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Doença de Crohn

O que é a Doença de Crohn?

A doença de Crohn é um tipo de doença inflamatória intestinal.

A inflamação pode envolver diferentes áreas do trato digestivo em diferentes pessoas.

Os sintomas mais comuns incluem dor abdominal, diarreia grave, fadiga, perda de peso e desnutrição.

A doença pode ser dolorosa e bastante debilitante. Em alguns casos, pode levar a complicações graves, inclusive com risco à vida.

Embora não haja cura conhecida para a doença de Crohn, as terapias podem reduzir bastante seus sinais e sintomas e até mesmo trazer remissão a longo prazo da inflamação.

Quais os sintomas da Doença de Crohn?

Qualquer parte do intestino delgado ou grosso pode estar envolvida pela Doença de Crohn.

Os sintomas variam de acordo com qual a parte do intestino que está acometida.

A doença alterna períodos com doença ativa e períodos de remissão, que podem em alguns casos ser bastante prolongados.

A gravidade dos sintomas também pode oscilar bastante. Eles tanto podem se desenvolver de forma gradativa como podem aparecer de forma repentina e sem aviso prévio.

Nos momentos de doença ativa, os sintomas podem incluir:

  • Diarréia e sangue nas fazes;
  • Febre
  • Fadiga
  • Dor e cólica abdominal 
  • Aftas
  • Redução do apetite e perda de peso
  • Dor ou saída de secreção ao redor do ânus.

Qual a causa da Doença de Crohn?

A causa exata da doença de Crohn permanece desconhecida.

Entretanto, alguns estudos sugerem o envolvimento do sistema imunológico, na forma de resposta autoimune (1).

Familiares próximos de pessoas acometidas apresentam maior risco, de forma que a genética parece ter algum papel. Entretanto, a maioria das pessoas com colite ulcerativa não tem esse histórico familiar (2).

Fatores relacionados à dieta e estresse podem agravar o problema, mas não causam a doença.

Fatores de risco

Os fatores de risco para a doença de Crohn podem incluir:

  • Idade: a doença de Crohn pode ocorrer em qualquer idade. Entretanto, a maioria das pessoas é diagnosticada antes dos 30 anos de idade.
  • Etnia: embora a doença de Crohn possa afetar qualquer grupo étnico, os brancos são mais comumente acometidos.
  • História famíliar:  aproximadamente 20% das pessoas diagnosticadas com Doença de Crohn tem um membro da família com a doença(2).

Tabagismo: aumenta tanto o risco de desenvolver a doença como a gravidade naqueles que já foram diagnosticados.

Complicações

A doença de Crohn pode levar a uma ou mais das seguintes complicações:

Obstrução intestinal

A doença de Crohn pode afetar toda a espessura da parede intestinal. Com o tempo, partes do intestino podem cicatrizar e estreitar, o que pode bloquear o fluxo do conteúdo digestivo. 

Úlceras

A inflamação crônica pode levar ao aparecimento de feridas abertas (úlceras) em qualquer parte do trato digestivo. Isso inclui inclusive a boca e o ânus.

Fístulas

Em alguns casos, as úlceras podem se estender por toda a espessura da parede intestinal, formando uma fístula. 

As fístulas podem se desenvolver entre o intestino e a pele, ou entre o intestino e outro órgão.

As fístulas próximas ou ao redor do ânus são o tipo mais comum. Elas são chamadas de Fístulas perianais.

Quando a fístula se desenvolve dentro do abdome, há o risco de ela infectar e formar um abscesso. Esta é uma complicação grave que pode ser fatal, se não for tratada.

Fissura anal

A fissura anal se refere a uma lesão no tecido que reveste o ânus ou a pele ao redor do ânus.

Esta é uma causa comum de movimentos intestinais dolorosos, podendo também levar à formação de uma fístula perianal.

Desnutrição

Diarréia, dor abdominal e cólicas podem dificultar a alimentação ou a absorção dos nutrientes ingeridos. Assim, deficiências nutricionais são comuns especialmente nos casos de maior gravidade. 

A anemia é uma complicação especialmente comum, devido ao baixo teor de ferro ou vitamina B-12 causado pela doença.

Câncer de colo 

Quando a Doença de Crohn acomete o cólon, há um maior risco para o câncer de cólon. 

