Câncer de próstata
O que é o Câncer de Próstata?
O câncer de próstata é um tumor maligno que se origina a partir de mutações nas células da próstata, de forma que estas células anormais passam a se multiplicar fora de controle.
Crescimentos cancerígenos, como o câncer de próstata, podem se espalhar (metástase) para órgãos e tecidos próximos, como bexiga ou reto, ou para outras partes do corpo.
Eles devem ser diferenciados da Hiperplasia Prostática Benigna, uma forma mais comum de crescimento da próstata, mas que é benigno e não se espalha para outras partes do corpo.
O que é a próstata?
A próstata é um órgão do tamanho de uma noz e que faz parte do sistema reprodutor masculino.
Ela está localizada abaixo da bexiga e envolve a uretra, um pequeno tubo que transporta a urina da bexiga para o pênis.
A próstata está intimamente ligada às vesículas seminais, que são dois pares menores de glândulas ligadas à parte posterior da próstata.
A próstata e a vesícula seminal produzem um líquido denominado de sêmen, que nutre os espermatozoides e reduz a acidez da uretra e do canal da vagina, protegendo os espermatozoides até que eles entrem em contato com o óvulo.
Fatores de risco
Entre os principais fatores de risco para o câncer de próstata incluem-se:
- Idade acima de 55 anos;
- Pessoas de raça negra;
- Histórico familiar de câncer de próstata, câncer de mama ou câncer de ovário;
- Obesidade.
Sinais e sintomas do câncer de próstata
Nos estágios iniciais, o paciente com câncer de próstata geralmente não apresenta quaisquer sintomas relacionados à doença.
Quando presentes, os sinais e sintomas mais comuns incluem:
- Dor pélvica baixa;
- Dor, ardência ou dificuldade para urinar, com jato urinário fraco;
- Necessidade frequente de urinar;
- Sangue na urina (hematúria);
- ejaculação dolorosa;
- inapetência;
- Perda de peso injustificada;
- Dor óssea.
Diagnóstico do câncer de próstata
A investigação diagnóstica para o câncer de próstata pode ser feita de diferentes maneiras a depender de fatores de risco, sintomas ou preferências individuais do paciente.
Antígeno específico da próstata (PSA)
O Antígeno específico da próstata (PSA) é um marcador produzido unicamente pela próstata ou câncer de próstata.
Ele pode ser utilizado como método de rastreio do câncer de próstata em homens assintomáticos.
No entanto, é preciso considerar que o exame é pouco específico. Isso significa que ele pode estar aumentado mesmo em pacientes sem o câncer de próstata.
A chance de um homem ter câncer de próstata aumenta à medida que o nível de seu PSA aumenta. No entanto, não há um ponto de corte definido que possa ter certeza se ele tem (ou não) a doença.
Em relação risco de câncer, podemos dizer que:
- A maioria dos homens sem câncer de próstata tem níveis de PSA inferiores a 4 ng/ml de sangue. Ainda assim, um nível abaixo desse valor não é uma garantia de que um homem não tenha câncer.
- Homens com níveis de PSA entre 4 ng/ml e 10 ng/ml, têm uma chance de 25% de ter a doença.
- Se o PSA for superior a 10, a chance de ter câncer de próstata é superior a 50%.
o rastreio universal do câncer de próstata por meio da medida do PSA no sangue é controverso, devido aos potenciais prejuízos provocados por um diagnóstico errado de câncer, comparados ao impacto na redução da mortalidade a partir de um diagnóstico precoce.
Uma vez que o câncer de próstata já tenha sido diagnosticado, o PSA pode ser usado também para o estadiamento, planejamento e tratamento, além de permitir a detecção precoce de uma eventual recorrência do câncer.
Toque retal
O toque retal é um teste no qual o médico coloca um dedo enluvado e lubrificado no reto, de forma a sentir a próstata com o dedo.
Durante este teste, é verificado o formato, consistência, nodularidade ou espessura da glândula.
Ele pode ser usado para rastrear e estadiar o câncer, além de permitir o acompanhamento do tratamento.
O toque retal é seguro e fácil. No entanto, ele não consegue identificar o câncer de próstata em seus estágios iniciais.
Juntos, a dosagem do PSA e o toque retal podem ajudar a detectar o câncer de próstata precocemente, antes que ele se espalhe.
Biópsia
Se os testes de triagem mostrarem um problema com a próstata, uma biópsia da próstata pode ser realizada para que o diagnóstico seja feito.
