Para diferenciar com o especialista em voz, o fonoaudiólogo especialista em linguagem não estuda as estruturas responsáveis pela fala que são a boca, língua e respiração. Ele se atém à anatomia e fisiologia da linguagem (cérebro, vias neurais, conexões, etc) assim como o desenvolvimento da linguagem (as várias teorias que explicam como aprendemos a falar), a linguagem na geriatria (que possui aspectos particulares às doenças da maturidade) e as inter-relações entre linguagem e cognição, linguagem e socialização, linguagem e emoção e as várias linhas de pensamento sobre como reabilitar os distúrbios da linguagem.

Quando procurar um fonoaudiólogo especialista em linguagem?

O fonoaudiólogo especialista em linguagem deve ser procurado sempre que se observar algum distúrbio da comunicação.

Alguns destes problemas podem ocorrer desde a infância, como um atraso na aquisição, uma fala disfluente (gagueira) ou a ausência ou perturbação motora de fala após um acidente vascular ou trauma.

Nestes casos, é imprescindível buscar o médico relacionado à causa da desordem ou à idade da pessoa. No caso das crianças, por exemplo, um pediatra poderá orientar sobre a fase de aquisição da linguagem e que doenças podem ocasionar atrasos.

No entanto, certamente ele indicará um fonoaudiólogo especialista na área que observar a maior alteração. Dependendo do caso, poderá ser indicado o acompanhamento com o fonoaudiologista especialista em gagueira, em linguagem, em voz ou em motricidade orofacial.

No caso de adultos que possuem alterações na compreensão e/ou expressão após um acidente vascular, por exemplo, o próprio neurologista em atendimento deverá solicitar uma avaliação fonoaudiológica com fonoaudiólogo especializado em linguagem para minimização ou correção dos problemas.

Como funciona o tratamento com o fonoaudiólogo especialista em linguagem?

O fonoaudiólogo especialista em linguagem geralmente trabalha dentro de uma equipe multidisciplinar, que poderá contar também com médicos, dentistas, fisioterapeutas, musicoterapeutas, psicólogos, psicopedagogos e outros profissionais.

A terapia é realizada em sessões geralmente semanais, mas que pode ser alterada em função da gravidade do quadro, da idade do paciente e apoio da família. Casos de surdez leve, por exemplo, demandarão menor tempo que uma surdez de grau profundo, da mesma forma como ocorre nos casos de lesão neurológica. Geralmente a sessão é feita de forma individual, mas possa haver atendimentos em grupo em alguns casos.

A presença da família para estimulação em casa é fundamental para o sucesso do tratamento. A terapia fonoaudiológica consta de exercícios que vão trabalhar os aspectos fonológicos, discursivos, relacionais e pragmáticos da linguagem.
Quando necessário, é trabalhada também a comunicação escrita. Independente da gravidade do caso, é também importante que haja uma integração entre os profissionais citados acima para que atualizações possam ser feitas, assim como melhorias no atendimento.

Quais as causas dos distúrbios de linguagem na criança?

As alterações da linguagem não são doenças, são sintomas de doenças ou de alterações estruturais/neurofisiológica/cognitivas do cérebro, emocionais e comportamentais. Ou seja, qualquer alteração que afete uma destas estruturas, pode afetar o desenvolvimento da linguagem nas crianças, incluindo:

É bastante importante levar a criança no pediatra ou no foniatra (subespecialidade médica da otorrinolaringologia) para que ele faça uma avaliação da saúde geral, motora, cognitiva e da linguagem. Quando as alterações forem detectadas precocemente, maiores são as chances de reabilitação, além de evitar que estas questões impactem a criança em seu desenvolvimento escolar, social e a seguir, na idade adulta.

Quais as causas dos distúrbios de linguagem no adulto?

Da mesma forma que na criança, problemas de linguagem no adulto são sintomas decorrentes de diferentes conduções de saúde, especialmente de doenças degenerativas. Entre elas, incluem-se:

Estas doenças neurológicas acabam trazendo sequelas motoras, cognitivas e linguísticas.

Como observar se meu filho tem atraso de linguagem?

Fique atento não só aos aspectos da comunicação, mas também ao grau de atenção, resposta aos sons e aspectos motores:

  • Ele atende quando é chamado?
  • Reage aos sons do ambiente?
  • Só atende ou só reage a sons mais fortes?
  • Possui atraso motor?

Normalmente o atraso na linguagem coexiste com alterações motoras, cognitivas ou de atenção. Uma exceção a isso é a deficiência auditiva, em que a criança reage menos ou só tem reações a sons mais fortes e não desenvolve a fala.

Desenvolvimento da linguagem falada na criança

O desenvolvimento da linguagem e da fala humana se inicia muito cedo. A percepção sonora se dá na 12ª semana de gestação. A resposta à fala com movimentos se dá a partir da 24ª semana de gestação.

No desenvolvimento normal da linguagem, duas fases distintas podem ser reconhecidas:

Pré-linguística
o bebê usa formas não-verbais de comunicação, como o olhar para o rosto das pessoas, sorrir para elas e inicia a vocalização de alguns fonemas (a chamada linguagem de bebês, sem palavras inteligíveis). Esta fase persiste até aos 11-12 meses;

Linguística
A criança começa a falar palavras isoladas com compreensão. Espera-se o “papa” e “mama”, que enchem os pais de alegria e marcam o que se espera com início do desenvolvimento da fala propriamente dito. Crianças de 2 anos devem estar combinando ao menos 2 palavras em frases simples.
Se a criança possuir alguns destes comportamentos, é preciso levá-la a um fonoaudiólogo especialista em linguagem:

  • Dificuldade em formar frases;
  • Troca de sons ao falar;
  • Inverte a ordem das palavras na frase;
  • Dificuldade no aprendizado de novas palavras;
  • Dificuldade em relatar algum fato;
  • Dificuldade em compreender alguma piada.

O quadro abaixo também pode ajudar a identificar possíveis atrasos:

  Desenvolvimento esperado da linguagem
0 – 3 meses Presta atenção a sons, acalma com a voz do cuidador, emite alguns sons.
3 – 6 meses Emite sons como se estivesse conversando, imita alguns sons que ouve.
6 – 12 meses Entende “não”, tchau e outras palavras comuns, começa falar palavras ou sílabas simples.
12 – 18 meses Identifica partes do corpo, aponta o que quer, pode combinar palavras simples.
18 – 24 meses Combina palavras, fala em torno de 20 palavras diferentes
2 – 3 anos Fala frases de 2 a 3 palavras, responde sim e não, pode ter fala ainda não totalmente compreensível
Até 4 anos Pode ter dificuldade como “R” e encontros consonantais como “LH”, mas fala frases e relatos, inventa histórias

distúrbios da comunicação escrita

Os atrasos de linguagem oral costumam vir acompanhados de distúrbios de escrita. Assim, o trabalho fonoaudiológico precisa ser bem integrado, entendendo esta interligação.

A avaliação fonoaudiológica de leitura e escrita tem o objetivo de investigar as diferentes habilidades de linguagem oral, escrita e metalinguísticas envolvidas no processo de aprendizagem.

Assim, devem ser encaminhados para o Fonoaudiólogo:

  • Crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem da leitura e/ou da escrita;
  • Crianças que realizam trocas na fala, ou tem dificuldades na linguagem oral;
  • Crianças que apresentam trocas de letras e dificuldades com a pontuação e acentuação das palavras,
  • Crianças com dificuldades na compreensão e interpretação de textos e nos enunciados das atividades e,
  • Crianças com dificuldades com a atenção auditiva, memória e atenção.