Paralisia Cerebral

[accordion-model-lca titulo=”O que é a Paralisia Cerebral?”]

A paralisia cerebral se refere a um conjunto de condições que afetam o movimento e a coordenação e que são causadas por um problema cerebral que se desenvolve antes, durante ou logo após o nascimento.
O dano cerebral que causa a paralisia não piora nem melhora ao longo da vida. Entretanto, as repercussões deste dano podem se alterar.

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[accordion-model-lca titulo=”Tipos de Paralisia Cerebral”]

A paralisia cerebral pode ser classificada nos seguintes tipos, de acordo com o principal tipo de distúrbio do movimento apresentado pelo paciente:

  • Paralisia Cerebral Espástica, que tem como característica principal a espasticidade das articulações.
  • Paralisia Cerebral Discinética, caracterizada pela dificuldade em controlar os movimentos.
  • Paralisia Cerebral Atáxica: caracterizada por problemas de equilíbrio e coordenação.
  • Paralisia Cerebral Mista: apresenta-se com características de mais de um tipo de paralisia cerebral.

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[accordion-model-lca titulo=”Paralisia Cerebral Espástica”]

A Paralisia Cerebral Espástica corresponde a aproximadamente 80% dos casos de Paralisia Cerebral.

Como consequência, os pacientes desenvolvem contraturas e deformidades nas articulações, além de problemas com os movimentos.

Existem três tipos diferentes de paralisia cerebral espástica:

Diplegia/diparesia espástica
Nesse tipo de paralisia, a rigidez muscular acomete principalmente as pernas, com os braços menos afetados ou não afetados.
A contratura da musculatura do quadril faz com que as pernas se juntem e o paciente tenha dificuldades para abrir as pernas. Nos casos mais graves, as pernas podem se cruzarem, o que é conhecido como Pernas em tesoura.

Hemiplegia/hemiparesia espástica
A Hemiplegia/hemiparesia espástica afeta apenas um dos lados do corpo (direito ou esquerdo). Além disso, o braço geralmente é mais afetado do que a perna.

Tetraplegia/quadriparesia espástica
A quadriplegia espástica é a forma mais grave de paralisia espástica. Ela afeta todos os quatro membros, além do tronco e a face.
O paciente geralmente não consegue andar e muitas vezes têm outras deficiências de desenvolvimento, como deficiência intelectual, convulsões ou problemas de visão, audição ou fala.

Paralisia Cerebral Discinética
A Paralisia Discinética corresponde a 15% dos casos de Paralisia Cerebral. Ela se caracteriza pela dificuldade em controlar o movimento das mãos, braços, pés e pernas.
Os movimentos são incontroláveis ​​e podem ser lentos e contorcidos ou rápidos e espasmódicos.
Em alguns casos, o rosto e a língua são afetados. Quando isso acontece, a pessoa tem dificuldade para sugar, engolir e falar.
O tónus da musculatura tanto pode ser espástico (rígido) como pode ser flácido. Em alguns casos, o tônus pode variar de um dia para o outro ou mesmo ao longo de um único dia.
A dificuldade para controlar os movimentos faz com que o paciente tenha dificuldades para sentar e andar.
A paralisia cerebral discinética pode ser subdividida em diferentes tipos:

  • Paralisia cerebral atetoide: caracterizada principalmente pelos movimentos involuntários da face, tronco e membros.
  • Paralisia Cerebral coreoatetóide: caracterizada principalmente pelas contrações rápidas e irregulares nas extremidades, mas que também podem envolver o pescoço e a cabeça.
  • Paralisia Cerebral distônica: caracterizada por movimentos involuntários do tronco, resultando em uma postura fixa e torcida.

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[accordion-model-lca titulo=”Paralisia Cerebral Atáxica”]

A Paralisia Cerebral Atáxica corresponde a 5% dos casos de paralisia cerebral. Ela se caracteriza principalmente pelos problemas de equilíbrio e coordenação.
O paciente pode ter dificuldade com movimentos rápidos, com a caminhada ou movimentos que precisam de maior precisão, como escrever. Pode também ter dificuldade em controlar as mãos ou braços ao tentar pegar um objeto.