A biópsia remove pequenos pedaços de tecido para análise ao microscópio. Ela geralmente leva de 10 a 20 minutos.
Além de permitir o diagnóstico e a diferenciação com outras condições prostáticas, a biópsia permite identificar certas características das células cancerígenas.
Quais os estágios do câncer de próstata?
O câncer de próstata pode ser classificado em quatro estágios, a depender do tamanho do tumor, do eventual acometimento de linfonods e da presença de metástases no momento do diagnóstico.
Assim, ele pode ser diferenciado nos seguintes tipos:
- Estágio inicial (estágios I e II): o câncer não se espalhou além da próstata. É também chamado de câncer localizado.
- Localmente avançado (estágio III): o câncer se espalhou para fora da próstata, mas apenas para os tecidos próximos, incluindo vesícula seminal, uretra, bexiga ou reto.
- Avançado (estágio IV): o câncer se espalhou para fora da próstata, incluindo órgãos como gânglios linfáticos, ossos, fígado ou pulmões.
Pontuação de Gleason
A pontuação de Gleason é uma medida da velocidade com que as células cancerígenas podem crescer e afetar outros tecidos.
Ela é definida pela soma dos dois graus mais comuns encontrados em uma amostra de biópsia.
A pontuação ajuda o médico a entender se o câncer é uma doença de baixo, intermediário ou alto risco para recorrência após o tratamento.
Podemos dizer que:
- Pontuação de Gleason até 6: baixo risco;
- Gleasson 7: risco intermediário;
- Gleasson 8 ou superior: alto risco.
Tratamento para o câncer de próstata
Dependendo das necessidades e características de cada caso, existem diferentes tipos de tratamento que podem ser considerados para pacientes com câncer de próstata, incluindo:
- Observação / acompanhamento ativo
- Cirurgia
- Radioterapia
- Terapia hormonal
- Quimioterapia
- Terapia direcionada
- Imunoterapia
- Terapia com bisfosfonatos
Observação / Acompanhamento ativo
Pacientes mais velhos ou com outros problemas de saúde e com câncer de próstata em estágio inicial podem ser apenas monitorados quanto a seus sintomas.
Para alguns pacientes, apenas os sintomas são monitorados. Para outros, é feita uma dosagem regular do PSA. Caso os níveis do PSA aumentem, pode ser um indício de que o câncer está crescendo ou se espalhando.
Outros exames como o toque retal ou a ultrassonografia também podem ser considerados.
Assim, outros métodos de tratamento poderão ser adotados.
Cirurgia
Pacientes com boa saúde e cujo câncer está localizado apenas na próstata podem ser tratados com cirurgia para remover o tumor.
A cirugia geralmente envolve a remoção completa da próstata, tecido circundante e vesículas seminais. A remoção dos gânglios linfáticos próximos pode ser feita ao mesmo tempo. Este procedimento é chamado de Prostatectomia radical.
Existem diferentes formas de se realizar a prostatectomia radical, que poderá incluir cirurgia aberta, laparoscópica (minimamente invasiva / por vídeo) ou cirurgia robótica.
A remoção dos gânglios linfáticos da pelve também poderá ser considerada, o que se chama de Linfadenectomia pélvica.
Alguns casos poderão ser considerados para a ressecção transuretral da próstata. Neste procedimento, a ressecção é feita através da uretra e não envolve a retirada de toda a prótese.
Em alguns casos, ela é feita para aliviar os sintomas causados por um tumor antes que outro tratamento contra o câncer seja administrado. Ela também pode ser considerada para pessoas que não estão em condições clínicas de realizar a prostatectomia radical.
Entre as consequências da prostatectomia, incluem-se:
- Impotência sexual: mm alguns casos, os nervos que controlam a ereção peniana podem ser preservados. No entanto, isso nem sempre é possível.
- Incontinência urinária.
- Incontinência fecal.
- Encurtamento de 1 a 2 cm do pênis: a razão exata para isso não é conhecida.
- Hérnia inguinal.
Radioterapia
A radioterapia é um tratamento que busca matar as células cancerígenas ou as impedí-las de crescer e se dividir.
Dependendo do estágio do câncer, diferentes formas de radioterapia poderão ser consideradas, incluindo radioterapia externa, radioterapia interna e terapia radiofarmacêutica.
terapia hormonal
Os hormônios sexuais masculinos podem causar o crescimento do câncer de próstata.
