Neurogeriatria
Qual a importância da neurogeriatria?
A neurogeriatria nada mais é do que uma especialidade médica da geriatria ou da neurologia voltada ao estudo e ao tratamento das doenças neurológicas que acometem o idoso.
O diferencial da especialidade está na combinação das peculiaridades fisiológicas características da faixa etária, na frequência de certas patologias que tipicamente se desenvolvem com o avanço da idade e na frequência elevada de outras comorbidades tipicamente vistas na população idosa e que podem impactar no tratamento da doença neurológica.
Os pacientes atendidos por neurogeriátras podem ser divididos em dois grandes grupos:
- Pessoas autônomas e sem comorbidades significativas até o aparecimento da condição neurológica, onde o tratamento difere pouco daqueles adotados pela neurologia em geral.
- Pessoas com grande dependência e fragilidade, com múltiplas comorbidades e polimedicados. Este é o grupo em que a combinação dos conhecimentos da neurologia e da geriatria de fato fazem a diferença.
Quais são as características da população idosa que podem influenciar no tratamento das patologias neurológicas?
A neurologia é uma especialidade muito dependente da história clínica e da boa comunicação entre médico e paciente.
No entanto, é comum que esta comunicação seja comprometida no paciente idoso, em decorrência de distúrbios neurossensoriais (perda auditiva e/ou baixa acuidade visual), isolamento social, transtornos do humor (como a depressão) e distúrbios neurocognitivos (como a demência).
O uso de polimedicação para o tratamento de doenças associadas também deve ser considerado. Estes medicamentos podem contribuir para o agravamento de certas condições neurológicas.
Da mesma forma, o tratamento de outras condições pode ser negativamente impactado pelos medicamentos usados no tratamento neurológico.
Por fim, é preciso considerar os aspectos éticos do tratamento, no caso do idoso em fase terminal da vida.
Quais são as doenças neurológicas mais comuns entre os idosos?
As patologias neurológicas estão amplamente representadas na população geriátrica.
As doenças mais comuns, incluem, mas não estão limitadas a:
- Acidente vascular Cerebral: mais da metade dos casos ocorrem após os 70 anos.
- Transtornos neurocognitivos, como a demência: afetam 28% dos idosos entre 80 e 89 anos e 47% dos idosos com mais de 90 anos.
- Doença de Parkinson: idade média de 75 anos no momento do diagnóstico.
- Epilepsia e convulsões.
- Insônia no idoso: a incidência da insônia aumenta com o envelhecimento, sendo que até 48% das pessoas apresentam sintomas de insônia nesta fase da vida.
- Distúrbios do movimento: À medida em que as pessoas envelhecem, certas mudanças no padrão de caminhada são esperadas. As alterações da marcha se referem a qualquer mudança na velocidade, no movimento, na simetria e no equilíbrio do movimento ao caminhar.