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[accordion-model-lca titulo=”Sintomas de paralisia cerebral”]

Os sintomas da paralisia cerebral variam conforme a idade, o tipo e a gravidade da paralisia do paciente.

A gravidade dos sintomas pode variar significativamente. Algumas pessoas têm apenas problemas menores, enquanto outras podem ser gravemente incapacitadas.

Na primeira infância, o principal sinal de que uma criança pode ter Paralisia Cerebral é um atraso nos marcos do desenvolvimento neuropsicomotor, incluindo rolar, sentar, ficar de pé ou andar.

Entretanto, em muitos casos a paralisica não é óbvia no bebê, tornando-se mais perceptível após os 2 ou 3 anos de idade.

Os sintomas podem incluir:

  • Atrasos em alcançar marcos de desenvolvimento, como não sentar até os 8 meses ou não andar até os 18 meses.
  • O corpo do bebé parece muito rígido ou muito mole.
  • Movimentos inquietos, espasmódicos ou desajeitados.
  • Movimentos aleatórios e descontrolados.
  • Andar na ponta dos pés.
  • Problemas como dificuldades de deglutição, problemas de fala, problemas de visão. Dificuldades de aprendizagem.

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[accordion-model-lca titulo=”Qual a causa da Paralisia Cerebral?”]

A paralisia cerebral é causada por um problema no cérebro que ocorre antes, durante ou logo após o nascimento.

Problemas antes do nascimento
Problemas intrauterinos que podem provocar a Paralisia Cerebral incluem:

  • Infecções contraídas pela mãe, como citomegalovírus, rubéola, varicela ou toxoplasmose.
  • Lesão na cabeça do feto.
  • Problemas cerebrovasculares intraútero.

Problemas durante ou após o nascimento
Problemas que acontecem durante ou após o nascimento e que podem provocar a Paralisia Cerebral incluem:

  • Oxigenação cerebral deficiente durante um trabalho de parto difícil.
  • Infecção do Sistema Nervoso Central, como a meningite ou a encefalite.
  • Lesão traumática grave na cabeça.
  • Hipoglicemia.
  • Acidente Vascular Cerebral.

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[accordion-model-lca titulo=”Fatores de risco”]

Algumas condições podem aumentar o risco de um bebê nascer com paralisia cerebral, incluindo:

  • Bebês prematuros, especialmente aqueles nascidos com menos de 32 semanas de gestação.
  • Bebês com baixo peso ao nascer.
  • Bebês frutos de uma gravidez múltipla, como um gêmeo ou trigêmeo.
  • Consumo de tabaco, álcool ou outras drogas recreativas pela mãe durante a gestação.
  • a mãe fumar, beber muito álcool ou usar drogas como cocaína, durante a gravidez.

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[accordion-model-lca titulo=”Diagnóstico”]

Não existe nenhum exame que isoladamente seja capaz de afastar ou confirmar o diagnóstico da Paralisia Cerebral.

Isso deve ser feito a partir da combinação dos achados clínicos com o resultado de exames.

Ainda assim, em muitos casos não é possível fazer um diagnóstico definitivo por vários meses ou anos, já que alguns sintomas não são óbvios até que a criança tenha alguns anos de idade.

Alguns dos exames que devem ser considerados incluem:

  • Exames de imagem (ultrassom, tomografia computadorizada ou ressonância Magnética): ajudam a identificar lesões estruturais associadas à Paralisia Cerebral.
  • Eletroencefalograma: exame para avaliar o funcionamento cerebral.
  • Eletroneuromiografia: avalia o funcionamento dos nervos periféricos e da musculatura.

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[accordion-model-lca titulo=”Tratamento da Paralisia Cerebral”]

O dano cerebral associado à paralisia cerebral é definitivo, o que significa que nenhum tratamento será capaz de curar a doença.
Entretanto, diversos tratamentos devem ser considerados para minimizar as repercussões clínicas deste dano cerebral e para tornar o paciente o mais ativo e independente possível.
Este tratamento deve ser bastante dinâmico, já que as necessidades do paciente mudam ao longo do crescimento.

