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Tumores adrenais

O que são os tumores adrenais?

Tumores adrenais são aqueles que acometem a glândula adrenal, também chamada de supra-renal.

Eles podem ser tanto benignos como malignos (câncer). No entanto, mesmo tumores adrenais benignos podem ser perigosos ou causar sintomas importantes.

Os tumores benignos são incomuns. No entanto, os malignos são ainda mais raros.

O que é a glândula adrenal?

As glândulas adrenais são dois pequenos órgãos na forma de uma pirâmide, situadas na parte superior de cada rim, de tal forma que o revestem como um manto.
Histologicamente é possível distinguir duas partes completamente distintas:

córtex adrenal
Camada externa da glândula supra renal. O córtex tem cor amarelada devido à presença de colesterol. Ele produz os hormônios aldosterona (que regula o o balanço entre o sódio e o potássio), o cortisol (hormônio envolvido na resposta ao estresse, regula o metabolismo da glicose e da gordura) e os hormônios sexuais (especialmente a testosteriona).

medula adrenal
Produz e secreta os hormônios adrenalina e a noradrenalina. Esses hormônios regulam o sistema nervoso autônomo e controla importantes funções do corpo humano como frequência cardíaca, respiração, digestão, entre outras.

Tumores Adrenais Benignos

Os tipos mais comuns de tumores adrenais benignos incluem o Feocromocitoma benigno e o paraganglioma benigno.

Tumores Adrenais Malignos

Existem diferentes tipos de tumores adrenais malignos, incluindo o câncer adrenocortical, feocromocitoma adrenal maligno e o paraganglioma maligno.
No entanto, todos eles são tumores bastante incomuns.

Quais os sinais e sintomas dos tumores adrenais?

Os tumores adrenais benignos não funcionantes são geralmente assintomáticos, assim como os malignos em fases iniciais.
Já os tumores malignos em fases mais avançadas costumam ter sintomas semelhantes aos de outros tipos de câncer, como:

  • Fadiga;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Surgimento de massa abdominal;
  • Sangramento na urina;
  • Febre;
  • Anemia;
  • Dores abdominais.

Quando o tumor produz hormônios (tumor funcionante), sintomas específicos se fazem presentes em decorrência dos altos níveis de hormônio que eles produzem.
Isso inclui a síndrome de cushing (decorrente do excesso de cortisol) e o hiperaldosteronismo (excesso do hormônio aldosterona).

Síndrome de cushing
A síndrome de Cushing envolve um conjunto de sinais e sintomas que se desenvolvem em decorrência do excesso do hormônio cortisol.
O sinal mais prontamente reconhecido da Síndrome de Cushing é o rápido ganho de peso no rosto (às vezes chamado de “rosto de lua”). O acúmulo extra de gordura também acontece no abdômen, parte de trás do pescoço e peito.
Outros sinais e sintomas característicos incluem:

  • Fraqueza muscular;
  • Ganho de peso incomum e rápido, especialmente ao redor da barriga;
  • Dor de cabeça;
  • Insônia;
  • Perda de memória;
  • Hirsutismo (crescimento excessivo de pelos faciais);
  • Acnes;
  • Problemas de ereção, nos homens;
  • Amenorreia (parada das menstruações).

Além dos tumores adrenais, outras causs devem ser consideradas para a síndrome de cushing, incluindo:

  • Tumor de hipófise (geralmente o adenoma de hipófise)
  • Uso prolongado de medicamentos corticosteroides (como prednisona)

Hiperaldosteronismo
Um alto nível de aldosterona leva a um desequilíbrio de sal e potássio no sangue, sendo uma causa de pressão alta.
Aproximadamente 10% das pessoas com pressão alta apresentam hiperaldosteronismo.
Outros problemas além dos tumores adrenais também podem provocar esta condição, incluindo a Síndrome nefrótica, cirrose hepática ou doença cardíaca crônica.

Diagnóstico de tumores adrenais

Os tumores adrenais muitas vezes demoram para apresentar sintomas, podendo com alguma frequência ser descoberto ao acaso, em decorrência de exames feitos por problemas não relacionados ao tumor.

Na presença de sintomas característicos, a avaliação geralmente envolve exame de sangue e urina para dosagens hormonais e exames de imagem do abdômen, incluindo a ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou PET scan.

Uma vez encontrada uma lesão suspeita, a confirmação diagnóstica é feita por meio da biópsia.

Tratamento

O tratamento de tumores adrenais depende de sua localização, de seu tamanho e das condições clínicas do paciente.

Inicialmente, é comum ser realizada a cirurgia de remoção de uma ou de ambas glândulas adrenais, procedimento este chamado de adrenalectomia.

É um procedimento que pode ser minimamente invasivo, por cirurgia robótica e videolaparoscopia, ou via aberta.

Estes tumores podem levar a oscilações perigosas da pressão arterial e isso pode piorar com a manipulação da glândula durante a cirurgia.

Assim, é fundamental que um bom controle pressórico seja obtido antes da cirurgia. Além disso, a equipe de anestesia precisa estar muito bem preparada para manejar a pressão arterial antes e após a cirurgia.

A confirmação diagnóstica é muitas vezes feita apenas após a cirurgia, com a análise laboratorial do tumor.

Ao se confirmar um tumor maligno, radioterapia, quimioterapia e eventualmente terapia alvo e imunoterapia poderão eventualmente ser indicados para combater células tumorais que tenham ficado para trás.