Normalmente, a colonoscopia para o rastreamento de câncer de cólon é recomendada a cada 10 anos a partir dos 45 anos. 

Entretanto, alguns pacientes com Doença de Crohn podem ser recomentados a fazer o exame em idade mais precoce ou com menor intervalo.

Outros problemas de saúde

A Doença de Crohn aumenta o risco para algumas doenças, incluindo anemia, problemas de pele, osteoporose, artrite e doença da vesícula biliar ou do fígado.

Riscos associados às medicações

Certos medicamentos para a doença de Crohn que atuam bloqueando as funções do sistema imunológico estão associados a um pequeno risco de desenvolver câncer, como linfoma e câncer de pele. Eles também aumentam o risco de infecção.

Os corticosteróides podem estar associados ao risco de osteoporose, fraturas, catarata, glaucoma, diabetes e Hipertensão arterial, entre outras condições. 

Trombose

A doença de Crohn aumenta o risco de coágulos sanguíneos nas veias e artérias, com consequente aumento no risco de trombose.

Diagnóstico

O diagnóstico deve ser considerado a partir da história clínica do paciente.

Embora não exista nenhum teste confirmatório para a Colite ulcerativa, os exames podem ser solicitados para se fazer o diagnóstico diferencial com outros problemas intestinais.

A colonoscopia é um exame que permite visualizar com uma câmera o interior do intestino. Na Doença de Crohn, poderá ser observada a presença de tecido inflamatório crônico.

Os granulomas, quando presentes, ajudam a confirmar o diagnóstico da Doença de Crohn. Estes granulomas consistem de aglomerados de células inflamatórias.

Uma diferença importante em relação à colite ulcerativa é que qualquer região do intestino pode ser acometida pela Doença de Crohn. Já na colite ulcerativa, a inflamação fica restrita ao intestino grosso.

Já no caso da Síndrome do Intestino Irritável, os sintomas muitas vezes se confundem com os da Doença de Crohn. Entretanto, ela não causa inflamação ou úlceras.

Além disso, amostras de fezes podem ajudar a descartar uma infecção parasitária. Elas também podem mostrar se há sangue nas fezes que não podem ser vistas a olho nú.

Tratamento

O tratamento da Doença de Crohn tem três objetivos principais: 

  • O primeiro é o alívio dos sintomas, dando a oportunidade para o intestino de se curar; 
  • A segunda é evitar novos surtos;
  • O terceiro é o tratamento das complicações.

Isso poderá envolver uma combinação de mudanças na dieta, medicação ou cirurgia.

Dieta

A colite ulcerativa pode interferir na capacidade de digestão e absorção de certos nutrientes. Isso pode contribuir para a piora do processo inflamatório e dos sintomas.

Em alguns casos, poderá ser indicada uma dieta pobre em resíduos ou pobre em fibras, para reduzir o risco de obstrução intestinal. Isso é indicado especialmente na presença de um intestino estreito (estenose). 

O objetivo é reduzir o tamanho das fazes e o número de evacuações.

Orientações específicas poderão ser feitas caso a caso, a depender de eventuais deficiências nutricionais.

Nos casos mais graves, uma sonda nasoenteral temporária poderá ser recomendada. Ao mesmo tempo em que ela dá um descanso para que o intestino se recupere, ela fornece os nutrientes necessários, podendo inclusive ajudar na reposição de deficiências nutricionais.

Medicamentos

Os medicamentos anti-inflamatórios costumam ser o primeiro passo no tratamento da Doença de Crohn. Eles são apropriados para a maioria das pessoas com essa condição.

Quando os anti-inflamatórios não funcionam ou se os sintomas forem graves, corticoides podem ser prescritos por um curto período de tempo. Entretanto, devido aos efeitos colaterais, eles geralmente não são administrados a longo prazo.

Por fim, os Imunomoduladores podem ser considerados para inibir o ataque do sistema imunológico ao cólon. Eles podem demorar um pouco para fazer efeito, de forma que nenhum efeito pode ser notado por até 3 meses.

Cirurgia

A cirurgia poderá ser indicada especialmente na presença de complicações.

A presença de fístulas pode ser bastante grave e exigir cirurgia de emergência, geralmente com a remoção da parte doente do intestino.

A obstrução também poderá ser tratada cirurgicamente, quando dieta e medicamentos não forem suficientes. A cirurgia geralmente envolve a remoção da parte doente do intestino.