medicina e exercicio
Pesquisar
Pesquisar

Atividade Física pós Infarto Agudo do Miocárdio

Quais os objetivos da atividade física pós Infarto Agudo do Miocárdio?

A reabilitação cardíaca é uma parte fundamental do tratamento pós Infarto Agudo do Miocárdio.

Ela deve envolver o ajuste de medicações e também a adoção de hábitos de vida mais saudáveis, incluindo uma alimentação mais saudável, redução do estresse, melhora na qualidade do sono e a prática regular de atividades físicas.

A reabilitação cardíaca tem 2 objetivos principais:

  • restaurar gradualmente a aptidão física do paciente para que ele possa retomar as atividades normais;
  • Reduzir o risco de outro infarto.

Benefícios da atividade física pós infarto do miocárdio

Quando uma pessoa sofre um infarto, a parte do músculo cardíaco deixa de funcionar. Em outras palavras, isso significa que o coração fica mais fraco e com menor capacidade de bombear o sangue para o resto do corpo.

O exercício tem efeito contrário sobre o coração, tornando o músculo não comprometido pelo infarto mais forte e mais competente.

Com o coração mais forte, o gasto de oxigênio para a realização de uma mesma atividade diminui. Isso significa que o esforço feito pelo coração para uma caminhada a 6km/h, por exemplo, pode ser equivalente ao esforço que ele fazia em uma caminhada a 4km/h, antes de iniciar o programa de exercício.

A capacidade do organismo em responder a uma situação de estresse também melhora.

Sempre que o corpo enfrenta uma situação de estresse, que pode ser um trauma, uma infecção ou uma cirurgia, sua demanda por oxigênio aumenta. A capacidade em responder a esta maior demanda é maior no paciente fisicamente condicionado.

Por fim, a atividade física ajuda no controle de outros fatores de risco cardiovascular, o que é fundamental para o paciente com Doença Arterial Coronariana.

Entre estes fatores, incluem-se:

Fases da reabilitação cardíaca

A reabilitação cardíaca deve ser iniciada ainda no hospital. O paciente é estimulado a se sentar e, em seguida, se levar para pequenas caminhadas.

A segunda fase da reabilitação é feita em um centro de reabilitação cardíaca, com inicio imediatamente após a alta hospitalar.

Neste momento, o esforço físico aumenta gradativamente, ao mesmo tempo em que o coração do paciente é monitorado para avaliar a resposta que ele tem frente ao exercício.

Ajustes nos programas de exercícios serão feitos constantemente. Eventuais ajustes nas medicações também costumam ser necessários.

Além disso, ele terá todo o suporte necessário para o tratamento de um evento agudo, caso isso venha a acontecer.

Esta fase se prolonga até aproximadamente três meses após a cirurgia.

A terceira e última fase da reabilitação cardíaca se inicia quando o paciente é liberado para fazer atividades físicas sem supervisão. Esta fase deverá se prolongar para o resto da vida.

Muitos pacientes abandonam o exercício físico com medo de que isso desencadeie um novo infarto ou a morte cardíaca súbita. De fato, o risco para estes eventos aumenta. Mas, na maior parte dos pacientes, os potenciais benefícios do exercício superam e muito os riscos.

A incidência de complicações cardiovasculares importantes durante programas de reabilitação cardíaca foi estimada em 1 em 60.000 participantes -horas, sendo o risco maior quanto menos ativo for o paciente.

O risco pode ser minimizado através de uma avaliação médica e uma prescrição de exercícios precisa.

Prescrição de exercícios

O que descreveremos aqui deve servira apenas como uma linha geral. Após um infarto do miocárdio, é importante sempre seguir as orientações do médico responsável sobre o que fazer e o que não fazer, considerando-se as especificidades de cada paciente.

Além disso, é preciso considerar que a prescrição de exercícios muda frequentemente durante as diferentes etapas da reabilitação cardíaca.

Nas primeiras quatro a seis semanas, o foco deve ser em pequenas atividades de exercício leve. Isso inclui, por exemplo, caminhadas de dois ou três minutos dentro da própria casa.

A medida em que o paciente se recupera, estes esforços se tornam gradualmente mais intensos e prolongados.

Com o tempo, o objetivo é atingir as mesmas indicadas para a população em geral, o que inclui:

  • Ao menos 30 minutos de atividades aeróbicas em 5 a 7 dias da semana, totalizando ao menos 150 minutos na semana.
  • Ao menos dois dias de atividade resistida (treino de força) por semana.

Quais exercícios devem ser evitados após um Infarto do Miocárdio?

Ainda que o exercício seja extremamente benéfico para o paciente que está se recuperando de um infarto do miocárdio, alguns tipos de atividade são menos seguras e devem ser evitadas.

Certas posições adotadas em aulas de ioga e/ou Pilates podem dificultar o retorno do sangue para o coração e não são seguros para pessoas com doenças cardíacas.

Alguns cuidados também devem ser observados nos exercícios de musculação.

A resposta natural quando uma pessoa levanta alguma coisa muito pesada é prender a respiração. Entretanto, isso pode limitar o fluxo sanguíneo para o coração e gerar um estresse que pode ser perigoso.

Para evitar isso, é importante evitar pesos muito grandes, que force o paciente a prender a respiração.

Atividade física pós ponte de safena

Após uma Ponte de Safena, o paciente deve seguir as mesmas orientações descritas acima. Entretanto, algumas restrições às atividades devem ser observadas.

Exercícios com os membros superiores devem ser evitadas até que a ferida esteja completamente cicatrizada. Entretanto, os exercícios aeróbicos ou de resistência na parte inferior do corpo devem ser estimulados.

Quando o exercício deve ser interrompido?

Ainda que no médio prazo os potenciais benefícios da atividade física superem bastante os eventuais riscos, existe de fato um maior estresse sobre o coração durante o exercício com potencial para desencadear um evento cardíaco agudo.

A melhor forma de se evitar isso é realizar avaliações regulares com o cardiologista, fazer qualquer mudança na rotina de exercícios de forma gradual e, também, ficar alerta a certos sinais com os quais o exercício deverá ser interrompido.

Não existe problema em ficar um pouco sem fôlego. Entretanto, o paciente ainda deve ser capaz de manter uma conversa.

Na presença de um dos sintomas abaixo, o exercício deve ser interrompida e a assistência médica deve ser buscada de imediato:

  • Aperto no peito.
  • Tontura.
  • Palpitações.
  • Falta de ar extrema.