Nutrição e Nutrologia Geriátrica

[accordion-model-lca titulo=”Alimentação saudável no Idoso”]

A definição de alimentação saudável muda pouco à medida em que uma pessoa envelhece. Entretanto, algumas mudanças no metabolismo, na digestão, na rotina e na saúde geral devem ser levadas em consideração na avaliação nutricional do idoso.

O idoso tende a ter uma redução tanto no consumo quanto no gasto energético (1). Assim, podemos dizer que:

  • Quando a redução na energia ingerida e absorvida é maior do que a diminuição no uso de energia, há uma perda de peso;
  • Quando a redução no gasto energético é maior do que a redução no consumo energético, o paciente ganha peso.

Ambas as situações são relativamente comuns no idoso.

A incidência e o impacto da Desnutrição no idoso costuma ser subestimada. Reconhecer grupos de risco e investigar o estado nutricional destes idosos é fundamental.

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[accordion-model-lca titulo=”Redução no apetite”]

O apetite e a ingestão de alimentos geralmente diminuem com o envelhecimento. As pessoas mais velhas tendem a ter menos fome do que as mais jovens, fazem refeições menores, fazem menos lanches entre as refeições e também comem mais devagar.

Entre os 20 e os 80 anos, há, em média, uma diminuição da ingestão energética de aproximadamente 30% (2).

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[accordion-model-lca titulo=”Digestão e absorção de alimentos”]

A capacidade do organismo de absorver nutrientes, especialmente certas vitaminas e minerais, pode ficar prejudicada com o avanço da idade.

Além disso, algumas doenças comuns aos idosos, como câncer, gastrite, diarreia ou constipação crônica também podem comprometer a absorção de certos alimentos.

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[accordion-model-lca titulo=”Desnutrição no Idoso”]

A Desnutrição no idoso é um problema relacionado à deficiência de proteína e energia. Ela pode ou não estar associada à deficiência de micronutrientes (vitaminas e minerais). 

Ela fica caracterizada em qualquer uma das seguintes condições:

  • Índice de Massa Corporal (IMC) < 18,5 kg/m2;
  • Perda de peso não intencional > 10% nos últimos três a seis meses;
  • IMC < 20 kg/m2 e perda de peso não intencional > 5% nos últimos três a seis meses.

Este é um problema mais comum do que se faz parecer. A desnutrição é vista em:

  • Mais de 10% dos idosos na comunidade (3);
  • 10 a 50% dos idosos internados por uma condição aguda;
  • Até 70% dos idosos institucionalizados (4, 5). 

A desnutrição pode ser tanto causa como consequência de diversos problemas de saúde comuns à população idosa.

As principais consequências da Desnutrição incluem:

  • Imunidade reduzida;
  • Cicatrização retardada de feridas; 
  • Redução da força muscular.

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[accordion-model-lca titulo=”Obesidade no Idoso”]

O processo de envelhecimento, muitas vezes combinado com a perda de massa muscular e a redução nas atividades diárias faz com que o gasto energético no idoso diminua.

Por outro lado, as limitações para locomoção combinado com dificuldade em obter e preparar alimentos mais saudáveis faz com que muitos idosos aumentem o consumo de alimentos processados de alta densidade energética e pobres do ponto de vista nutricional.

Outros fatores também podem contribuir para o ganho de peso e a perda de massa muscular no idoso, incluindo:

  • Redução do metabolismo: o músculo é o tecido que mais gasta energia no nosso corpo. Assim, uma pessoa com menos músculo gasta menos energia, sendo que a energia “economizada” é armazenada na forma de gordura;
  • Sedentarismo: o sedentarismo é um fator de risco tanto para a obesidade como para a sarcopenia;
  • Inflamação: o tecido adiposo secreta hormônios e outras substâncias que aumentam o estado inflamatório do indivíduo, sendo que este estado inflamatório contribui para uma maior perda muscular
  • Resistência à insulina: a obesidade provoca uma maior resistência a insulina, um hormônio anabólico que tem entre outras funções um papel importante na formação do tecido muscular. 
  • Hormônios: pessoas obesas tendem a produzir menos testosterona, um hormônio fundamental para a formação muscular;

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[accordion-model-lca titulo=”Como melhorar a Alimentação no Idoso?”]

Existem diversos aspectos que podem comprometer a qualidade da alimentação no idoso. Assim, diferentes estratégias podem ser adotadas em cada caso.

Mostramos na tabela abaixo algumas possíveis estratégias a serem adotadas:

Problema solução
Perda de apetite
  • Avaliar os medicamentos: certos medicamentos podem afetar o apetite. O ajuste na dose ou nos horários das tomadas pede ser considerado em alguns casos.
  • Incentivar a alimentação frequente e com pequenas porções
  • Priorizar o consumo de alimentos ricos em energia e proteína.
  • Consumir bebidas fora do horário das refeições, uma vez que elas diminuem o apetite.
  • uma curta caminhada antes das refeições pode ser útil
  • Prover tempo suficiente para as refeições, evitando-se refeições muito rápidas.
Problemas de mastigação
  • Cuidar da saúde bucal e dental;
  • Priorizar alimentos macios e que exigem pouca mastigação.
Dificuldades de deglutição
  • Considerar avaliação fonoaudióloga;
  • Modificar a consistência dos alimentos.
dificuldade em obter ou preparar alimentos
  • Usar alimentos conveniente: refeições congeladas, enlatados, sobremesas prontas, barras de cereais.
  • Preparar lanches e refeições para comer mais tarde ou para guardar no congelador
  • Fortificar os alimentos com gorduras e açúcar extra: adição de óleo, manteiga, creme, queijo, molhos, açúcar, mel e cremes para aumentar a ingestão de energia
Problemas de mobilidade
  • Garantir que a assistência para compras e preparação de alimentos esteja disponível
Isolamento social e depressão
  • Considerar aconselhamento específico

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[accordion-model-lca titulo=”Suplementação Alimentar no Idoso”]

Pessoas com mais de 50 anos podem precisar de mais algumas vitaminas e minerais do que adultos mais jovens. 

Entre eles, incluem-se:

  • Cálcio
  • Vitamina D
  • Vitamina B12
  • Vitamina B6

Considerando-se também a menor ingestão de alimentos entre os idosos, a suplementação destas e outras vitaminas pode ser considerada no idoso.

Por outro lado, os suplementos alimentares não devem ser encarados como “fontes da juventude”. 

Eles não devem ser recomendados até que se faça uma avaliação completa da alimentação e que eventuais ajustes na alimentação real tenham sido feitas.

Quando indicados, eles devem ser usados como complemento à refeição, não como um substituto. Eles devem ser administrados entre as refeições, não durante.

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