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[accordion-model-lca titulo=”Tratamento medicamentoso”]

Diferentes tipos de medicamentos podem ser recomendados, para minimizar as sequelas e limitações relacionadas à paralisia cerebral.
Entre eles, incluem-se:

  • Relaxantes musculares, para diminuir a rigidez muscular.
  • Injeção de toxina botulínica.
  • Medicamentos para tratamento da insônia.
  • Medicamentos anti-convulsivantes, no caso de epilepsia.
  • Laxantes, no caso de obstipação.
  • Analgésicos, no caso de dor.
  • medicamentos para reduzir a baba.

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[accordion-model-lca titulo=”Fisioterapia”]

A fisioterapia é um dos tratamentos mais importantes para a paralisia cerebral.

Ela envolve um conjunto de exercícios para melhorar ou, ao menos, para minimizar a perda de mobilidade das articulações, além de evitar as contraturas articulares.

Ela também é importante para melhorar a força muscular e o padrão de movimento, no paciente que caminha ou com espectativa para caminhar.

No caso do paciente cadeirante, ela poderá ajudar na melhora postural do paciente.

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[accordion-model-lca titulo=”Fonoaudiologia”]

A fonoaudiologia pode ajudar pessoas com problemas de comunicação e também aqueles com problemas de deglutição.

Para alguns pacientes, isso envolve exercícios e atividades melhorar a fala.

Dependendo do caso, poderão ser usados dispositivos especiais capazes de gerar a fala.

Em outros pacientes, o fonoaudiólogo pode adotar métodos alternativos de comunicação, como a linguagem de sinais ou o uso de imagens.

Além de questões relacionadas à comunicação, o fonoaudiólogo pode também ajudar nos problemas com a deglutição de alimentos e também nos problemas relacionados à b abação excessiva.

A dificuldade em engolir alimentos é comum em certos tipos de paralisia cerebral e pode levar a complicações importantes, como engasgos, aspiração, infecção pulmonar ou mesmo à desnutrição.

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[accordion-model-lca titulo=”Terapia ocupacional”]

O terapeuta ocupacional buscará prover as adaptações necessárias para melhorar ao máximo a funcionalidade do paciente frente a suas limitações.

Isso poderá incluir o treinamento e a adaptação de movimentos complexos, como ir ao banheiro ou se vestir.

Outras funções do terapeuta ocupacional incluem:

  • Ortetização.
  • Orientações relacionadas ao uso de cadeiras e outros meios para locomoção
  • Adaptações no ambiente, incluindo o domicilio ou o carro.
  • Orientações quanto a diferentes recursos tecnológicos que possam ajudar o paciente a realizar suas atividades.
  • Sugestões relacionadas a atividades recreativas.
  • Orientações relacionadas a trabalho ou escola.

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[accordion-model-lca titulo=”Tratamentos para o excesso de baba”]

A baba é comum em pessoas com paralisia cerebral. Embora ela não costume trazer complicações maiores, ela pode ser bastante incômoda. Além disso, a babação excessiva pode irritar a pele ao redor da boca e aumenta o risco de infecção da pele.
Entre os tratamentos que podem ser considerados para o excesso de baba, incluem-se:

  • Exercícios de fonoaudiologia;
  • medicamentos anticolinérgicos;
  • injeções de toxina botulínica nas glândulas salivares;
  • cirurgia para redirecionar as glândulas salivares, de modo que a saliva passa a correr para a garganta, ao invés de ser eliminada pela boca.

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[accordion-model-lca titulo=”Tratamento cirúrgico”]

A cirurgia ortopédica muitas vezes se faz necessária para a correção de contraturas articulares, para melhorar a postura e melhorar o padrão de movimentos.
Algumas das cirurgias frequentemente indicadas para pacientes com Paralisia Cerebral incluem:

  • Cirurgia para correção de displasia do quadril e luxação do quadril;
  • Cirugia para luxação do cotovelo;
  • Cirurgia para a correção de escoliose;
  • Cirurgia para a correção do pé em equino (caminhada nas pontas dos pés).

Além de procedimentos ortopédicos, cirurgias são também muitas vezes indicadas para a incontinência urinária.

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