Assim, a terapia hormonal busca bloquear o efeito de hormônios destes hormônios, seja inibindo sua produção ou bloqueando o seu efeito. O tratamento é chamado também de terapia de privação de andrógenos (ADT).
Ele pode envolver tanto o uso de medicamentos como cirurgia.
Quimioterapia
A quimioterapia é um tratamento que usa drogas para interromper o crescimento das células cancerígenas, seja matando as células ou impedindo elas de se dividir.
Ela pode ser considerada no paciente com doença disseminada na qual a terapia hormonal não está respondendo.
Alguns estudos têm mostrado também bons resultados com a quimioterapia combinada com a hormonioterapia (1).
No entanto, a quimioterapia não é um tratamento padrão para o câncer de próstata inicial.
Terapia alvo
A terapia alvo para o câncer envolve o uso de medicamentos que agem sobre características exclusivas das células cancerígenas ou sobre estruturas que controlam o comportamento das células cancerígenas.
Quando houver indicação, ela tem a vantagem de que geralmente causam menos danos às células normais do que a quimioterapia ou a radioterapia.
No câncer de próstata, ela geralmente é indicada para tratar pacientes com câncer que já apresenta metástases e que tem mutações em certos genes, como BRCA1 ou BRCA2.
Imunoterapia
A imunoterapia é uma forma de tratamento contra o câncer que estimula o funcionamento sistema imunológico do corpo para que ele reconheça e ataque células cancerígenas específicas.
Ela pode também aumentar a contagem de células imunológicas para ajudá-las a eliminar o câncer.
No câncer de próstata, a imunoterapia pode ser considerada como parte do tratamento do câncer que já apresenta metástases.
Bisfosfonatos
Medicamentos bisfosfonatos podem ser indicados para o paciente com câncer de próstata que já apresenta metástase óssea.
Ela também pode ser considerada para o paciente em tratamento com terapia antiandrogênica, devido ao risco aumentado de perda óssea.
Tratamento do câncer de próstata Estágio 1
Dependendo do caso, da idade e da saúde geral do paciente, os seguintes tratamentos podem ser considerados para o paciente com câncer de próstata em estágio 1:
- Observação ativa: o paciente é apanas monitorado quanto a doença. Isso pode envolver apenas o monitoramento dos sintomas ou a realização de toque retal e dosagem de PSA de forma rotineira. Outros
- tratamentos podem ser considerados a depender da evolução da doença.
- Cirurgia de Prostatectomia radical, geralmente combinada com linfadenectomia pélvica. A radioterapia pode ser administrada após a cirurgia.
- Radioterapia, que pode ou não ser seguida de hormoniotrapia.
- Radioterapia interna.
Tratamento do câncer de próstata Estágio 2
Embora seja ainda um câncer restrito à prótese, a cirurgia ou radioterapia geralmente são necessárias para evitar que ele se espalhe.
Assim, os seguintes tratamentos poderão ser considerados:
- Vigilância ativa: indicado geralmente para homens mais velhos ou com a saúde muito comprometida.
- Cirurgia de Prostatectomia radical, geralmente combinada com linfadenectomia pélvica. A radioterapia pode ser administrada após a cirurgia.
- Radioterapia, que pode ou não ser seguida de hormoniotrapia.
- Radioterapia interna.
Tratamento do câncer de próstata Estágio 3
O tratamento padrão do câncer de próstata estágio III pode incluir:
- Vigilância ativa: indicado geralmente para homens mais velhos ou com a saúde muito comprometida.
- Radioterapia, que pode ou não ser seguida de hormoniotrapia
- Hormonioterapia, seguida ou não por radioterapia.
- Prostatectomia radical. A radioterapia pode ser administrada após a cirurgia.
Tratamento do câncer de próstata Estágio 4
O tratamento para câncer de próstata em estágio 4 pode incluir:
- Vigilância ativa: pode ser indicada para homens mais velhos ou com a saúde muito comprometida ou quando se considera que os potenciais benefícios do tratamento não superam os efeitos colaterais do
- tratamento.
- Terapia hormonal.
- Terapia hormonal combinada com quimioterapia.
- Radioterapia externa, que pode ou não ser seguida por hormoniotrapia.
- Bisfosfonatos.
- Radioterapia.
Qual o prognóstico do câncer de próstata?
Para pacientes com câncer de próstata localizado ou que estejam localmente disseminados, a sobrevida é superior a 99% em 5 anos. Já nos pacientes com metástases a distância, a sobrevida em 5 anos cai para 32% (2).