Síndrome do bebê chiador (Lactente sibilante)
O que é a síndrome do Bebê Chiador?
A síndrome do bebê chiador, também conhecida como lactente sibilante, é caracterizada por episódios recorrentes de chiado no peito e tosse.
Estes quadros geralmente acontecem após uma infecção de vias aéreas, como um resfriado ou gripe. Pode também ser associado a outros gatilhos, como alergia ou refluxo gastroesofágico.
Para ser caracterizado como um bebê chiador, o bebê precisa ter 3 ou mais episódios de chiado no peito ao longo de 2 meses ou um chiado contínuo, ao longo de pelo menos 1 mês.
A maior parte dos pacientes deixa de apresentar os chiados por volta de 2 ou 3 anos de idade. Caso os sintomas persistam após esta idade, é preciso considerar outros diagnósticos, especialmente a asma na infância.
Sinais e sintomas da Síndrome do bebê chiador
Os sinais e sintomas da síndrome do bebê chiador incluem:
- Chiados no peito (sibilos): som semelhante a um assobio, que surge ao expirar ou soltar o ar;
- Estridor: som resultante da turbulência do ar nas vias respiratórias ao inspirar o ar;
- Tosse, que pode ser seca ou produtiva;
- Falta de ar ou cansaço;
A síndrome do bebê chiador deve ser diferenciada de outras causas de chiado na infância, incluindo:
- Asma atópica (alérgica)
- Bronquiolite aguda
- Infecções virais
- Síndrome do refluxo gastroesofágico
- Aspiração de corpo estranho
- Fibrose cística
- Displasia broncopulmonar
Como diferenciar a Síndrome do bebê chiador da asma?
Tanto a Síndrome do bebê chiador como a asma são caracterizadas por episódios recorrentes de chiado no peito. Esta diferenciação nem sempre é clara e é comum que bebês chiadores venham em um segundo momento ser diagnosticados com asma.
No entanto, alguns aspectos clínicos ajudam a diferenciar estas condições:
Síndrome do bebê chiador
A Síndrome do bebê chiador tem início mais precoce dos sintomas, habitualmente nos primeiros 12 meses de vida. Ela está muita vezes associada a exposição à fumaça do tabaco ou poluição do ambiente e também à prematuridade.
Os sintomas do broncoespasmo geralmente são precedidos de uma infeção respiratória. Ela é mais frequente no sexo masculino e, na maioria dos casos, simplesmente desaparece com o avançar da idade.
Asma
A asma alérgica, habitualmente se inicia em crianças um pouco maiores, embora também possa ter inicio precoce. Ela está associada a outros quadros alérgicos, como rinite, dermatite atópica ou alergia alimentar.
Na maior parte casos evolui para uma situação crónica nos anos seguintes.
A avaliação com o alergista é sempre recomendável para estas crianças.
Diagnóstico
O diagnóstico da Síndrome do bebê chiador é clínico, feito com base na história clínica e exame físico do paciente.
Em alguns casos, exames poderão ser solicitados para descartar outras condições.
Alguns dos exames que poderão ser considerados incluem a endoscopia digestiva alta, Radiografia de tórax ou Ecocardiograma.
Tratamento da Síndrome do bebê chiador
O tratamento do bebê chiador deve ser sempre iniciado por orientações de higiene ambiental, independentemente da causa. O tabagismo passivo deve ser desencorajado, assim como deve ser orientada a remoção de poeiras e, consequentemente, dos ácaros, pela relação direta entre sensibilização aos ácaros e asma. O mesmo vale para mofos e alérgenos de animais.
Uma vez determinada a causa, o tratamento é direcionado de acordo com a necessidade. Por exemplo, ao se estabelecer um diagnóstico de doença do refluxo gastresofágico, o tratamento pode ser feito com uso de medicações anti-refluxo; caso seja identificado fibrose cística deve-se iniciar o tratamento específico para essa doença.
Já nos períodos de crise, o tratamento envolve o uso de medicamentos para diminuir a inflamação e a hiper-reatividade das vias respiratórias do bebê. Isso pode incluir os corticoides inalatórios, corticoides em xarope e as bombinhas de broncodilatadores.
Corticoides inalatórios
Os corticoides são medicamentos com ação anti-inflamatória, capazes de reduz a inflamação presente nos pulmões do bebê chiador.
Alguns exemplos de corticoides inalatórios incluem:
- Beclometasona;
- Fluticasona;
- Budesonida.
Ao contrário dos corticosteróides orais, os corticosteróides inalatórios têm um risco relativamente baixo de efeitos colaterais graves.
Corticoides de ação sistêmica
Durante as crises mais graves, o corticoide de ação sistêmica deve ser preferido em relação ao corticoide inalatório.
São medicamentos usados por via oral ou intravenosa, como a metilprednisolona. Estes remédios não devem ser usados por tempo prolongado.
Broncodilatadores inalatórios de ação curta
Os broncodilatadores são remédios que dilatam os brônquios dos pulmões facilitando a entrada de ar.
Para o tratamento das crises, são indicados aqueles de ação curta. São medicamentos que começam a agir dentro de poucos minutos, mas que têm efeito por período limitado, geralmente entre 4 e 6 horas.
Os medicamentos mais utilizados nesta classe são o Salbutamol e o Fenoterol.
Os beta-agonistas de ação curta podem ser tomados por meio de um inalador portátil ou um nebulizador, uma máquina que converte medicamentos para asma em uma névoa fina. Eles são inalados através de uma máscara facial ou bocal.