Puberdade Tardia

Puberdade é uma fase da vida na qual o corpo passa por um processo de rápido amadurecimento, com a criança passando a assumir muitas das características físicas e fisiológicas de um adulto.

Ela é considerada tardia na ausência de características sexuais secundárias em uma menina aos 13 anos de idade ou nos meninos aos 14 anos (1).

As principais características sexuais secundárias incluem:

• Crescimento de mama ou testículo;
• Crescimento de pelos pubianos;
• Alterações na voz.

A puberdade tardia também deve ser considerada no caso de uma progressão lenta dos sinais de puberdade.
Nas meninas, isso inclui:

• Período maior do que 5 anos entre os primeiros sinais de crescimento mamário e a primeira menstruação;
• Ausência de menstruação aos 15 anos de idade.

Nos meninos, inclui:

• Período de mais de 5 anos para completar o crescimento genital adulto;
• Ausência de aumento testicular aos 14 anos;
• Ausência de pelos pubianos aos 15 anos.

A puberdade tardia na ausência de uma causa subjacente identificada é considerada um problema autolimitado, sem impacto significativo de longo prazo.

Na maioria das vezes, as crianças simplesmente se desenvolvem mais tarde do que seus pares, mas, em última análise, desenvolvem-se normalmente.

Ainda assim, diversos estudos sugerem que ela pode, de fato, ter alguns efeitos prejudiciais ou protetores para certas condições de saúde.

Altura e a densidade mineral óssea podem ser de alguma forma comprometidas pela puberdade tardia. Além disso, efeitos psicossociais podem continuar a ser sentidos mesmo ao longo da vida adulta.

Por outro lado, o histórico de puberdade tardia parece ser protetor contra o câncer de mama ou endometrial em mulheres e para câncer de testículo em homens.

A maior preocupação com a puberdade tardia, no entanto, é com os efeitos psicossociais. Adolescentes que têm puberdade tardia tendem a ser visivelmente mais baixos do que seus pares, além de apresentarem uma aparência mais infantil. Isso pode levar resultar em provocações ou bullying, especialmente entre os meninos. Além disso, o desempenho escolar e social pode ser afetado tanto em meninos quanto em meninas.

Na maioria das vezes, as crianças com Puberdade Tardia simplesmente se desenvolvem mais tarde do que seus pares, sem um motivo específico para isso. Mas, em última análise, desenvolvem-se normalmente.

Em uma menor parte dos pacientes, ela pode acontecer de forma secundária a outros problemas de saúde. Esses problemas precisam ser pesquisados em toda criança com puberdade tardia, já que o atraso puberal pode ser o primeiro indício de condições potencialmente tratáveis.

As seguintes condições devem ser consideradas:

• Desordem genética (especialmente na presença de histórico familiar de puberdade precoce) (2);
• Doenças crônicas em geral;
• Tumores da hipófise ou hipotálamo;
• Hipopituitarismo (hipófise hipoativa);
• Hipotireoidismo;
• Desenvolvimento anormal do sistema reprodutor;
• Atividade física excessiva, especialmente aquelas que prezam pelo baixo peso (3);
• Deficiência energética e anorexia (4);

Além de um histórico completo de saúde e exame físico, a avaliação do paciente pode incluir a pesquisa dos diversos distúrbios que podem ocasionar no atraso puberal.

Esta avaliação deve incluir:

Exames de sangue

O exame de sangue deve incluir:

• Dosagens hormonais;
• Pesquisa de doenças crônicas, como Diabetes ou Anemia;
• Procura por distúrbios cromossômicos que podem provocar a Puberdade Tardia.

Avaliação da Idade óssea

A avaliação da idade óssea permite avaliar qual o estágio de maturação da criança comparado com um padrão pré-estabelecido para cada idade cronológica.

Isso pode ser feito por meio de uma radiografia da mão e punho esquerdo.

A mão e o punho possuem diversas placas de crescimento que se fecham em uma sequência previsível. A idade óssea é estimada a partir da avaliação de quais placas estão abertas e quais já se fecharam (5).

A idade óssea não necessariamente coincide com a idade cronológica. No caso da Puberdade tardia, ela tende a ser menor do que a idade cronológica da criança.

O tratamento da puberdade tardia depende da causa.

Quando existe um distúrbio subjacente como causa, o tratamento é direcionado ao problema de base. Em muitos casos, a puberdade prossegue normalmente assim que ele é identificado e tratado.

Uma vez que o atraso seja caracterizado como fisiológico ou constitucional, nada precisa ser feito além de dar tempo ao tempo.

Elas geralmente precisam de apoio adicional dos pais, familiares e amigos para garantir que tenham uma imagem corporal saudável e autoestima.

Nos casos em que o adolescente estiver significativamente estressado com a situação, no entanto, é possível considerar o uso de hormônios sexuais suplementares.

Meninos podem receber um curso de 4 a 6 meses de injeções de testosterona uma vez por mês. Em doses baixas, a testosterona inicia a puberdade, causa o desenvolvimento de algumas características masculinas (virilização) e não impede que os adolescentes atinjam seu potencial de altura adulta.

Em meninas, doses baixas de estrogênio podem ser iniciadas com pílulas ou adesivos na pele.