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Epifisiolise

O que é a Epifisiolise?

Epifisiolise é a doença mais comum do quadril no adolescente. Ela é caracterizada pelo escorregamento do osso na placa de crescimento da cabeça femoral.

O problema geralmente se desenvolve no início do estirão do crescimento da puberdade. Isso ocorre mais comumente entre as idades de 12 e 16 em meninos e entre 10 e 14 em meninas.

Pode ter um início repentino após uma pequena queda ou trauma. Entretanto, é mais comum que ela se desenvolva de forma gradativa e sem um fator desencadeante claro para isso.

Não é incomum que o paciente apresente queixas por até quatro ou cinco meses antes do diagnóstico ser feito.

Fatores de Risco

A causa exata da Epifisiolise é desconhecida. No entanto, alguns fatores de risco foram identificados:

Sintomas e Classificação da Epifisiolise

A Epifisiolise pode ser classificada em estável ou instável, com base na clínica do paciente:

  • Epifisiolise Estável: o paciente é capaz de colocar peso no quadril afetado, com ou sem muletas. Esta é a forma mais comum de epifisiolise;
  • Epifisiolise Instável: deslizamento geralmente mais grave. O paciente não consegue colocar peso no quadril, mesmo com muletas.

Sintomas da Epifisiolise Estável

É classificada como estável quando o paciente é capaz de colocar peso no quadril afetado, com ou sem muletas. Este é o caso da maior parte dos pacientes.

O paciente apresenta dor intermitente na virilha, quadril, joelho e/ ou coxa. Os sintomas se iniciam de forma gradual e não é incomum que as queixas estejam presentes por várias semanas ou meses antes que seja feito o diagnóstico.

A dor no quadril é uma característica de apresentação comum. No entanto, aproximadamente 15% dos pacientes apresentam dor isolada na coxa ou no joelho. Isso exige um alto grau de suspeição pelo médico, que deve radiografar o quadril sempre que estiver frente a um paciente com dor no joelho ou coxa sem uma causa clara para isso (1).

O paciente pode mancar ao caminhar e andar com a perna rodada para fora.

Sintomas de Epifisiolise Instável

A Epifisiolise Instável é um deslizamento geralmente mais grave. O paciente não consegue colocar peso no quadril, mesmo com muletas.

Os sintomas podem incluir:

  • Início súbito de dor, muitas vezes após uma queda ou lesão;
  • Incapacidade de colocar peso na perna afetada;
  • Perna rodada para fora;
  • Discrepância no comprimento da perna, com a perna afetada mais curta do que a perna oposta.

Diagnóstico

O diagnosticado deve ser considerado a partir do exame físico, sendo confirmado por meio da radiografia do quadril.

A ressonância poderá ser considerada no paciente com quadro clínico compatível com a Epifisiolise, porém com radiografia normal.

Quando a radiografia mostrar sinais claros da Epifisiolise, a ressonância magnética não se faz necessária.

Tratamento da Epifisiolise

Epifisiolise 2

O tratamento da Epifisiolise deve ser sempre cirúrgico, de forma a evitar que a cabeça femoral continue escorregando.

A cirurgia deve ser realizada o mais rapidamente possível, pelo risco de piora ao se adiar o procedimento. Isso é válido especialmente nos casos de Epifisiolise Instável.

Habitualmente, a fixação é feita com um ou dois parafusos cruzando a placa de crescimento da cabeça do fêmur.

A Epifisiolise Instável é feita com uma leve manipulação, buscando-se melhorar o posicionamento da cabeça femoral. Não se deve fazer tentativas mais vigorosas de redução, pelo risco de comprometimento da vascularização da cabeça do fêmur.

No caso da Epifisiolise Estável, a fixação é habitualmente feita in situ, sem reposicionar a cabeça femoral.

O procedimento é feito com uma pequena incisão na face lateral da coxa, sem a necessidade de visualização direta da cabeça do fêmur. O posicionamento dos parafusos é feito por meio de radioscopia, um aparelho que gera imagens radiográficas instantâneas do quadril.

Após a cirurgia, o paciente habitualmente é orientado a usar muletas por um período de 4 a 8 semanas.

Tratamento do Quadril Contralateral

O risco de um paciente com Epifisiolise desenvolver a mesma lesão no quadril oposto varia entre 12% e 80%, a depender do estudo e das características dos pacientes (2).

Alguns fatores que aumentam o risco para a Epifisiolise no quadril oposto incluem:

  • Idade acima ou abaixo da idade de apresentação típica;
  • Obesidade;
  • Doença endocrinológica conhecida. Devido às potenciais complicações, a fixação profilática do quadril não acometido pode ser considerada, especialmente nos pacientes com mais fatores de risco.