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Constipação (Prisão de Ventre)

O que é a Constipação?

A constipação, também chamada de Prisão de ventre, é um distúrbio caracterizado pela dificuldade persistente para evacuar, com menos de três evacuações por semana.

Embora a constipação ocasional seja comum, ela se torna persistente em algumas pessoas, podendo interferir significativamente na rotina diária.

A Constipação é mais comum em mulheres e com o avanço da idade.

Quais os principais sintomas da Constipação?

O paciente com constipação refere que a evacuação é infrequente, menor do que três vezes por semana.

As fezes ficam duras e irregulares.

O paciente pode ter a sensação de que há um bloqueio no reto e de que não é capaz de esvaziar completamente as fezes.

Em alguns casos, pode usar as mãos para pressionar o abdômen ou usar um dedo para remover as fezes do reto.

Quais as possíveis causas da Constipação?

A constipação crônica tem muitas causas possíveis, incluindo:

Bloqueios no cólon ou reto

Bloqueios no cólon ou reto podem retardar ou interromper o movimento das fezes. As principais causas para estes bloqueios são os cânceres de colo ou reto.

Problemas com os nervos ao redor do cólon e do reto

As fezes se deslocam através do intestino e reto em decorrência de contrações coordenadas da musculatura, que “empurram” as fezes para frente.

No caso do paciente com problemas neurológicos, estes movimentos ficam comprometidos, podendo fazer com que as fezes fiquem “represadas”.

Algumas doenças que podem comprometer a inervação do trato digestivo incluem:

  • Esclerose múltipla
  • Mal de Parkinson
  • Lesão medular
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Problemas com o assoalho pélvico

Trata-se de uma incoordenação entre as musculaturas abdominal e pélvica durante o esforço evacuatório.

O esfíncter anal, ao invés de se relaxar para permitir a saída das fezes, pode se contrair.

Uma fraqueza generalizada do assoalho pélvico também compromete o esforço de evacuação.

Medicamentos

Certos medicamentos, incluindo sedativos, analgésicos opióides, alguns antidepressivos ou medicamentos anti-hipertensivos comprometem a motilidade da musculatura do intestino, levando a uma paralisia e à redução nas evacuações.

Distúrbios hormonais

Alguns hormônios interferem na capacidade de absorção de líquidos e nutrientes no sistema digestivo.

Em algumas condições, isso pode contribuir para a Constipação, incluindo:

  • Diabetes
  • Hiperparatireoidismo
  • Hipotireoidismo

Outros problemas de saúde

Ter uma condição de saúde mental, como depressão ou transtorno alimentar

Complicações da Constipação

As complicações da constipação crônica incluem:

Hemorroidas

As hemorroidas são veias inchadas que se formam no ânus. Elas se desenvolvem em decorrência do esforço que é feito com a musculatura anal durante a evacuação.

Fissura anal

A fissura anal pode se desenvolver pela pressão das fezes endurecidas tentando vencer a resistência do esfíncter anal.

Obstrução

A impactação das fezes pode fazer com que elas fiquem presas à parede intestinal e que a pessoa não seja capaz de eliminá-la, levando à obstrução.

Prolapso retal

O prolapso retal se refere à projeção do reto para fora do ânus. Isso pode acontecer em decorrência da força excessiva para tentar expelir as fezes.

Como evitar a constipação?

O ritmo intestinal de cada pessoa é bastante particular. Enquanto algumas pessoas raramente apresentam problemas com as fezes, outras sofrem com a constipação de forma rotineira.

Para estas pessoas, algumas medidas podem ajudar na melhora do ritmo intestinal, incluindo:

  • Consumo de dieta rica em Fibras alimentares;
  • Evitar alimentos processados, produtos lácteos e líquidos em excesso, já que estes alimentos possuem poucas fibras;
  • Beber grande quantidade de líquidos;
  • Manter-se o mais ativo possível;
  • Não ficar segurando para ir ao banheiro;
  • Criar uma rotina regular de ida ao banheiro, que pode ser ao acordar ou pouco depois do almoço, por exemplo.

