Tireoidite de Hashimoto
O que é a Tireoidite de Hashimoto?
A Tireoidite de Hashimoto, também conhecida como tireoidite linfocítica crônica, é uma doença autoimune caracterizada pela inflamação crônica da tireoide.
No início, o paciente pode apresentar um quadro de hipertireoidismo (condição caracterizada pelo aumento da produção de hormônio tireoideano). Mas, com o tempo, a função tireoideana é comprometida e o paciente evolui com hipotireoidismo.
Esta é, inclusive, a causa mais comum de hipotireoidismo no Brasil. Nos estados Unidos, ela acomete aproximadamente 5% da população (1).
Quem é mais acometido pela Tireoidite de Hashimoto?
A Tireoidite de Hashimoto ocorre mais comumente em mulheres na faixa dos 30 aos 50 anos de idade. Entretanto, ela pode ser observada em qualquer idade, podendo também afetar homens e crianças.
Estima-se que as doenças autoimunes da tireoide, incluindo a Tireoidite de Hashimoto, sejam 5 a 10 vezes mais comuns em mulheres do que em homens (2).
Pessoas com histórico familiar de Tireoidite de Hashimoto apresentam maior probabilidade de desenvolver a doença.
Além disso, ela é mais comum em pessoas que apresentam outras doenças autoimunes, incluindo:
- Doença celíaca;
- Lúpus;
- Artrite reumatoide;
- Síndrome de Sjögren;
- Diabetes tipo 1.
Sinais e sintomas da Tireoidite de Hashimoto
A tireoidite tende a se desenvolver lentamente e de forma silenciosa, o que significa que o paciente pode não apresentar qualquer sintoma nesta fase inicial.
Os sintomas aparecem quando o paciente passa a apresentar hipotireoidismo. Neste caso, os sintomas mais comuns incluem:
- Fadiga;
- Ganho de peso;
- Constipação;
- Sensibilidade ao frio;
- Pele seca;
- Depressão;
- Dores musculares;
- Tolerância reduzida ao exercício;
- Menstruação irregular ou intensa.
Em alguns casos, a inflamação faz com que a tireoide aumente de tamanho, condição denominada de bócio. Ela pode também levar à formação de nódulos na tireoide.
Ainda que incomum, este aumento no tamanho da tireoide, quando excessivo, pode causar desconforto no pescoço e pode levar à compressão do esôfago ou traqueia. Como resultado, o paciente pode apresentar dificuldade para engolir (odinofagia) ou para respirar (especialmente com a atividade física).
Diagnóstico
O diagnóstico de Tireoidite de Hashimoto pode ser feito a partir da investigação de um quadro de hipotireoidismo, nódulo da tireoide ou bócio.
O anticorpo tireóide peroxidase (TPO), quando medido, geralmente está elevado.
Ocasionalmente, a doença pode ser diagnosticada precocemente, especialmente em pessoas com forte histórico familiar de doença da tireoide.
Antiperoxidase Tireoidiana (anti-TPO)
O anti-TPO é um anticorpo produzido pelo sistema imune e que ataca a glândula tireoide, resultando em alteração nos níveis de hormônios produzidos pela tireoide.
Os valores de anti-TPO variam de laboratório para laboratório, sendo os valores aumentados normalmente indicativos de doenças autoimunes.
Valores aumentados de Anti-TPO normalmente são indicativos de doenças autoimunes da tireoide, como Tireoidite de Hashimoto e Doença de Graves. No entanto, ela também pode estar aumentado em outras condições, como na gravidez
Tratamento
Pacientes com anticorpos TPO elevados, mas testes de função tireoidiana normais (TSH e T4 livre) não requerem tratamento.
Pacientes que tenham apenas um TSH ligeiramente elevado (hipotireoidismo leve) também não precisam de medicação, caso assintomáticos. Os exames devem ser repetidos após 3-6 meses, para reavaliar a necessidade de tratamento.
Para pacientes com hipotireoidismo evidente (TSH elevado e níveis baixos de hormônio tireoidiano), o tratamento consiste em reposição de hormônio tireoidiano, geralmente com levotiroxina sintética.
A maioria dos pacientes com Tireoidite de Hashimoto necessitará de tratamento vitalício com levotiroxina. Encontrar a dose apropriada, particularmente no início, pode exigir testes com TSH a cada 6-8 semanas após qualquer ajuste de dose, até que a dose correta seja determinada.
Depois disso, o monitoramento do TSH é geralmente feito uma vez por ano.
Qual o prognóstico da Tireoidite de Hashimoto?
Com diagnóstico e tratamento adequado, o prognóstico na tireoidite de Hashimoto é excelente, com os pacientes levando uma vida normal.
Os problemas associados à Tireoidite de Hashimoto geralmente resultam da falha no diagnóstico de hipotireoidismo ou na instituição da terapia de reposição de Levotiroxina em doses adequadas, ou da falha do paciente em tomar a medicação de reposição.