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Anti-inflamatórios

O que são os Anti-inflamatórios?

Os anti-inflamatórios são medicamentos que agem inibindo a ação de uma enzima chamada ciclooxigenase (COX).

Esta enzima atua aumentando a produção de prostaglandina, responsável pelo surgimento do quadro inflamatório.

Podemos dizer, desta forma, que o combate à COX diminui a produção da prostaglandina, combatendo a inflamação, a dor e a febre.

Quais as indicações para o uso de Anti-inflamatórios?

Os anti-inflamatórios devem ser usados preferencialmente em quadros de dor aguda e dores de origem inflamatória.

O uso na dor crônica deve ser avaliado com critério, devido ao risco de importantes efeitos colaterais.

Em muitos casos, os anti-inflamatórios são usados em combinação com medicamentos analgésicos e outros medicamentos para o tratamento da dor.

Quais os tipos de Anti-inflamatórios?

Os anti-inflamatórios são classificados de acordo com sua ação sobre a enzima Ciclooxigenase.
Existem três tipos diferentes de ciclooxigenase:

  • COX-1: enzima constitutiva, ou seja, que está sempre presente no corpo e é responsável por funções fisiológicas importantes;
  • COX-2: enzima induzida, ou seja, que surge apenas durante a resposta inflamatória;
  • COX-3: presente no Sistema Nervoso Central.

Assim, eles sõ classificados nos seguintes tipos:

  • Anti-inflamatórios não seletivos (diclofenaco, Ibuprofeno, Naproxeno): inibem tanto a COX-1 como a COX-2;
  • Anti-inflamatórios seletivos da cox-2 (meloxican, Nimesulida, coxibes): atuam exclusivamente ou preferencialmente sobre a COX 2.

Efeitos dos diferentes anti-inflamatórios

A tabela abaixo mostra os efeitos de alguns dos principais anti-inflamatórios em relação à analgesia, ação anti-inflamatória e febre.

Princípio Ativo Nome comercial Ação analgésica Ação anti-inflamatória Ação antitérmica
Ácido acetilsalicílico (AAS) Aspirina +++ +++ +++
Piroxican Feldene +++ +++ +
Diclofenaco Cataflan, voltaren +++ +++ +++
Ibupofeno Alívium +++ +++ +++
Naproxeno Flanax +++ +++ ++
Cetoprofeno Profenid ++ +++ +
Celecoxib Celebra, Hetori + +++
Dipirona Dipirona ++++ ++++
Paracetamol Tylenol ++ +

Efeitos colaterais dos anti-inflamatórios

Os anti-inflamatórios apresentam efeitos colaterais importantes relacionados ao coração, rins e trato gastrointestinal, especialmente quando utilizados de maneira abusiva.

Efeitos gastro-intestinais

Ao inibirem a COX-1, os AINEs inibem a produção do muco que protege o estômago dos efeitos corrosivos do ácido gástrico. Isso pode levar à erosão, formação de úlceras gástricas, perfuração e hemorragia.

Os inibidores seletivos da COX-2, assim como os inibidores da COX-3 (paracetamol) preservam a proteção mediada por prostaglandinas gástricas, ao não inibirem as enzimas COX-1.

Úlceras gastrointestinais, sangramentos e perfurações ocorrem em 1% a 2% dos pacientes usando AINEs por três meses e 2% a 5% dos pacientes após um ano de uso. A maioria dessas complicações ocorre em pacientes sem história pregressa de eventos gastrointestinais.

Efeitos renais

Os anti-inflamatórios podem induzir a uma variedade de alterações deletérias na função renal. Isso é válido especialmente em pessoas que já têm a perfusão sanguínea renal diminuída ou nos que fazem uso prolongado dessas dos anti-inflamatórios.

O comprometimento renal constitui um dos principais responsáveis pelo alto índice de morbimortalidade associada ao uso indiscriminado dos Anti-inflamatórios, estando relacionada principalmente à sua ação inibitória sobre a síntese de prostaglandinas.

A prescrição dessa classe de drogas deve ser criteriosa, especialmente para os pacientes considerados de alto risco para desenvolverem lesão renal, como idosos, hipertensos, diabéticos, pacientes hipovolêmicos ou em uso de diuréticos.

Essa toxicidade ocorre tanto com os inibidores seletivos quanto com os não-seletivos das cicloxigenases.

Efeitos cardiovasculares

os inibidores seletivos da COX-2 exercem importantes efeitos cardiovasculares adversos, que incluem aumento do risco de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e hipertensão arterial.

O risco desses efeitos adversos é maior em pacientes com história prévia de doença cardiovascular ou com fatores de risco para desenvolvê-la.

Nesses pacientes, o uso de inibidores da COX-2 deve ser limitado àqueles para os quais não exista alternativa apropriada. Eles devem ser utilizados somente em doses baixas e pelo menor tempo necessário.

Embora os efeitos adversos mais frequentes tenham sido relacionados à inibição seletiva da COX-2, o uso de anti-inflamatórios não seletivos não elimina o risco de eventos cardiovasculares e devem ser prescritos com parcimônia.