Diagnóstico

A avaliação do paciente com Constipação é feita geralmente pelo Coloproctologista e tem como objetivo principal a identificação da causa do problema.

Os exames são solicitados a depender das suspeitas médicas, podendo incluir:

  • Exames de sangue: permite identificar uma condição sistêmica, como hipotireoidismo ou altos níveis de cálcio.
  • Radiografia: permite identificar se há acúmulo de fezes no cólon.
  • Retosigmoidoscopia: exame no qual um tubo flexível e iluminado é introduzido pelo ânus para examinar o reto e a parte inferior do cólon.

Ela permite identificar problemas como:

  • Hemorroidas;
  • Fístulas,
  • Doença Inflamatória Crônica;
  • Pólipos intestinais;
  • Tumores.

Colonoscopia: exame que permite avaliar todo o cólon com um tubo flexível equipado com câmera;

Manometria anorretal: exame que permite avaliar a função muscular do esfíncter anal. Para isso, um tubo estreito e flexível é introduzido no ânus e reto. Em seguida, um pequeno balão na ponta do tubo é inflado e puxado de volta através do esfíncter anal. Este procedimento permite que o médico meça a coordenação dos músculos usados para evacuar.

Teste de expulsão do balão: Exame habitualmente realizado junto com a manometria anorretal. Ele mede o tempo que o paciente leva para expelir o balão.

Avaliação do trânsito colônico: uma cápsula com um marcador radiopaco é ingerido por boca. A seguir, o progresso da cápsula através do cólon será registrado por meio de radiografias.

Tratamento: mudanças na dieta e no estilo de vida

Algumas medidas dietéticas e de mudanças no estilo de vida pode ser tudo o que uma pessoa precisa para tratar a Constipação.

Entre elas, devemos considerar:

Hidratação

A desidratação deixa as fezes mais secas e aumenta o risco para a Constipação.

Vale aqui considerar que a desidratação crônica é um problema bastante comum e que muitas pessoas não têm a consciência de sofrerem com o problema.

Alimentação

As fibras alimentares aceleram o trânsito intestinal e aumentam o volume das fezes. Assim, uma dieta pobre em fibras pode contribuir para a constipação.

O aumento repentino na quantidade de fibras, por outro lado, pode provocar inchaço abdominal e gases. Assim, estas mudanças dietéticas devem ser feitas de forma gradativa.

Atividade física

Os movimentos associados à prática regular de exercício físico auxiliam na melhora do trânsito intestinal.

Tratamento medicamentoso da constipação

Existem diferentes tipos de laxantes, cada um deles funcionando o=por um mecanismo específico.

Entre eles, devem ser considerados:

Suplementos de fibra

Suplementos de fibra adicionam volume às suas fezes, que se tornam mais macias e fáceis de serem expelidas.

Laxantes osmóticos

Os laxantes osmóticos aumentam a secreção de líquido no intestino e estimulam os movimentos intestinais.

Exemplos de laxantes osmóticos incluem o hidróxido de magnésio, citrato de magnésio e a lactulose.

Lubrificantes

Lubrificantes como o óleo mineral permitem que as fezes se movam mais facilmente pelo cólon.

Enemas e supositórios

Enemas de água da torneira podem ser úteis para amolecer as fezes e produzir uma evacuação.

Supositórios de glicerina ou bisacodil também ajudam a remover as fezes do corpo, fornecendo lubrificação e estimulação.

Fisioterapia pélvica

A fisioterapia pélvica deve ser considerada no paciente com constipação crônica, quando se suspeita que a deficiência da musculatura do assoalho pélvico seja a origem do problema.

O treinamento de biofeedback é especialmente interessante nestes casos.

O terapeuta orienta o paciente na realização de exercícios para relaxar e contrair alternadamente os músculos pélvicos.

Uma máquina medirá a tensão muscular e usará sons ou luzes para ajudá-lo a entender quando os músculos encontram-se relaxados.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia pode ser uma opção em casos de bloqueio, retocele ou estenose. Diferentes procedimentos poderão ser indicados a depender de qual a causa dos problemas em cada paciente.