Nutrição e Nutrologia Esportiva
O que são a nutrição e a nutrologia esportiva?
A nutrologia esportiva é uma subespecialidade médica que une a medicina esportiva e a nutrologia.
Assim, ela busca avaliar o estado nutricional e sugerir ajustes para otimizar a saúde e o desempenho esportivo do atleta.
Já a nutrição esportiva é uma especialidade da nutrição, que tem como foco principal fazer o planejamento dietético/alimentar do atleta
Qual a diferença entre o nutrólogo esportivo e o nutricionista esportivo?
Nutricionista e nutrólogo são dois profissionais que muitas vezes atuam juntos no tratamento ou prevenção de problemas relacionados à alimentação, embora com abordagens diferentes.
Ambos buscam identificar maus hábitos alimentares ou de vida, orientando o paciente sobre a relação deles com o seu estado de saúde.
A principal diferença, está na formação acadêmica e nas atribuições de cada um.
Enquanto o nutrólogo é formado em Medicina e tem especialização em nutrologia, o nutricionista é formado em Nutrição.
Sendo assim, o nutricionista esportivo está apto para fazer o planejamento dietético/alimentar do atleta. No entanto, ele não pode diagnosticar ou tratar condições clínicas e nem prescrever medicamentos, o que faz parte das atribuições do nutrólogo.
Como a nutrologia esportiva pode ajudar o atleta?
A nutrologia esportiva pode ajudar o atleta de diferentes formas, incluindo:
- Obtenção do peso e composição corporal adequado;
- Suprindo a demanda energética antes, durante e após o treino
- Dando suporte para a adequada recuperação pós treino
- Identificando e corrigindo eventuais deficiências nutricionais
- Minimizando o efeito da alimentação no caso do Desconforto abdominal do atleta.
Ajuste do peso e composição corporal
A manutenção de um peso corporal total adequado é fundamental para o bom desempenho esportivo. Atletas mais leves são capazes de saltar mais alto, o que é importante em esportes como a ginástica, vôlei, basquete e atletismo.
Além disso, a energia gasta para correr e se deslocar na horizontal será menor, sendo isso primordial nas corridas de longa distância, triathlon, ciclismo e hipismo. O peso corporal total também é importante nas modalidades divididas por categoria de peso, como o remo e muitas das modalidades de luta.
A busca por um corpo mais leve, porém, tem limites. Não adianta em nada ter um corpo mais leve e não ter força suficiente para realizar o gesto esportivo com precisão. A busca pela perda de peso a qualquer custo acaba por levar a uma perda não apenas de gordura, mas também de massa muscular, comprometendo o desempenho esportivo.
Desta forma, mais importante do que controlar o peso corporal total é buscar um equilíbrio entre a quantidade de musculatura e a quantidade de gordura. Isso significa que, além do peso, é importante também que se pense na composição corporal.
A composição corporal deve ser vista de forma individualizada e sempre considerando o esporte em questão, uma vez que os objetivos podem ser diferentes de acordo com a modalidade:
- Esportes como a corrida de longa distância, ginástica ou ballet exigem uma baixa quantidade de gordura corporal;
- Esportes como o futebol, basquete e vôlei também se beneficiam de baixos índices de gordura corporal, mas deve-se ter um maior cuidado para não comprometer a força;
- No Levantamento de Peso Olímpico, o ganho de massa muscular deve ser visto de forma prioritária frente a necessidade de perda de gordura;
- Esportes como a maratona aquática se beneficiam de uma quantidade maior de gordura, uma vez que esta auxilia na manutenção da flutuabilidade e da temperatura corporal.
O nutrólogo do esporte geralmente inicia sua consulta com a avaliação da composição corporal. No entanto, é necessária uma grande sensibilidade para fazer ajusts não de acordo com valores de referência, mas sim com as necessidades específicas e individuais de cada atleta.
Demanda energética do atleta
O carboidrato é a principal fonte de energia para a maior parte dos esportes. Sem o carboidrato, o atleta precisa lançar mão de outras fontes menos eficientes de geração energética, o que pode de alguma forma comprometer o rendimento esportivo.
O problema é que os estoques de carboidrato no cropo são limitados e tendem a acabar nos exercícios de longa duração, uma vez que não sejam repostos.
Assim, a suplementação com carboidrato durante o treino ou competição é recomendada especialmente em atividades com duração superior a 90 minutos.
Nas atividades com duração entre 90 minutos e três horas, a reposição regular com bebidas esportivas (Gatorade, Powerade) se mostra suficiente e não exige estratégias muito complexas. Isso porque as reservas corporais serão suficientes para suprir a maior parte da demanda do atleta.
Vale considerar que nem todo o gasto precisa ser reposto ao longo de uma prova, mas apenas o suficiente para acabar o exercício antes que as reservas sejam totalmente esvaziadas.
A estratégia nutricional se torna progressivamente mais complexa nos exercícios mais prolongados, já que a diferença entre a demanda total de carboidrato e as reservas pré-exercício são cada vez maiores, exigindo uma reposição mais rápida.
Podemos dizer, assim, que a adequação da Alimentação nos esportes de ultra resistência está diretamente relacionada com o sucesso ou fracasso esportivo.
Recuperação pós-treino
Independentemente se o exercício tem como objetivo principal a alta performance, ganho de força, manutenção da saúde ou perda de peso, os cuidados com a alimentação pós-treino é fundamental e um dos principais determinantes da adequada recuperação pós-treino.
A alimentação deve repor os estoques de carboidrato e fornecer aminoácidos (proteína) para o reparo muscular. Além disso, o estado de hidratação é determinante para a capacidade de recuperação após o treino.
Deficiências nutricionais no esporte
A demanda nutricional no esporte é maior do que na população não atlética, deixando o esportista mais vulnerável para diferentes tipos de deficiência energética. Isso é especialmente válido nos esportes de alta resistência.
A deficiência nutricional pode envolver tanto os macronutrientes como os micronutrientes.
A deficiência de macronutrientes está relacionada especialmente com a Deficiência Energética no esporte.
Já as deficiências de micronutrientes mais comuns incluem a anemia ferropriva, a deficiência de vitamina D e a hipomagnesemia.
Desconforto abdominal do atleta
O desconforto Abdominal Induzido pelo Exercício está relacionado ao aparecimento de sintomas como inchaço, cólica, náusea, vômito ou diarreia durante a atividade física.
Este é um problema comum especialmente em esportes com duração superior a 3 horas. A incidência também é maior em mulheres e nas atividades realizadas em calor intenso.
O Desconforto Abdominal Induzido pelo Exercício é temporário, diretamente relacionado ao treino e sem efeitos prejudiciais para a saúde no longo prazo.
A necessidade de reposição do carboidrato durante o exercício é uma das principais causas para este desconforto.
Ele deve ser diferenciado de condições como a Síndrome do Intestino Irritável e também com alergias e intolerâncias alimentares.